O voto que falta
Jayme Copstein
10/07/10
Estamos começando mais uma campanha eleitoral. Desde já nota-se que não há nem o entusiasmo nem a repercussão das vezes anteriores. É como se fosse jornal de ontem, filme repetido mil vezes na tevê,
A apatia será atribuída a muitas causas , mas, como sempre, ninguém querendo ver o sistema eleitoral do voto proporcional, perversão que frauda a vontade do eleitor, a esgotar a paciência de todos. O cidadão sabe em que desejou votar, mas ignora em quem votou realmente e acabou elegendo.
O próprio candidato nem sabe quem é seu eleitor. Ignora a quem representa. Logo, não tem compromissos com quem quer que seja.
Resulta da distorção o que no Brasil é apelidado de democracia representativa. De democracia e de representatividade, nada tem. É uma ficção. Eleitores e candidatos se encontram a cada quatro anos, o eleitor passa um cheque em branco a um partido que o usa a seu bel-prazer, favorecendo apaniguados da oligarquia confortavelmente instalada em sua direção.
Onde está a democracia? Onde está a representatividade neste ritual que elege pequenos ditadores com mandato fixo de quatro anos, sem obrigação de prestar contas a quem quer que seja?
Está na hora de mudar para o voto distrital puro. O País, o Estado, os Municípios são divididos em distritos, onde os candidatos só disputam os votos dos eleitores daquele distrito e só daquele distrito. Ond e terão de defender um programa que, se não for cumprido, pode lhes custar o mandato, no processo de retomada. Onde, também, a cada momento podendo ser chamados para explicar porque fizeram ou deixaram de fazer.
Como os candidatos só precisam dos votos de um só distrito, o custo da campanha se reduz drasticamente. O que os torna independentes de doações e reduzem a possibilidade de que se corrompam.
Das duas uma: ou reformamos o exaurido e pervertido sistema eleitoral do voto proporcional ou daqui a algum tempo teremos de mandar a Polícia para obrigar o brasileiro a se interessar pelas eleições e dar caráter legal a esta farsa a que chamamos de democracia representativa..
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