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quinta-feira, 1 de julho de 2010

'Empire' em ruínas

BBC BRASIL

Atualizado em  1 de julho, 2010 - 05:00 (Brasília) 08:00 GMT

Lucas Mendes
De Nova York para a BBC Brasil



Lucas Mendes em ilustração de Baptistão.
O império americano vai de mal a pior e o Empire State - Estado de Nova York - vai de pior a muito pior. E não vai sozinho. Quarenta e cinco Estados americanos estão no vermelho mas, por lei, são proibidos de falir ou de ter déficits, um privilégio limitado à União.
O que a lei não proíbe aos Estados é mentir e os números dos políticos mentem, mas até eles tem um limite. E chegamos nele. Em Nova York, o rombo é de mais de US$ 9 bilhões com possibilidades muito piores no ano que vem.
Como a Califórnia, estamos em calamidade fiscal e ambos são Estados com economias maiores do que a da Grécia.
Chocado com aposentadoria aos 50 anos? Ou, com copeiro de Brasília que vai ganhar US$ 9 mil reais por mês no Congresso? Bem-vindo aos excessos americanos.
Em Nova Jérsei, quatro policiais receberam mais de US$ 1 milhão nas aposentadorias por dias de férias e fins de semana trabalhados. Na Califórnia, um bombeiro de 51 anos se aposentou com um salário de US$ 241 mil por ano. Em Nova York, 3.700 funcionários públicos tem aposentadorias de mais de US$ 100 mil por ano.
Há os calotes estaduais e os calotes urbanos. 'Muni bonds' (municipal bonds) já foi investimento seguro. São promissórias das cidades, mas elas devem trilhões e não depositam os pagamentos nos fundos de pensão. O cano vai de US$ 1 trilhão a US$ 3 trilhões.
A próxima bolha? San Diego na Califórnia é uma senhora cidade e não pára de aumentar as aposentadorias dos funcionários, mas há muito parou de fazer os depósitos nas contas deles. Seus próprios economistas dizem que nao é mais uma cidade viável.
Você, turista, ou eu, como residente de Nova York, não percebemos que certos serviços, como linhas de metrô, escolas e assistência médica a pobres e velhos foram reduzidos ou eliminados, mas não vimos nem sentimos nada perto do que vem por aí.
O governador, David Paterson, passou a segunda-feira vetando mais de 600 leis da Assembleia Estadual, que não chega a um acordo sobre gastos e demissões. A cena da assinatura do veto era patética. Cego, o governador colava o nariz no papel para ver onde era a linha da assinatura.
Com o prestígio no fundo do poço, envolvido em escândalos e sem nenhuma chance de se eleger, o governador optou pela verdade sem conchavos parlamentares. O prestígio dele disparou, mas hoje, 1º de julho, não sabemos se a briga entre o governador e a legislatura vai suspender todos serviços não essenciais de Nova York, entre eles a polícia estadual. Como aconteceu na Califórnia, se acontecer aqui, quem tiver dinheiro a receber do Estado vai receber um I.O.U. - I owe you, "devo e não nego".
A artilharia está aberta por políticos estaduais e municipais, muitos deles ex-democratas, contra os sindicatos. Como se o presidente Lula disparasse contra os companheiros do PT. As propostas são de cortes radicais em salários, benefícios e aposentadorias de professores, policiais, bombeiros e burocratras.
De costa a costa, só quatro Estados não estão no vermelho - e o Alasca. Os outros não vão escapar das demissões, de reduções de salários e aumentos de certos impostos sobre bebidas alcoólicas, refrigerantes e tabaco. US$ 11 por um maço de cigarros em Nova York. Vai arrecadar impostos ou incentivar o contrabando?
Nesta fossa vermelha, a solução que ganha terreno nos Estados Unidos anti-Obama é a republicana, como a europeia. Menos estímulos do governo, menos déficits. A iniciativa privada será responsável pela geração de empregos. O plano de Obama já perdia apoio em casa e perdeu apoio no G20 em Toronto. O Brasil foi um dos poucos parceiros dos americanos.
Os irlandeses foram os primeiros a adotar a fórmula da super-austeridade e estão cada dia piores, mas vários países europeus, até a Inglaterra, acham que o caminho é por aí.
Nós nos perdemos nesta viagem. Onde vamos? Nenhum problema. É só seguir a trilha da fossa do Empire.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".