Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

KAMARADAS & COMPANHEIROS


HEITOR DE PAOLA

19/11/2010




As raposas devem estar se moendo de inveja dos políticos brasileiros. Estes conseguiram o que elas vêm tentando, sem sucesso, há milênios: convencer as galinhas de que devem se deixar depenar, serem comidas e ainda baterem palmas e continuarem elegendo as raposas para administrar o galinheiro.

É desolador o panorama eleitoral brasileiro nos últimos doze anos. Desde 1998 revezam-se no poder os Kamaradas petistas com os Companheiros de Viajem tucanalhas. Embalados por um surto de prosperidade com o barateamento das importações, FHC comprou o Congresso – num mensalão nunca denunciado - e se reelegeu triunfantemente e já em janeiro de 1999 acaba ‘a farra das importações’, como se fosse um pai dizendo para seus filhos: hora de naná, nenéns, acabou a farra, vão escovar os dentes e já pra caminha! Sejam Kamaradas marxistas-leninistas, sejam Companheiros de Viagem fabianos ou social-democratas, todos concordam que a população é constituída de um bando de crianças irresponsáveis que precisam de senhores oniscientes que lhes orientem para um mundo melhor e com mais ‘igualdade’.

Cidadãos livres decidindo seus destinos, onde investir seus recursos pessoais e financeiros? Que horror! Não, são mentecaptos incapazes que precisam ser levados pela mão pelos ‘mais iguais que os iguais’!

Já em 2002 eu denunciava esta farsa no texto Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse de onde tirei a epígrafe e acrescentei: Em quem pode votar um eleitor liberal? Não tem opção. Os quatro candidatos (Lula, Serra, Ciro Gomes e Garotinho) fazem questão de ser cada um mais socialista que os outros. Pois desde então se repete monotonamente o mesmo refrão. Nada mudou em 2006, quando os Companheiros brindaram os Kamaradas como um picolé de chuchu amorfo como se dissessem vão lá, ganhem o jogo logo que nós fingiremos ficar na oposição. Usando a linguagem futebolística que tanto agrada ‘U Ómi’: não se preocupem, ficaremos na retranca e mandaremos o goleiro para o vestiário. Venham com tudo!

Enquanto isto, Kamaradas e Companheiros planejavam a destruição do único partido que ainda tinha raízes liberais e algo de conservadora, o PFL. Não foi difícil, pois contavam com outro socialista marxista cujo caráter conheciam bem dos anos de exílio: César Maia. Este vivaldino travestido de pusilânime, que trafega muito bem do socialismo ‘moreno’ de Brizola a ‘líder da direita’ no Rio. Apesar de execrado por suas duas péssimas administrações na Prefeitura do Rio cuja grande obra foi uma ‘Cidade da Música Roberto Marinho’ de onde jamais se ouviu um acorde e que bem poderia ser transformada num hospital ou escola municipal, criou uma dinastia que inclui seu filho Rodrigo, Índio da Costa e outros. A lápide que selou o destino do PFL foi a troca de nome para DEM e a dos Estatutos para se adequar ao do socialista Partido Democrata Americano, deixando dignos representantes do velho partido, como Jorge Bornhausen, Kátia Abreu e poucos outros, pendurados no pincel. Mas o plano não se esgotava aí, ia e vai muito mais além: a extinção do Partido com a fusão aos kamaradas ou aos companheiros e aí estará completada a tarefa de acabar de vez com a direita no Brasil.

Porém, o mais desalentador foi observar, neste ano, a submissão revoltante e suicida dos liberais e conservadores mordendo a isca oferecida pelos kamaradas e companheiros e dedicando-se de corpo e alma – se é que já não a perderam – à campanha dos Companheiros de Viagem apresentando seu candidato como a salvação nacional!

Isto num país onde mais de 80% da população endossa a agenda conservadora e poderia votar numa candidatura que defendesse firmemente estes princípios – ou, na falta desta, numa campanha intensa a favor da abstenção! É desalentador! E não me venham com a palhaçada de que com os Companheiros seria mais fácil armarmos um esquema para a próxima eleição. Isto é balela que eu ouço há oito anos e suspeito que em 2014, já no auge da campanha dos Kamaradas, novamente dirão que as pesquisas mentem e se jogarão aos pés do Companheiro de plantão! Suicidas não se levantam de seus túmulos!



Artigo encaminhado para publicação no Jornal Inconfidência de Belo Horizonte, MG.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".