Novembro 15, 2010
Autor: Claudio Mafra
Quando Obama obteve a nomeação democrata, em junho de 2008, ele disse a uma multidão exultante que: “Poderemos olhar para trás e dizer aos nossos filhos que este foi o momento em que começamos a prover saúde aos doentes e bons empregos aos desempregados; este foi o momento em que a subida dos oceanos começou a desacelerar e nosso planeta começou a sarar; este foi o momento em que terminamos uma guerra, garantimos nossa nação e restauramos nossa imagem como a última e melhor esperança na Terra”. Alguém já viu alguma coisa mais megalômana? Mais doida? É um delírio. O ego do sujeito é assustador. Frases desse tipo – em país civilizado - só foram usadas na Europa, na década de trinta, e nós sabemos quem foram os autores!
Obama apoiar a Índia para o Conselho de Segurança é um erro. O Conselho funciona muito bem com os seus atuais integrantes, EUA, China Rússia, Inglaterra, França. Trazer a Índia é irresponsabilidade, é procurar problemas. Para Obama, trata-se de democratizar, tirar poder dos Estados Unidos, inovar, revolucionar (ele se julga um revolucionário), um desejo absurdo de que o mundo seja simpático aos Estados Unidos, sem ter a menor ideia de que os motivos da aversão aos americanos são muitíssimo mais profundos do que ele imagina. Em sua ignorância liberal e juvenil, deve achar que os EUA são prepotentes, imperialistas. Vocês se lembram que logo no início de seu governo ele partiu para fazer o seu ridículo “tour de pedido de desculpas”? Os conservadores ficaram indignados, ultrajados, e com toda a razão. O país que ganhou as duas guerras mundiais que os europeus arrumaram em um espaço de vinte anos, um país que evitou que a URSS tomasse a Europa. O país que evitou que o comunismo dominasse o mundo.
Essa aversão fortíssima, visceral, aos Estados Unidos vem de no mínimo 70 anos e está ligada principalmente ao fascínio do socialismo. No momento em que Stalin derrotou Hitler e se tornou um dos aliados, o delírio socialista explodiu no mundo. Junto com ele veio a lavagem cerebral dirigida por Moscou. Até que era fácil. Se o capitalismo era imoral, perverso, e o seu maior representante eram os EUA, esse país tornou-se instantanemente o alvo de todo o mundo, principalmente das pessoas com maior grau de escolarização, jovens e intelectuais. Nossos pais eram muito mais cautelosos nesse assunto. Eles tinham visto o Stalin de antes da guerra, no tempo em que havia unanimidade mundial em considerá-lo um monstro, e o comunismo um regime de maldade e terror. Os intelectuais, ao contrário, sempre foram simpáticos à novidade redentora.
É raríssimo encontrar uma pessoa isenta desse rancor contra os EUA. Quase todo o mundo é anti-americano. Até os nossos militares, tão anticomunistas, têm grandes reservas quanto aos Estados Unidos. Por difícil que possa parecer, também é fruto da lavagem cerebral. Eles nunca aceitaram o socialismo, sempre o tiveram como o inimigo número um, mas foram atingidos pela propaganda que mostrava os EUA sedentos de poder, querendo todas as riquezas do mundo. Não vamos entrar no fator psíquico desse ódio universal, que é ocasionado por inveja, complexo de inferioridade e muita coisa mais.
Voltando ao Obama, ele assumiu a presidência achando que com oito anos reverteria esse quadro extraordinariamente complexo, ou deixaria um legado que estabeleceria novos rumos ao relacionamento internacional americano. Bastaria buscar o diálogo, e dizer claramente que os EUA se arrependiam de seu passado. Procuraria os pontos nevrálgicos, como a questão palestina, o respeito aos muçulmanos, colocar-se contra as ditaduras de direita (sua gafe em Honduras), e assim por diante. Tudo absolutamente simplório. Um Jimmy Carter negro e modernizado. Esperava também que sua imensa popularidade em todo o mundo, seu carisma, seu entusiasmo, sua bela figura, e a negritude, fizessem a sua parte. Acha (achava?) que Bush tinha uma grande dose de culpa nessa rejeição aos americanos. Profunda ignorância. No seu raciocínio primaríssimo, as duas guerras haviam incendiado a opinião pública contra o seu país. De fato, elas apenas fizeram vir à tona o velho sentimento que o mundo nutre pelos USA. Esse sentimento fica inerte por algum tempo, até que algum acontecimento de relevo o traga de volta. Provavelmente só vai desaparecer daqui há 100 anos, ou quando os Estados Unidos deixarem de ser o país mais importante do mundo. O episódio das torres foi exemplar. As pessoas experimentaram uma ambiguidade: se por um lado ficaram horrorizadas com o crime, havia um sentimento difuso, pouco explicável, algo muito profundo, que foi ficando mais forte à medida que se passaram os dias. Esse sentimento não admitido era: “até que os Estados Unidos mereceram”.
Obama e os liberais continuam acreditando principalmente que a impopularidade americana vem do problema palestino, e do seu apoio a Israel. Não sabem que se por um passe de mágica a questão fosse resolvida, e de forma amplamente favorável aos palestinos, não adiantaria nada, coisa alguma. Os Estados Unidos continuariam sendo detestados do mesmíssimo jeito.
Por último: Obama é bem desonesto. Na Indonésia, outra vez bate na tecla de que no governo anterior não se fazia distinção entre os jihadistas e os muçulmanos em geral. Novamente fala mal de Bush, e insiste em que agora, com ele, é diferente. Essa é uma grande mentira. Bush cansou de dar declarações dizendo que os Estados Unidos não estavam lutando contra o islamismo, mas unicamente contra o terror. Está gravado em mil vídeos.
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