Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Olavo de Carvalho e eu

BLOG DO ANGUETH

Quinta-feira, Março 25, 2010


Respondo, com este post, a um leitor que me faz alguns questionamentos sobre minha opinião a respeito de Olavo de Carvalho. É uma cobrança não rara que me fazem. Aproveito então a oportunidade para esclarecer aos interessados. Quem se interessar acesse os todos os comentários aopost O Estado Servil.
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Caro Pedro,

Você diz que confiro um valor salvacionista à obra do Olavo de Carvalho. Se faço isso, faço-o apenas sob o ponto de vista de que quem não se desfizer da carga esquerdista que pesa sobre todos nós, não poderá ser salvo; e isto é doutrina católica clara. A obra do
Olavo é, para a solução deste problema, um recurso único no Brasil atual.

Algumas observações sobre a expressão “obra do Olavo”:

1. Sou incompetente para julgar toda a obra dele. Ela é muito vasta para meus conhecimentos atuais: ela cobre muitos campos e é muita areia para meu caminhãozinho.

2. Como ele ainda está vivo (e espero que continue por muito tempo) sua obra é uma obra em evolução, uma obra inacabada. A evolução é claramente notável para mim que o acompanho há quase 15 anos.

3. Algumas coisas já dão para afirmar sobre ele, sob meu ponto de vista: é o maior pensador brasileiro vivo, pela amplitude de seus interesses, pela fundamentação de sua análise e pelo vácuo acadêmico que se criou em torno dele (tomo isso como admissão acadêmica de sua importância); é o maior polemista (no bom sentido) que conheci nestas paragens; é um grande professor de filosofia; é o melhor colunista e o melhor correspondente internacional de todos os jornais brasileiros (parabéns ao Diário do Comércio de SP por mantê-lo dentre seus colunistas); ninguém entende mais, no Brasil, da dominação islâmica do que ele; ninguém entende mais, no Brasil, de governo global e tendências globalizantes, do que ele; ninguém tem uma crítica tão procedente sobre a falsa autoridade da ciência e nem sobre a instrumentalização da ciência pela burocracia estatal.

Disso tudo, dá para notar que eu não considero Olavo só inteligente e erudito; ele é muito mais que isso.

Você afirma que ele conduz seus alunos de filosofia a erros gnósticos. Bem, eu sou aluno dele em seu curso de filosofia, ministrado pela Internet. Não identifiquei, até agora, nada disso. Seu curso é simplesmente EXCEPCIONAL. Não nego que ele admire Leibniz e Schelling, como você diz. Ele admira muitos outros filósofos e despreza outros tantos. Não nego que algumas de suas afirmações, se tomadas em separado, podem levar alguns a considerá-lo gnóstico, genoniano, schuoniano, etc.

Sobre Olavo conduzir alguém à boa doutrina ou não, digo que não conheço autoridade eclesial no Brasil que entenda mais de doutrina católica que Olavo. Tome aí todos os cardeais, bispos, padres, etc.; mais que ele ninguém entende. Ademais, em suas aulas de filosofia, ele comenta, interpreta e ensina aspectos e características da doutrina católica. Você poderia me perguntar se o considero um católico modelo. Eu diria que NÃO! Acho que nem ele se considera assim.

Tampouco considero Olavo um ativista político, como você o faz. Você diz que ele não propõe o Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo. Disso eu não sei, mas me cite um cardeal, um bispo, um padre, em qualquer lugar do mundo, que o proponha (fora, claro, da ala tradicionalista da Igreja). Cite-me um papa pós-conciliar que propôs tal coisa.

Sobre a auto-declaração de catolicismo do Olavo ela é claríssima em muitas ocasiões: ele inicia seu programa semanal de rádio fazendo uma oração à Virgem Santíssima e a São Padre Pio. No curso de filosofia, ele declara permanentemente ser católico apostólico romano. Ele declara sua obediência ao Papa, apesar de não perder oportunidade de enfatizar a crise da Igreja e de criticar algumas declarações papais. Além disso, a base de todo o seu ensinamento filosófico é a CONFISSÃO. Seu modelo de confissão é Santo Agostinho. Segundo ele, quem não for capaz de fazer uma confissão perfeita, não só não obterá o perdão de Deus, mas não será capaz de nenhum conhecimento filosófico.

Você comenta sobre anúncios da maçonaria no site do Olavo. Bem eu já vi anúncios semelhantes em muitos sites catolicíssimos. Esses anúncios são incontroláveis. Não creio que o Olavo transija com a maçonaria.

Antes de finalizar, devo dizer que discordo do Olavo em muitas coisas. O problema é que para verbalizar uma discordância com um intelectual da estirpe do Olavo, a pessoa tem de pensar muito, tem de estudar muito, tem de afinar seu arsenal intelectual como alguém afinaria um Stradivarius. Tomar uma ou outra afirmação, um ou outro artigo, um ou outro trecho de livro de sua autoria e discordar ou desgostar é fácil. Colocar no papel a crítica, os pontos falhos, as deficiências do pensamento dele, enfim debater com ele no nível em que ele se encontra, isto é outra história.

Para finalizar, não sou olaviano, no sentido pejorativo que tem hoje esta palavra. Não tomo suas palavras como a última expressão do oráculo, nem como ordem que deve ser colocada em prática. Não participo de discussões vãs pelo Orkut sobre as virtudes e defeitos do Olavo. Mas quando Olavo emite uma opinião, expressa o resultado de uma análise, conclui sobre algo, eu o ouço com muitíssima atenção. Ele não é qualquer um. Ele é um pensador, da mais alta casta. Se você disser que olaviano é quem o admira e lhe é grato, bem aí eu sou olaviano, sem nenhuma restrição. Quem toma o Olavo como guru, como a última palavra sobre tudo – ou seja, um olaviano, segundo o sentido pejorativo do termo – peca contra o primeiro Mandamento da Lei de Deus, peca por idolatria. Neste caso, concordo com você, este olaviano não pode ser católico, não por causa do Olavo, mas por causa de Deus.

Agradeço a oportunidade que você me deu de falar sobre este assunto, pois muita gente andava me cobrando uma opinião.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".