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quarta-feira, 20 de agosto de 2008

O racismo do governo petista

Do portal NAÇÃO MESTIÇA

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Leão Alves

Notícia do Amazonas, Manaus (AM), 23/06-06/07/2006

O governo petista está ressuscitando uma antiga e não muito conhecida forma de racismo, o antimestiço, e fazendo da negação da identidade mestiça uma nova versão de limpeza étnica. Racistas como o conde Arthur de Gobineau, que residiu no Brasil no séc. XIX, defendiam que a mestiçagem levaria à decadência geral da humanidade porque, afirmavam, debilitaria o que cada raça teria de melhor. Para evitar este “perigo”, defendiam a necessidade de preservação da diversidade e da pureza racial dos povos – um dos frutos mais recentes dessa ideologia foi o sistema de apartheid sul-africano.

Ministra Matilde Ribeiro (centro) recepciona com hostilidade delegada mestiça do Amazonas (de blusa amarela) durante 1ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, em Brasília.

A política racial do governo petista vê na mestiçagem uma ameaça a seu projeto de transformar a sociedade brasileira num grande mosaico de nacionalidades e de tornar a idéia de povo brasileiro uma ficção do passado. Para o presidente de honra do PT e presidente do Brasil não há sentido em palavras como mulato, caboco ou cafuzo; para Lula as pessoas que se identificaram como pardas nos censos oficiais estavam na verdade desejando dizer que eram negras. Eis a dificuldade de Lula para falar as palavras mestiço e caboco em seus pronunciamentos sobre assuntos étnicos e raciais, inclusive quando fez comentários sobre a igualdade racial entre os humanos em seu último discurso em Manaus.

"Admiradores de Lula atacaram em Manaus uma militante do movimento Nação Mestiça que pedia um lugar no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial"

Com o mesmo estilo e ânimo daquele pessoal que, “com a certeza na frente” e verbas públicas na conta, realizou um quebra-quebra em Brasília, admiradores locais do presidente atacaram uma senhora que assistia à pré-campanha de Lula a fim de arrancar dela uma faixa do movimento Nação Mestiça, na qual era solicitado ao presidente que os mestiços também tivessem representação no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial. Este conselho, composto em sua maioria por organizações do movimento negro, também possui, para satisfazer exigências políticas e legais e para justificar seu nome, representações solitárias de indígenas, ciganos, judeus, palestinos e árabes.

O conselho é um órgão consultivo da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial cujo nome (que lembra um título de tese) é resumido na sigla SEPPIR. A SEPPIR é administrada por Matilde Ribeiro, histórica militante do PT e do movimento negro.

Como todos sabem, quando Cabral apareceu por estas terras, havia aqui os nativos. Com a colonização portuguesa, nasceram os primeiros mestiços de branco e indígena, chamados pelos europeus, possivelmente por sua cor, de mamelucos e pelos indígenas, talvez por sua origem, de cabocos. Depois chegaram os negros, surgindo os primeiros mulatos e os primeiros cafuzos – bem antes do PT e do governo Lula, bem antes do iluminado discurso de que mestiço e pardo são invenções da Globo.

O governo foi além de reconhecer e devidamente valorizar as manifestações das diversidades já existentes no povo brasileiro: decidiu promover a diversidade como um bem em si mesmo ao ponto de inventá-la, nos seus termos e interesses. Enquanto no Amazonas os cabocos são constrangidos a se assumirem negros, no Mato Grosso a Funai impõe a mestiços chiquitanos a identidade indígena – com direito a cacique (indicado pelo governo) e tudo.

"O governo petista tem espaço para índios, negros, judeus, ciganos, árabes, palestinos e brancos, mas não tem espaço para mestiços. Fomos até impedidos de participar de um seminário do PT"

A diversidade do governo petista tem lugar para índios, negros, judeus, ciganos, árabes, palestinos e brancos, mas não tem lugar para mestiços. Dia 13 de maio último, no Parque do Idoso, a Ministra Matilde Ribeiro compareceu a um seminário promovido pelo PT sobre temas raciais. Houve poucos participantes, petistas e não petistas, entre eles representantes do movimento indígena, do movimento negro e da recém criada Secretaria Municipal de Direitos Humanos (SEMDIH). Membros do movimento mestiço que compareceram ao Parque do Idoso foram impedidos de assistir ao evento sob a alegação de não pertencerem ao partido. Quando pedem o voto do eleitor não são tão exigentes.

Calibrado no discurso e no apoio de organizações não-governamentais, várias delas com sede na Europa e EUA, o projeto de Lula para o Brasil é o de uma nação e de um país retalhado – e quanto mais, melhor – e o de um estado com finalidade simplesmente administrativa. Não há povo brasileiro, já ensinam; povo brasileiro é coisa de Darcy Ribeiro. Quanto aos afro-brasileiros (e aqueles que eles assim consideram) devem ser divididos e tribalizados, ou melhor, aquilombados.

Ministra Matilde Ribeiro (centro) recepciona com hostilidade delegada mestiça do Amazonas (de blusa amarela) durante 1ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, em Brasília.

