Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

segunda-feira, 29 de março de 2010

A CAMINHO DO DESASTRE

A CAMINHO DO DESASTRE

Nivaldo Cordeiro

26 de março de 2010
http://www.nivaldocordeiro.net/acaminhododesastre

 
Os jornais de hoje trazem duas notícias, aparentemente desconectadas: mais uma espetacular elevação do déficit da Previdência Social e a inauguração de um shopping center de luxo em Brasília. A cada elevação de salários dos funcionários públicos o efeito cascata sobre a Previdência agiganta o défict. Os ociosos enriquecem, enquanto os que trabalham empobrecem. Outra notícia é que o reajuste proposto pelo governo para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo será majorado pelo Congresso Nacional.

O céu é o limite para o populismo. A ata da última reunião do Copom revela o que toda gente sabe: a inflação está se aproximando do descontrole. Talvez estejamos vivendo a agonia final do que restou do Plano Real e o seu compromisso com a disciplina fiscal, que nisso consiste todo o Plano. Não é possível ter estabilidade de preços com o Estado gastando com rédea solta.

O drama previdenciário está posto e o novo governo a tomar posse no Ano Novo não escapará de lhe dar combate frontal, diga o que disserem os candidatos. Isso implica em cessar reajustes nominais, arrumar maneira de reduzir benefícios e aumentar a contribuição de todos, inclusive dos retirados.

O drama está em que os aposentados constituem a maior força político-eleitoral no Brasil. Nenhuma “categoria” terá mais força que eles. Todo o funcionalismo público, por exemplo, está empenhado na manutenção do sistema como ele está constituído.
Aqui vemos o sentido da expressão “privatizar o Estado”na sua plena acepção. Em que consiste isso? Em um gigantesco sistema de rapina sobre aqueles que trabalham, via impostos, para repassar os recursos a um contingente crescente de desocupados, que vivem nababescamente. Abrir shopping de luxo em Brasília, cidade que praticamente vive de impostos federativos, é sintoma dessa disfunção abissal, que escraviza quem trabalha para bancar a boa vida dos desocupados.

A situação é disfuncional não apenas do ponto de vista moral. É também do ponto de vista político e econômico. Politicamente o déficit previdenciário poderá colocar em xeque a legitimidade do processo democrático, na medida em que as instituições representativas não conseguirem tomar decisões contra o status quo dos aposentados. Do ponto de vista econômico temos o duplo desastre do retorno da inflação e do colapso do balanço de pagamentos. No fundo, estamos vendo o Brasil ser transformado em uma sociedade de rentistas. Mesmo a máxima carga tributária é insuficiente para garantir as “conquistas” dos aposentados. O desastre é certo.
A classe política evita discutir o assunto. Toda a gente relevante foi “incluída” no sistema, a começar pelos políticos. Todo mundo tem a sua boquinha na Previdência Social. O benefício privado aqui é imediato e incompatível com a saúde sistêmica da economia e do sistema político. O benefício público da estabilidade de preços é simplesmente ignorado da forma mais egoísta.

Esse é o grande nó da economia brasileira. Estamos vendo onde vai dar a hipertrofia do setor público puxada pelo crescimento do funcionalismo e das aposentadorias no caso da Grécia, que está falida. Imaginar uma situação igual para o Brasil nos próximos anos é realista, especialmente depois do reinado de Lula, que elevou as “conquistas” do funcionalismo e dos aposentados para limites impossíveis.

Inevitável concluir que, de novo, podemos viver a espiral cambio/salários, ou seja, uma explosão da inflação. Quem viver verá.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".