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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Do jeito que as Farc gostam

MÍDIA SEM MÁSCARA

Não podemos acusá-lo de dubiedade. O editorialista começa o texto mostrando que, entre o governo democrático da Colômbia e um grupo terrorista que seqüestra, tortura e mata, ele fica com o grupo terrorista que seqüestra, tortura e mata.
Eu sei que todo jornal brasileiro é obrigado por lei a dar 80% de sua redação aos esquerdistas, mas publicar umeditorial assinado pelas Farc me parece um pouco demais. Foi o que fez o jornal O Povo deste sábado, 26 de junho, ao comunicar aos seus leitores que as Farc estão chateadas com a vitória de Juan Manuel Santos e, portanto, da estratégia iniciada por Álvaro Uribe. Segue o editorial:
"A despeito das radicalizações

Ainda não foi desta vez que uma eleição presidencial na Colômbia trouxe a possibilidade de paz, no país, que enfrenta uma guerra intestina há mais de quatro décadas. O grupo guerrilheiro das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) disse em um comunicado que a eleição do ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos para a presidência da Colômbia levará a "um processo de radicalização da luta política" no país".
Não podemos acusá-lo de dubiedade. O editorialista começa o texto mostrando que, entre o governo democrático da Colômbia e um grupo terrorista que seqüestra, tortura e mata, ele fica com o grupo terrorista que seqüestra, tortura e mata. A guerra intestina só chegaria ao fim se o povo colombiano elegesse um presidente do agrado das Farc e do Foro de São Paulo. Taí uma sugestão para os moradores do Rio de Janeiro: elejam um governador endossado pelo Comando Vermelho.

"A abstenção de 55% e o uso da máquina em favor do candidato oficial foram apontados pelos guerrilheiros como fatores de contestação da eleição. Para os países vizinhos da Colômbia, a estabilização do país seria o melhor presente que poderiam receber, já que desarmaria o maior foco de tensão na América do Sul, depois da Venezuela. Não há como negar que a guerrilha perdeu muito em legitimidade, tanto porque tem uma relação promíscua com o tráfico de drogas (sob o pretexto de se autofinanciar), como porque a Colômbia escolheu um caminho sábio para enfrentar a guerrilha, ao recusar enveredar pela ditadura. Embora sua democracia seja acusada de muitos defeitos, sobretudo na área dos direitos humanos, o simples fato de manter a normalidade institucional democrática fortalece o regime perante a comunidade internacional".

Para o editorialista, a versão que vale é a dos terroristas. Como bandidos acuados pela polícia, eles não gostaram da eleição de Juan Manuel Santos e saíram dizendo que foi marmelada. O editorialista do Povo não iria deixar seus amigos na mão e comunicou aos leitores que foi marmelada. Para que a tese adquira ares de seriedade, o sujeito malandramente passa a elogiar Álvaro Uribe, um bom rapaz, que, vejam vocês, recusou-se a enveredar pela ditadura ao combater as Farc. O editorialista é um democrata, não há dúvida! E ele, como sempre, está escrevendo na condição de porta-voz da comunidade internacional, coisa que muito impressiona o leitor simplório.

"É verdade que quando o movimento guerrilheiro se iniciou o modelo institucional colombiano estava carcomido pela corrupção e pela falta de credibilidade de suas instituições. As oligarquias se revezavam no poder, através de um processo eleitoral extremamente corrupto e ilegítimo. Na medida em que essa situação sofreu alguma modificação positiva, a guerrilha perdeu forças. Infelizmente, as radicalizações de um lado e de outro do espectro político fizeram fracassar as possibilidades de uma saída pacífica para a crise. Um desses exemplos danosos foi o assassinato pela direita de um líder guerrilheiro que convencera sua organização a aceitar o caminho eleitoral, e foi assassinado quando disputava a eleição".

Agora o editorialista apresenta o seguinte argumento: antes as Farc podiam seqüestrar, torturar e matar porque o governo colombiano era corrupto. E vejam que lance maroto: quando um sujeito das Farc é assassinado, é assassinado pela "direita". Em nenhum momento é dito que as Farc são de esquerda. Quem seqüestra, tortura e mata (às vezes por degolação) é um grupo cuja ideologia é encoberta. Mas quando um desses anjos é morto logo aparece o matador: a direita, sempre ela.

"Espera-se, contudo, que apesar de o novo presidente já vir marcado por sua atuação no Ministério da Defesa, aproveite o início de um novo governo para tentar novamente uma saída pacífica para o conflito. Só um acordo político abrangente que convença os guerrilheiros a disputarem as eleições, como partido legal, e a respeitarem as regras do jogo democrático (desde que lhes seja assegurada uma participação efetiva na vida política do país) poderia fazer com que essa longa tragédia chegasse ao fim e a Colômbia recuperasse sua paz interna. É o que todos seus vizinhos desejam".
Realmente Juan Manuel Santos é um homem marcado. Ele traz de sua atuação no Ministério da Defesa a marca da vitória do regime democrático colombiano sobre a guerrilha comunista defendida pelo editorialista, que encerra sua apologética terrorista pedindo a transformação de seqüestradores e assassinos em vereadores, prefeitos e presidentes - em suma, a coroação do terror como arma política. Como explicou o professor Olavo de Carvalho inúmeras vezes:

"Para uma organização que matou trinta mil pessoas e manteve três mil seqüestrados presos em condições sub-humanas durante quase uma década, ser de repente admitida como partido político e automaticamente anistiada de todos os seus crimes é mais do que um presente generoso: é a vitória perfeita, a realização integral dos seus sonhos mais lindos."

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".