Quanto a esta última observação, o que não é lembrado pelo discurso do governo petista é que os escravos negros e afro-mestiços não fugiam para quilombos porque rejeitassem a sociedade européia ou a cultura ocidental; fugiam para quilombos porque era melhor viver neles do que como escravos nas senzalas; o próprio escravismo, motor do sistema colonial europeu da época, não era desconhecido na África. Com o fim da escravidão, a opção da absoluta maioria dos ex-escravos foi continuar convivendo com os brancos, rareando o surgimento de novos quilombos.

"Em sua política etnocida, o governo opta por alimentar preconceitos, desvalorizar o processo de mestiçagem nacional e determinar quais devem ser as identidades étnicas e raciais adequadas"

O discurso oficial não lembra que a maioria absoluta dos negros que chega ao Brasil não vinha de sociedades tribais, mas de grandes sociedades comerciais; boa parte dos negros trazidos ao Brasil, possivelmente a maioria, era formada por prisioneiros de guerra transformados em produto de exportação e transportados dentro do território africano por antigas vias comerciais. Não há, assim, qualquer paralelo entre quilombos, e muito menos entre seus remanescentes, e sociedades tribais africanas. O governo petista, porém, decidiu promover a tribalização dos remanescentes de quilombos, decidiu estimular seu isolamento do restante da nação sob argumentos como a alegação de que possuem cultura diferenciada, de que esta cultura está ameaçada pelo restante da sociedade nacional, etc.

Em sua política etnocida favorável ao fracionamento do povo brasileiro, o governo opta, assim, por alimentar preconceitos, desvalorizar o processo de mestiçagem nacional – ocorrido nos próprios quilombos desde suas origens – e atuar contra a identidade mestiça e contra a idéia de identidade nacional. Pior, opta por determinar quais devem ser as identidades étnicas e raciais “adequadas” e reprimir os movimentos de afirmação da identidade mestiça. Seguindo as diretrizes da política racial do PT, militantes petistas locais têm apoiado a representação da Cultura Indígena e Afro-brasileira no Conselho Estadual de Cultura do Amazonas e a exclusão da Cultura Mestiça, o que implica na exclusão, p. ex., da cultura do caboco, dos ribeirinhos e da dos imigrantes nordestinos, elementos fundamentais na formação do povo amazonense e de sua identidade. Pois no raciocínio do governo petista, caboco não existe, mas se existe é pardo, e sendo pardo é negro e, sendo negro sua cultura já está contemplada nas políticas da SEPPIR para os afro-brasileiros. Se não se assume negro, que se assuma indígena, mas jamais mestiço – é o discurso etnocida com que o movimento mestiço tem lidado.

Submisso a esta política, o titular da Secretaria Estadual de Cultura, o bacharel Robério Braga, submete também a identidade cultural do povo do Amazonas a esta humilhação; identidade que, conforme preconiza a Constituição do Amazonas, é uma das finalidades do Estado proteger. Festival de ópera e chopp no Largo de São Sebastião podem ser muito agradáveis (em vários sentidos), mas cultura é algo bem mais amplo e difuso e política cultural, que é financiada com verbas públicas, deve prestar contas a quem a sustenta: o contribuinte.

Mas, graças a Deus, nem só de antimestiços é composto o poder e representantes da sociedade civil – de diversos partidos –, mais sensíveis à vontade do povo do que a encastelados sabichões, instituíram, no município de Manaus e no estado, o Dia do Mestiço, a ser comemorado em 27 de junho. Este é o espírito do movimento mestiço, o espírito da alma nacional, que repudia a discriminação, a perseguição ideológica, o racismo e o etnocídio.

Leão Alves é médico e presidente do Movimento Nação Mestiça.

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Mestiçofobia - DENUNCIE A POLÍTICA DO GOVERNO BRASILEIRO CONTRA MESTIÇOS

Mestizofobia - DENUNCIE LA POLÍTICA DEL GOBIERNO BRASILEÑO CONTRA MESTIZOS

Mestizophobia - DENOUNCE THE POLITICS OF THE BRAZILIAN GOVERNMENT AGAINST MULTIRACIALS

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2 comentários:

Anônimo disse...

Entre as etnias, não foi consierada a etnia caiçara, sobretudo do litoral norte paulista. Tendo em vista que o Vavá andou metido por lá, e muito, apesar de pequena, não é desprezível: royalties, Emídio Mendes, grilagem de terra, bacia Tupi, jogatina...(Operação Xeque-Mate), seqüestro de Washington Olivetto, refugiados nazistas encontrados por lá, Sílvio Pereira que se escondeu lá, na época do mensalão e otras cositas más... Lá presenciei a manipulação étnica mais perfeita de que já tive notícia.

Anônimo disse...

