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segunda-feira, 29 de março de 2010

E o tamanho do Estado, vai ser discutido?

INSTITUTO FEDERALISTA

Publicado em 27/03/2010

É bem difícil que nestas eleições isso não ocorra. Não há espaço para que a população compreenda a diferença entre um modelo e outro. Alguém que pregasse um projeto de menos impostos e menos Estado na vida dos cidadãos e empresas certamente não seria compreendido ou até, seria simplesmente deixado de lado. A razão disso é simples: o estatismo está muito presente na cabeça do brasileiro. Diz um ditado que “não adianta destronar o rei se as pessoas não o destronarem de suas próprias mentes”. E o caso brasileiro é clássico, pois o Império ainda não acabou. 

Com a ampliação dos programas sociais, com as costuras plutocráticas bem feitas pelo atual governo, satisfazendo muitos empresários, com a utilização plena do poder de fogo concedido pelo redistributivismo resultante da concentração tributária, controlando o Legislativo quase em oposições e um claro desequilíbrio no STF com nove indicações feitas pelo atual presidente, não se pode dizer que o Império tenha terminado, ao contrário, se tornou mais próximo do absolutismo, algo vivido somente no Brasil Colônia até a Constituição de 1824. A herança maldita parece ser hereditária mesmo...


É certo que a candidata do atual governo pretende impor mais força ao Estado Brasileiro, como vem afirmando sem ficar vermelha, descontando o trocadilho, obviamente. Isso significa concentrar ainda mais os poderes, ampliando a dependência de cidades e estados ao Governo Central, depois de extorqui-los de todas as formas através da capilaridade social composta por empresas e sociedade. Já o principal oponente, Serra, reza pela cartilha social-democrata, uma esquerda rosada, muito chegada ao estatismo, embora talvez não oferecendo as inseguranças ideológicas que o atual partido ainda oferece. Do lado deste último, a apresentação do 3º PNDH e as demais tentativas anteriores de diminuir conquistas democráticas, liberdade de imprensa e os estranhos comportamentos da diplomacia instalada no Itamaraty conflitam com qualquer discurso contrário.
 


Resta à sociedade ficar com o menos arriscado, em nossa opinião. Ao que parece, será difícil que haja um contraponto que poderia servir como processo reflexivo-educativo. Haveria espaço na mente do brasileiro médio e comum para considerar idéias de maior responsabilidade para si e para suas cidades do que para o Grande Paizão Federal? É preciso assumir corajosamente a necessidade de demonstrar ao Povo o tamanho do Estado, o seu peso, o custo em pobreza e tristeza, a indignidade que gera em uma sociedade cujo tecido se esgarça, sem que se saiba qual é o seu limite. E demonstrar os caminhos para isso, o “como fazer”. O desprendimento do poder se faria necessário em uma pessoa ou equipe assim. Sem um projeto, apenas com promessas isso é impossível, pois o poder, ainda mais centralizado e horizontalizado sobre todo o País, tem facetas quase que indomáveis, por uma série de motivos que não cabem neste curto espaço editorial. Para esta eleição ainda não vemos tal possibilidade.
 

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".