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terça-feira, 4 de novembro de 2008

OBAMA: UM SOCIALISTA?

PAPÉIS AVULSOS do HEITOR DE PAOLA

Fred Hutchison, Renew America analyst, 30 de outubro de 2008




 


Bem, sim e não. Se você quiser dizer com isso aquilo que os americanos chamam de “socialismo rasteiro” e os britânicos de socialismo Fabiano, sim, Obama o é, definitivamente. O socialismo rasteiro e o socialismo Fabiano são movimentos em direção ao socialismo por meios democráticos e graduais.


 


O andar do rumo ao socialismo que Obama tomará como presidente será determinado: 1) por quão à esquerda ele está, de fato, no espectro político – um segredo que só Deus conhece 2) pelo nível de cooperação que ele terá do Congresso liberal-democrata 3) pela alta popularidade de que ele goza 4) pelos ventos políticos do momento. Podemos dizer com segurança que Obama é muito sensível aos ventos políticos predominantes. Sem dúvida um biógrafo futuramente contará a história de Obama como a de um marinheiro que pilota habilmente de acordo com a mudança dos ventos.


 


Os sinais característicos do socialismo rasteiro são o aumento da regulação governamental sobre os negócios, o aumento gradativo do imposto de renda, o aumento rápido dos gastos governamentais e um número cada vez maior de projetos governamentais de engenharia social. O histórico de Obama e as manifestações públicas mostram que ele apóia tudo isso – exceto quando os volúveis ventos políticos estiverem soprando na direção oposta a esses propósitos.


 


O que é socialismo?


 


Filósofos políticos conscientes definem socialismo como propriedade e gerência estatal dos negócios e dos meios de produção. A regulamentação governamental dos negócios não é socialismo por completo, mas a regulamentação pode ser um passo efetivo em direção ao socialismo total.


 


Na presente crise, o governo comprou ações preferenciais de bancos, adquiriu grandes blocos de hipotecas podres de Fanny Mae e assumiu a gerência da AIG, uma companhia de seguros gigantesca. Se o governo desistir destas aquisições quando a crise tiver passado, não é socialismo. Se o governo agarrar-se avidamente a estes tesouros, é socialismo.


 


Obama é outro Clement Attlee?


 


Clement Attlee, primeiro ministro britânico de 1945 a 1951, nacionalizou a indústria de aço, as minas, ferrovias, canais, cabo, telégrafo, a eletricidade e o gás. Ele também nacionalizou remédios e a seguridade e racionou alimentos. Em 1951, 20% da economia britânica estava nas mãos do governo. Attlee era um socialista.


 


Obama disse – ou pareceu dizer – que a socialização dos remédios seria a primeira coisa que faria como presidente, mas em virtude de suas posições serem reinterpretadas ou revisadas com freqüência, ele pode ainda descumprir esta promessa. Socializar remédios nos EUA vai requerer coragem política e não está claro, a julgar pela trajetória política de Obama, se ele a tem.


 


Além dos remédios, o que mais Obama pode ser tentado a nacionalizar?


 


Agora que a AIG, a maior companhia de seguros americana está nas mãos do governo, Obama pode sentir-se tentado a estatizar a seguridade. Ele pode estabelecer o controle permanente do governo sobre a Fannie Mae e outras partes da indústria hipotecária.


 


Obama pode também restaurar a “Fairness Doctrine” da Comissão Federal de Comunicações (Federal Communications Comission - FCC) que tinha sido utilizada para silenciar a voz conservadora. Desde que Reagan aboliu a Fairness Doctrineem 1985, a talk radio conservadora e a Fox News tem sido uma pedra no sapato dos liberais-democratas e uma pedra no sapato de Barack Obama – em contraste à adoração inquestionada de Obama por parte da grande mídia, que não foi muito afetada pela “fairness doctrine”.


 


Obama assemelha-se a Attlee quanto à política externa?


 


Attlee liquidou o império britânico muito rapidamente, mesmo para as colônias que ainda não estavam preparadas para a independência.


 


Após a divisão da Índia, milhões sucumbiram. Attlee traiu o novo Estado de Israel retirando as tropas britânicas e entregando Israel à tutela das Nações Unidas, que demonstraram ser o menos confiável dos amigos de Israel.


 


Obama pode adotar políticas como esta?


 


Sim. Uma das poucas políticas que ele tem consistentemente declarado é de que ele vai retirar as tropas do Iraque de acordo com um cronograma rígido, independentemente se o Iraque estiver ou não preparado para defender-se sozinho e manter a estabilidade social.


 


Obama protegerá Israel?


 


Ele diz que sim, mas como diria um velho escocês, “I hae me doots” (tenho minhas dúvidas. Durante as primárias, Obama disse que gostaria de falar pessoalmente com Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, sem pré-condições. Ele mudou, obviamente, sua opinião a este respeito diversas vezes já que ele navega de acordo com os ventos predominantes. Contudo, considerando que Ahmadinejad freqüentemente prometeu destruir Israel, o fato de que Obama tenha em algum momento considerado conceder a Ahmadinejad a honra e legitimidade de uma visita presidencial pessoal sugere que Obama não é zeloso em relação a defender Israel.


 


O fato do pai de Obama ser parte árabe e muçulmano influencia a atitude de Obama em relação a Israel?


 


Não sei. Mas talvez o amigo de Obama, o professor pró-terrorista Rashid Khalidi, saiba a resposta. A organização de Rashid “lamenta o estabelecimento de Israel como uma catástrofe”. Obama participou de um conselho que fezuma doação à organização de Rashid. Rashid foi um arrecadador para a organização política de Obama. Um arranjo bastante confortável, de fato. Eles são amigos.


 


Então, Obama vai combater terroristas ou defender Israel?


 


I hae me doots.


 


Obama é marxista?


 


Só sabemos três coisas a este respeito. (1) Na juventude e nos primeiros anos como adulto, Obama teve dois mentores, ambos marxistas – Frank Marshall Davis e o Reverendo Wright. (2) Como jovem adulto, Obama foi influenciado pelos escritos do marxista Saul Alinski. (3) Obama faz comentários periódicos que, aos meus ouvidos, soam um tanto marxistas como “justiça econômica”, “coalizões para a mudança redistributiva”, “espalhar a riqueza” e a comparação entre a América não segregada dos anos 1950 com a Alemanha nazista.


 


Há vários tipos de socialismo e o marxismo é um só. Portanto, idéias marxistas podem muito bem ter feito parte do desenvolvimento de um jovem socialista como o jovem Obama pode, plausivelmente, ter sido.


 


© Fred Hutchison


 


Tradução: Marcel van Hatten


O analista de RenewAmerica Fred Hutchison também escreve uma coluna para RenewAmerica.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
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‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".