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segunda-feira, 14 de maio de 2012

QUEM PODE DIZER "NÃO!"

 

NIVALDO CORDEIRO

12/05/2012

É certo que o Brasil, conduzido por Dilma Rousseff e o PT, está a caminho do desastre. Na economia já fizeram soar os clarins do apocalipse. No plano das liberdades, as ameaças são antigas e continuadas. No da moral e dos bons costumes, temos assistido à criminalização das virtudes e a autorização legal (quando não acompulsoriedade) para a prática dos vícios, tresvalorando todos os valores.

[Ontem vi pela tv a cabo a fantasia cinematográfica do Quentin Tarantino, Bastardos Inglórios. Belo filme, a crônica do que poderia ter sido se quem podia dizer não o tivesse feito em tempo hábil. Toda gente sabia o que viria. Em 1929 Thomas Mann proferiu seu famoso discurso contra o nazismo. Raymond Aron, em 1932, também escreveu contra a loucura. Ortega y Gasset, Eric Voegelin, e Joseph Strauss também, mas nenhum deles tinha poder para tornar seu não efetivo. Todos que poderiam dizer não e tinham poder tornaram-se sócios da empreitada nazista. Nos primeiros anos tiveram lucros certos e espetaculares. Depois veio o mergulho no abismo.]

Quem pode dizer não ao PT hoje? Alguém diria: os eleitores. Ora, depois da propaganda maciça, da anestesia injetada no sistema educacional, da adesão interesseira das elites econômicas (os banqueiros em primeira hora, mas estes já estão purgando seus pecados), a classe política inteira e até mesmo o estamento militar não têm como dizer não ao aprofundamento da loucura política. Eu reconheço a extrema competência com que os revolucionários petistas estão conduzindo a coisa. Em oito anos de Lula, por exemplo, não ousaram mexer nos fundamentos da política monetária. Agora estão à vontade para ditar aos bancos regras draconianas, mesmo que sejam contra as leis econômicas.

Os eleitores não dirão não porque não têm senso crítico e a propaganda utilitarista recomenda mesmo é a troca de votos pelo benefício imediato oferecido pelos governantes. Vivemos a falsificação plena da democracia. Perdeu-se o medo coletivo da tirania. Nem mesmo os exemplos históricos das experiências tiranas parecem acordar a massa, que adormeceu letargicamente.

Os políticos são sócios maiores do butim, assim como os grandes empresários. Nenhum deles se colocará como oposição ao PT e sua loucura. Fazer oposição custa caro e empobrece.

A elite intelectual menos ainda. Não apenas é sócia, ela é quem pôs o PT no poder e é a gestora de sua aventura governante. Está no poder. Não há dissenso quanto ao gosto com que vê o PT no poder. O mesmo vê-se na imprensa, cevada com verbas publicitárias e com as redações entregues aos militantes partidários. Nunca dirão não.

E a Justiça? Bem vimos as recentes decisões do STF. Os ministros deixaram a majestade da toga para envergarem a bandeira partidária e agora deliberam como resignados e obediente militantes partidários. O Ministério Público também está grandemente tomado pela militância do PT, bem como a magistratura de primeira e segunda instâncias. A Justiça não é mais órgão de Estado, mas órgão partidário.

Quem pode dizer não, então? Ninguém. Alguns podem até ver com clareza o desastre que se aproxima e saber exatamente o que se passa. Mas gente assim está politicamente e economicamente isolada e não tem como influir no processo. E, se tentar, entrará na condição de alvo dos chefes do regime. Como aconteceu com a fraca e quase inexistente resistência ao nazismo, na Alemanha.

O Brasil terá que viver integralmente seu destino trágico, cujos acontecimentos são de difícil previsão. Beberá, até a última gota, do cálice preparado pelas esquerdas.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".