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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Mensagem de saudação ao Encontro da UnoAmérica

MÍDIA SEM MÁSCARA

Em que pese que o governo de Hugo Chávez administrou um bilhão de dólares nestes doze anos - cifra superior à soma administrada por todos os governos anteriores juntos -, os índices de pobreza se mantêm constantes
Queridos amigos de UnoAmérica,
Apesar de me encontrar preso injustamente nos calabouços da polícia política venezuelana, escrevo-lhes carregado de otimismo e de esperança porque se aproxima a hora de nossa libertação.
Não me refiro só à minha e a dos prisioneiros políticos que me acompanham, mas à libertação do povo venezuelano e de todos os povos que se encontram aprisionados pelo Socialismo do Século XXI: Argentina, Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua e Uruguai.
Quando o Foro de São Paulo (FSP) foi criado há vinte anos, representava alguma esperança porque criticava os partidos tradicionais e prometia justiça social. Porém, depois de alcançar o poder em quinze nações latino-americanas, o FSP defraudou suas promessas e traiu os mais pobres.
Em vez de resolver os problemas da região, os governos vinculados ao Foro de São Paulo os agravou consideravelmente e, além disso, introduziu fatores de divisão e de enfrentamento que nossos povos rechaçam.
O caso mais emblemático deste fracasso observa-se na Venezuela. Em que pese que o governo de Hugo Chávez administrou um bilhão de dólares nestes doze anos - cifra superior à soma administrada por todos os governos anteriores juntos -, os índices de pobreza se mantêm constantes, a insegurança cobrou mais de 120 mil mortes, a inflação acumulada se aproxima dos 800%, o deficit de moradia é de 2.5 milhões de unidades, e os apagões mantêm 60% do território nacional às escuras. Este ano, pela primeira vez em décadas, as vantagens dos funcionários públicos serão pagas de maneira fracionada, o qual irrita os trabalhadores, porque Chávez dilapida os petrodólares venezuelanos no exterior, quer seja comprando armas desnecessárias, quer subsidiando a revolução cubana ou pagando salários na Nicarágua. Como se fosse pouco, o governo venezuelano é objeto de inúmeros escândalos que o vinculam à corrupção, ao narcotráfico e às FARC.
Em seus próprios documentos o Foro de São Paulo reconhece que foi vencido eleitoralmente no Panamá, Costa Rica, Chile e Colômbia, e que sofreu uma derrota humilhante em Honduras. Também admite outros fracassos, como a greve policial no Equador, a inabilitação de Piedad Córdoba na Colômbia, e a perda da maioria parlamentar na Venezuela.
Porém, embora o triunfo da democracia esteja assegurado, não devemos cantar vitória. Como feras feridas, os governos da ALBA tentarão manter-se no poder por todos os meios, radicalizando seu projeto e promovendo conflitos na região. Isto explica a onda de confiscações na Venezuela, a aprovação da nefasta lei anti-racismo na Bolívia e a recente invasão militar nicaragüense ao território da Costa Rica.
A missão de UnoAmérica durante o ano de 2011 será, entre outras, detectar e prevenir estas violações e conflitos, a fim de conduzir uma transição pacífica e razoável a governos democráticos e respeitosos dos direitos humanos.
Queria felicitá-los pelos inúmeros êxitos alcançados durante estes dois anos de funcionamento. Em apenas 24 meses conseguimos desmascarar o projeto do Foro de São Paulo, aglutinar as lideranças democráticas de nossa região, defender as democracias quando foram ameaçadas, lutar pelos presos políticos latino-americanos, representar as vítimas do terrorismo, realizar conferências em diversos países, estabelecer relações institucionais nos Estados Unidos e Europa, e elaborar importantes investigações, as quais serviram para editar informes e livros impressos e eletrônicos.
Nossos êxitos também podem ser medidos pela forma - muitas vezes histérica - como nos atacam nossos adversários, através de meios oficiais como o Granma, a Agência Bolivariana de Notícias ou o canal do Estado argentino. Acusam-nos falsamente dos crimes mais inverossímeis, nos responsabilizam por variadas conspirações e mostram sua preocupação e até temor por nosso crescimento. Durante o XVI Encontro do Foro de São Paulo, realizado este ano em Buenos Aires, dedicaram um painel à UnoAmérica, intitulado "a contra-ofensiva da direita latino-americana".