REVOLUÇÃO QUILOMBOLIVARIANA !
Manifesto em solidariedade, liberdade e desenvolvimento dos povos afro-ameríndio latinos, no dia 01 de maio dia do trabalhador foi lançado o manifesto da Revolução Quilombolivariana fruto de inúmeras discussões que questionavam a situação dos negros, índios da América Latina, que apesar de estarmos no 3º milênio em pleno avanço tecnológico, o nosso coletivo se encontra a margem e marginalizados de todos de todos os benefícios da sociedade capitalista euro-americano, que em pese que esse grupo de países a pirâmide do topo da sociedade mundial e que ditam o que e certo e o que é errado, determinando as linhas de comportamento dos povos comandando pelo imperialismo norte-americano, que decide quem é do bem e quem do mal, quem é aliado e quem é inimigo, sendo que essas diretrizes da colonização do 3º Mundo, Ásia, África e em nosso caso América Latina, tendo como exemplo o nosso Brasil, que alias é uma força de expressão, pois quem nos domina é a elite associada a elite mundial, é de conhecimento que no Brasil que hoje nos temos mais de 30 bilionários, sendo que a alguns destes dessas fortunas foram formadas como um passe de mágica em menos de trinta anos, e até casos de em menos de 10 anos, sendo que algumas dessas fortunas vieram do tempo da escravidão, e outras pessoas que fugidas do nazismo que vieram para cá sem nada, e hoje são donos deste país, ocupando posições estratégicas na sociedade civil e pública, tomando para si todos os canais de comunicação uma das mais perversas mediáticas do Mundo. A exclusão dos negros e a usurpação das terras indígenas criou-se mais e 100 milhões de brasileiros sendo estes afro-ameríndio descendentes vivendo num patamar de escravidão, vivendo no desemprego e no subemprego com um dos piores salários mínimos do Mundo, e milhões vivendo abaixo da linha de pobreza, sendo as maiores vitimas da violência social, o sucateamento da saúde publica e o péssimo sistema de ensino, onde milhões de alunos tem dificuldades de uma simples soma ou leitura, dando argumentos demagógicos de sustentação a vários políticos que o problema do Brasil e a educação, sendo que na realidade o problema do Brasil são as péssimas condições de vida das dezenas de milhões dos excluídos e alienados pelo sistema capitalista oligárquico que faz da elite do Brasil tão poderosas quantos as do 1º Mundo. É inadmissível o salário dos professores, dos assistentes de saúde, até mesmo da policia e os trabalhadores de uma forma geral, vemos o surrealismo de dezenas de salários pagos pelos sistemas de televisão Globo, SBT e outros aos seus artistas, jornalistas, apresentadores e diretores e etc.
Manifesto da Revolução Quilombolivariana vem ocupar os nossos direito e anseios com os movimentos negros afro-ameríndios e simpatizantes para a grande tomada da conscientização que este país e os países irmãos não podem mais viver no inferno, sustentando o paraíso da elite dominante este manifesto Quilombolivariano é a unificação e redenção dos ideais do grande líder Zumbi do Quilombo dos Palmares a 1º Republica feita por negros e índios iguais, sentimento este do grande líder libertador e construí dor Simon Bolívar que em sua luta de liberdade e justiça das Américas se tornou um mártir vivo dentro desses ideais e princípios vamos lutar pelos nossos direitos e resgatar a história do nossos heróis mártires como Che Guevara, o Gigante Oswaldão líder da Guerrilha do Araguaia. São dezenas de histórias que o Imperialismo e Ditadura esconderam.Há mais de 160 anos houve o Massacre de Porongos os lanceiros negros da Farroupilha o que aconteceu com as mulheres da praça de 1º de maio? O que aconteceu com diversos povos indígenas da nossa América Latina, o que aconteceu com tantos homens e mulheres que foram martirizados, por desejarem liberdade e justiça? Existem muitas barreiras uma ocultas e outras declaradamente que nos excluem dos conhecimentos gerais infelizmente o negro brasileiro não conhece a riqueza cultural social de um irmão Colombiano, Uruguaio, Argnetina,Boliviana, Peruana,Venezuelano, Argentino, Porto-Riquenho ou Cubano. Há uma presença física e espiritual em nossa história os mesmos que nos cerceiam de nossos valores são os mesmos que atacam os estadistas Hugo Chávez e Evo Morales Ayma , não admitem que esses lideres de origem nativa e afro-descendente busquem e tomem a autonomia para seus iguais, são esses mesmos que no discriminam e que nos oprime de nossa liberdade de nossas expressões que não seculares, e sim milenares. Neste 1º de maio de diversas capitais e centenas de cidades e milhares de pessoas em sua maioria jovem afro-ameríndio descendente e simpatizante leram o manifesto Revolução Quilombolivariana e bradaram Viva a,Viva Simon Bolívar Viva Zumbi, Viva Che, Viva Martin Luther King, Viva Oswaldão, Viva Mandela, Viva Chávez, Viva Evo Ayma,Rafael Correa, Fernado lugo,
Viva a União dos Povos Latinos afro-ameríndios, Viva 1º de maio, Viva osTrabalhadores e Trabalhadoras dos Brasil e de todos os povos irmanados.Movimento Revolucionario Socialista QUILOMBOLIVARIANO
http://vivachavezviva.blogspot.com/
quilombonnq@bol.com.br
Organização Negra Nacional Quilombo
O.N.N.Q. Brasil fundação 20/11/1970
por antonio jesus silva

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".