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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Para onde vai o Brasil ?

ÁREA MILITAR
17.03.2010

por Luis E.R.Paiva

No regime democrático, o Estado e as instituições servem à nação e não a governos e seus programas político-partidários. No regime totalitário, o partido único ou hegemônico é um novo ator, que predomina na relação nação-Estado. Este último e suas instituições, entre elas as forças armadas (FA), servem ao partido e não à nação, sobre a qual prevalecem.

A história mostra que o direito é alterado ao sabor do poder dominante em sistemas desequilibrados. O regime democrático depende do equilíbrio entre os poderes, ficando sob ameaça quando, como ocorre hoje no Brasil, o Executivo hipertrofiado e seu partido estabelecem estratégia para a tomada total do poder como está claro no Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH.

É perigoso um Legislativo fisiológico e moralmente desgastado, que se submete às pressões do Executivo, e um STF com sete de onze ministros indicados pelo presidente da República, hoje um indispensável e oportuno aliado da esquerda radical em seus propósitos. Porém, o PT sabe que sua candidata, mesmo vencendo a eleição presidencial, não é uma liderança nacional capaz de conduzir com êxito o projeto totalitário do partido. Assim, ao contrário do mandato atual, o PT será protagonista nesse eventual governo, daí o empenho em aprovar algumas propostas do PNDH, sem o que será praticamente impossível concretizar a tomada total do poder.

Caso o Legislativo e o Judiciário se dobrem à pressão do Executivo e alterem normas legais e constitucionais que asseguram o regime democrático a fim de endossar certas propostas do PNDH, o PT vai controlar, cercear a liberdade e conduzir todos os setores da nação ao encontro de seu projeto de poder. Para isso, utilizará as comissões e conselhos previstos no programa que, aparelhados pelo partido, serão a versão nacional dos comissários do povo e sovietes das jurássicas repúblicas socialistas.

Um dos objetivos imediatos da esquerda radical é a neutralização das FA, sendo a Comissão da Verdade tentativa de deixá-las inertes e na defensiva. A alteração do texto do PNDH não impede o propósito de apresentar versão facciosa dos eventos históricos, objeto da comissão. Ela está sendo preparada por um grupo de trabalho totalmente parcial, portanto, seu nome pode ser qualquer um menos Comissão da Verdade. As FA são comprometidas unicamente com a nação, o Estado e a Constituição como devem ser nos regimes democráticos. A esquerda radical pretende enfraquecer esse compromisso e redirecioná-lo para o partido; o que será impossível, pois as FA teriam de negar o próprio berço e a histórica aliança com o povo brasileiro e suas aspirações, entre elas a de liberdade.

A visão de futuro da esquerda radical é a de um Estado forte, de economia planificada centralizadamente e com grandes empresas estatais. Baseia-se em uma aliança tácita que apoia, mas controla o empresariado, cujo lucro e gestão dependerão dos financiamentos do governo e dos fundos de pensão nas mãos do Estado. O modelo se assemelha ao capitalismo de estado chinês, adaptado ao perfil nacional, como se deduz das Diretrizes Programáticas do PT – 2011/2014. É projeto desenvolvimentista para transformar o Brasil em uma potência política, econômica e militar, mas seu custo é a perda da liberdade, uma cara aspiração nacional. Hoje, essa esquerda alia-se com defensores dos direitos humanos, ambientalistas e altas lideranças políticas oportunistas, mas, quando estiver fortemente assentada no poder vai se descartar desses incômodos companheiros de viagem, a exemplo dos conhecidos expurgos das revoluções totalitárias.

Visão prospectiva não é adivinhação, mas avaliação de tendências e, em estratégia, o tempo se conta por décadas, não a cada ano. A esquerda radical vê a possibilidade de permanecer no poder até 2022, tempo bastante para concretizar sua estratégia de tomada total do poder já em andamento.

Na Carta Magna, está clara a opção da nação pelo regime democrático, como se vê no Preâmbulo, Capítulo I e artigo 5º. O Brasil não quer ser um país igual à China do massacre da Praça Celestial e da internet censurada; à Venezuela do desabastecimento, incompetência e ditadura bolivariana; à Cuba dos presídios, “paredões” e fuzilamentos; e ao Irã das eleições fraudadas, prisões e assassinatos de opositores. Neste e nos próximos anos, a vontade da nação e a estabilidade das instituições, entre elas as FA, passarão por teste decisivo para o futuro de nossa democracia.

Luis Eduardo Rocha Paiva, é General do exército brasileiro, na reserva.

Este texto é da autoria de Luis E.R.Paiva e foi publicado em 17.03.2010.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".