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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

HONDURAS 1, HILLARY 0

Fonte: SACRALIDADE


Editorial The Wall Street Journal

A Secretária de Estado Hillary Clinton proclamou o resultado como um triunfo diplomático, mas é mais exato dizer que o acordo livrou-a e à Administração Obama do abismo em que caíam por fazerem o jogo de Zelaya.

O acordo hondurenho proporcionou para a Secretária de Estado Hillary Clinton uma elegante saída diplomática.

Se a Sra. Clinton quer chamar isto de vitória, de fato é uma vitória — para Honduras.



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O negociador Thomas Shannon, Sub-Secretario de Estado para assuntos latino-americanos, reconheceu que os hondurenhos tem o direito de escolher os seus próprios líderes

A grande novidade em Honduras é que a gente boa parece ter vencido o impasse político, que durou quatro meses desde o exílio do ex-presidente Manuel Zelaya. O atual presidente Roberto Micheletti concordou ontem em submeter o pedido de retorno ao poder do Sr. Zelaya à Suprema Corte e ao Congresso e, em troca, os Estados Unidos retirarão as sanções e reconhecerão as eleições presidenciais de novembro.

Não é provável que Zelaya — cujo mandato termina em janeiro próximo — seja reempossado, dado que a Suprema Corte por duas vezes decidiu contra o seu direito de permanecer no cargo. E o Congresso hondurenho, que aprovou em junho sua destituição, levará em conta a opinião da Suprema Corte para decidir se será ou não reconduzido ao poder.

Há o risco de que o venezuelano Hugo Chávez e outros aliados tentem comprar apoio para Zelaya e promovam outros distúrbios. Mas não é provável que os hondurenhos — que justamente resistiram à enorme pressão norte-americana para reintegrar Zelaya — agora se deixem intimidar.

A Secretária de Estado Hillary Clinton proclamou o resultado como um triunfo diplomático, mas é mais exato dizer que o acordo livrou-a e à Administração Obama do abismo em que caíam por fazerem o jogo de Zelaya. Os hondurenhos que depuseram o Sr. Zelaya atuaram inteiramente dentro do terreno da legalidade devido às ameaças de violência e às violações da Constituição de seu país feitas com o intuito de obter nova reeleição. Entretanto, os Estados Unidos se intrometeram e exigiram que o Sr. Zelaya fosse reintegrado.

Mas os hondurenhos não quiseram se dobrar. E o Departamento de Estado afinal concluiu que Honduras — com ou sem a concordância norte-americana — faria as eleições previstas. O acordo hondurenho proporcionou para a Sra. Clinton uma elegante saída diplomática.

Washington e a OEA prometeram enviar observadores e reconhecer as eleições; não haverá anistia para Zelaya quando responder por seus crimes; os zelaístas renunciam aos seus planos de convocar assembléia constituinte para reescrever a Constituição. Se a Sra. Clinton quer chamar isto de vitória, de fato é uma vitória — para Honduras.[1]

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Publicado no The Wall Street Journal em 31/10/2009.

Tradução : André F. Falleiro Garcia.


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Nota de Sacralidade:

[1] O jornal espanhol La Vanguardia neste domingo (01/11/09) publicou o artigo Zelaya amenaza con patear el tablero si no le restituyen de inmediato, de Joaquim Ibarz, que afirma: "Zelaya, apanhado na ratoeira brasileira, tinha poucas opções. Fontes diplomáticas de Tegucigalpa comentaram com La Vanguardia que Zelaya, como é evidente, sabia muito bem que firmava um documento que lhe era muito desfavorável, por deixar em mãos do Congresso, que o destituiu, seu eventual retorno à presidência, sem fixar nenhum prazo para essa decisão, apesar da proximidade das eleições; segundo essas fontes, o Sub-Secretário para a América Latina, Thomas Shannon, pressionou Zelaya para que assinasse o acordo, por que se não o fizesse, seu filho Héctor, que se encontra nos Estados Unidos, poderia ser julgado por narcotráfico".


Por sua vez, o jornal hondurenho El Heraldo acrescentou, ao publicar a notícia Zelaya fue obligado a firmar acuerdo político: "Não é a primeira vez que surge este tipo de acusação contra um dos filhos do ex-presidente. Em julho passado, poucos dias após sua deposição, o noticiário de Telemundo informou que o filho de Zelaya, Héctor, viajou com o grande chefe do narcotráfico mexicano, Joaquín 'Chapo' Guzmán. Estes supostos vínculos teriam sido o calcanhar-de-aquiles para que o ex-presidente firmasse o acordo que deixa sua restituição nas mãos do Congresso Nacional sob prévia análise jurídica do Poder Judiciário".

Um comentário:

Cachorro Louco disse...

Cavaleiro : Quem tem telhado de vidro não pode nunca atirar pedras nos telahdos alheios .Zelaya esqueceu deste velho ditado e se deu mal.Graças a DEUS.
Abraços

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".