Equivocam-se ao nos catalogar dessa maneira, porque UnoAmérica não representa um projeto ideológico mas um programa de ação, cujo objetivo é erradicar a pobreza através de programas de desenvolvimento, industrialização e pleno emprego. Porém, para executá-lo, primeiro é necessário combater o neo-comunismo, o narcotráfico, o terrorismo e a corrupção, inerentes a todos os governos do Foro de São Paulo.
UnoAmérica também defende as instituições fundamentais, como as Forças Armadas, promove a integração ibero-americana e se identifica com os valores e princípios da civilização cristã ocidental, porque sobretudo isto se sustenta na identidade histórica e na subsistência futura de nossas nações.
Queridos amigos, queria fazer chegar através de vocês, três mensagens importantes:
A primeira, ao governo peruano: no passado 16 de novembro, o Foro de São Paulo criou em Lima a "Secretaria Andino-Amazônica" dessa organização, nomeando como Secretário Executivo Javier Diez Canseco, fundador do Partido Socialista do Peru.
O objetivo deste ramo do FSP é desestabilizar o governo de Alan García, promover a infiltração das FARC no Peru e ressuscitar os grupos terroristas que foram derrotados no passado, como o Sendero Luminoso e o MRTA.
Javier Diez Canseco pertence ao Conselho de Redação da revista América Libre, órgão de difusão do Foro de São Paulo (www.nodo50.org/americalibre). Em tal Conselho ainda figura Manuel Marulanda, "Tirofijo", o extinto líder das FARC, junto com outros importantes dirigentes de grupos terroristas latino-americanos.
A segunda, ao presidente Juan Manuel Santos: desejo felicitá-lo pelos logros alcançados durante os primeiros cem dias de sua gestão, porém também sugerir-lhe respeitosamente que reconsidere a forma como se relaciona com o senhor Hugo Chávez.
Compreendo sua intenção de defender os interesses econômicos da Colômbia, porém, chamar Chávez de seu "novo melhor amigo" ofende às lideranças democráticas da Venezuela e confunde seus próprios seguidores. Não há forma de esconder a relação do governo venezuelano com os terroristas das FARC, nem as repetidas ofensas que ele proferiu ao povo colombiano. Ademais, não convém se associar com um regime que cambaleia. É preferível guardar distância e prudência, até que assuma um novo governo, com o qual possa se relacionar de maneira segura e sincera.
Terceira, ao presidente Porfirio Lobo: me preocupa que ceda às pressões do Foro de São Paulo e de seus agentes encrustados na OEA, para cumprir com as exigências de Zelaya, porque desta forma dá as costas a seus verdadeiros aliados e provoca sua própria desestabilização.
Contrasta a atitude do presidente Lobo com a de seu vizinho salvadorenho, Mauricio Funes, que havendo sido eleito Presidente graças à Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN) - partido fundador do Foro de São Paulo -, decidiu se distanciar da linha de Hugo Chávez. Ao que tudo indica, Funes foi capaz de perceber as mudanças que se avizinham no futuro próximo e não quer ser apontado com o bando perdedor. Conviria a Lobo atuar da mesma maneira.
Queria aproveitar esta oportunidade para agradecer sinceramente a todos aqueles que têm manifestado sua preocupação pelo meu encarceramento e aos que têm enviado mensagens de apoio e solidariedade.
Encontro-me bem de saúde, firme em minhas convicções e muito orgulhoso de estar na prisão, convencido de que meu sacrifício proporciona um grande benefício ao povo venezuelano e serve para desmascarar as características totalitárias do regime que nos governa.
Finalmente, queria lhes pedir que se encomendem à Nossa Senhora, a Virgem de Guadalupe, Padroeira da América Latina e também Padroeira de UnoAmérica.
Despeço-me com um abraço de irmão que lhes quer bem e admira-os, por sua valentia, por sua perseverança e pelo profundo amor que professam a suas respectivas nações.

Alejandro Peña EsclusaPresidente de UnoAmérica
Prisioneiro Político

Tradução: Graça Salgueiro

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".