Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Um partido moribundo

MÍDIA SEM MÁSCARA


Quando falo disso aos meus amigos americanos, eles riem: "Quer dizer que a direita do seu país tem por modelo a esquerda americana?"

O DEM é hoje um partido moribundo. Seus próprios líderes assim o proclamam e se dizem muito preocupados, mas duvido que, com uma ou duas exceções, tenham alguma idéia clara das causas que os levaram a essa situação deprimente, bem como das saídas possíveis que ainda lhes restam. Temo que a solução que buscam venha a ser uma repetição - a última - de erros fatais já bem comprovados.
O primeiro deles foi acreditar que um partido pode viver de alianças de ocasião antes de ter uma identidade bem definida e uma estratégia abrangente que o habilitem a servir-se das alianças para seus próprios fins, em vez de servir a elas em vão como de fato aconteceu.
O PT logrou articular um belo sistema de alianças precisamente porque durante décadas se entrincheirou na sua modesta fatia do eleitorado, cultivando-a e reforçando-a por todos os meios até assegurar-se de que seus votantes já não eram mais simples eleitores e sim fiéis devotos, unidos ao partido por laços emocionais e culturais duradouros, difíceis de romper. Ao entrar em alianças, veio a fazê-lo portanto na condição de elemento estável, firme e seguro de si, que se associa a entidades instáveis justamente para explorar sua instabilidade em proveito próprio. Alianças podem somar votos ocasionalmente, mas o que faz a força de um partido não é o número, e sim a fidelidade dos seus eleitores. Ela é a base das alianças vantajosas. O PT entendeu isso faz tempo, e agiu em conseqüência.
O DEM fez exatamente o contrário.Sentindo-se debilitado, buscou reforçar-se por meio de alianças, sacrificando num ritual masoquista de autodissolução o pouco que lhe restava de identidade própria. Fez isso, decerto, porque media pelo número de votos e portanto pelo número de cargos a força partidária, sua e alheia, esquecendo que antes de acumular quantidade é preciso ser alguma coisa, ter alguma substância identificável, representar uma força cultural e histórica na qual os eleitores possam enxergar, de algum modo, a figura do seu próprio destino.
No preciso momento em que consentiu em rebaixar-se à condição de instrumento auxiliar de um partido maior, o então PFL se encontrava tão incerto quanto à sua identidade que acabou resolvendo mudar de nome, movido pela esperança mágica de que, na falta de substância, a palavra gerasse a coisa.
E o nome escolhido não poderia ter sido pior. Ele expressava, declaradamente, o desejo que a agremiação sentia de tomar como modelo o Partido Democrata americano. Esse desejo, por sua vez, evidenciava o quanto os pefelistas se haviam deixado intoxicar e manipular às tontas pela "revolução cultural" gramsciana, cedendo às regras do jogo ditadas pelo adversário, copiando figurinos e cacoetes esquerdistas sem nem mesmo ter muita consciência de que eram esquerdistas, ou pelo menos sem examinar as conseqüências dessa escolha, já tão abundantemente ilustradas por experiências catastróficas em outros países. Conseqüências que podem ser resumidas numa regra simples: se você imita o discurso e as poses do adversário, na ilusão de parasitar seus votos, pode até ganhar com isso alguma vantagem eleitoral imediata, mas já deu a ele a vitória ideológica e cultural que acabará fatalmente por prevalecer mais dia menos dia.
Um partido que não tem ou pelo menos não projeta sobre os eleitores uma imagem ideológica e moral nítida não tem, decerto, nada a ganhar com trejeitos miméticos que tornam seu perfil ainda mais nebuloso e indeciso.
Quando falo disso aos meus amigos americanos, eles riem: "Quer dizer que a direita do seu país tem por modelo a esquerda americana?" Baixo a cabeça e pergunto a mim mesmo quantos dirigentes do DEM sabem o que é o Partido Democrata hoje em dia. É o partido de George Soros, de Fidel Castro, de Hugo Chávez, dos potentados árabes que compram a peso de ouro a proteção ao terrorismo internacional. Quantos, no DEM, têm a consciência de que esse já não é o partido de Harry Truman e de John Kennedy? Como nada da transformação radical sofrida pelo Partido Democrata nos últimos quarenta anos saiu jamais na grande mídia brasileira, embora nos EUA seja o assunto de milhares de livros que no Brasil ninguém leu, provavelmente a ignorância a respeito é, entre esses cavalheiros, total e sólida. Copiando um modelo morto, só podiam mesmo acabar na UTI.

O DEM ainda pode salvar-se? Pode. Mas isto é assunto para um próximo artigo.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".