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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Jogos de aborto entre Brasil e ONU

 

JULIO SEVERO

23 de fevereiro de 2012

Julio Severo

Na semana passada, o governo de Dilma Rousseff foi pressionado pelo CEDAW (Comitê para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres) sobre um número alegado de 200.000 mortes de mulheres a cada ano por causa do aborto ilegal no Brasil. As representantes do Brasil não mostraram nenhuma disposição de questionar esse número patentemente inflado.

Dados oficiais do governo brasileiro mostram que 146 mulheres, cuja gravidez terminou em aborto, morreram em 1996. Em 2004, 156 mulheres morreram.

Onde foi que o CEDAW arranjou a estatística extravagante de 200.000 mortes? Das ONGs feministas brasileiras financiadas por instituições americanas pró-aborto como as Fundações MacArthur, Rockefeller e Ford, que geralmente patrocinam o treinamento pró-aborto de líderes feministas do Brasil, de modo que elas não estejam em descompasso com as feministas americanas em manobras de linguagem, estatísticas e ações políticas e legais.

Depois desse treinamento, elas estão prontas para avançar para ocupações governamentais e não governamentais, e muitas delas estão hoje no sistema da ONU ecoando insanidades ideológicas do Primeiro Mundo com uma voz “brasileira”.

O CEDAW cobrou as representantes brasileiras acerca dessa estatística elevada, perguntando: “O que é que vocês vão fazer com esse problema político enorme que têm?” O CEDAW também deixou claro que acredita que a criminalização do aborto está ligada à alta taxa de mortes por ano.

Essa foi uma “pressão” excelente e oportuna, pois o governo brasileiro tem toda disposição do mundo, ideológica e outras, para resolver “esse problema político enorme”. Dilma Rousseff, “ex-membro de uma organização terrorista comunista que lutava para derrubar o governo do Brasil nas décadas de 1960 e 1970, tem um histórico de apoio à descriminalização do aborto antes de sua corrida presidencial”.

Contudo, ela se viu forçada a assinar um documento de compromisso de não apresentar legislação abortista ou homossexualista durante seu mandato presidencial para elevar seus números cada vez mais baixos nas pesquisas eleitorais depois que os cristãos começaram a alertar a população sobre o histórico dela.

Por causa desse documento de compromisso, ela tem algumas dificuldades para resolver “esse problema político enorme”. Mas isso não a impediu de nomear Eleonora Menicucci como ministra das mulheres. Menicucci, que liderou a delegação do Brasil para “enfrentar” o CEDAW, é amiga de Rousseff e esteve encarcerada com ela na década de 1970, quando elas foram presas por terrorismo.

Menicucci era membro de um grupo feminista e foi treinada, na Colômbia, para realizar abortos. Ainda que o aborto seja ilegal no Brasil (exceto em caso de estupro e risco de vida para a mãe), ela se gabou de que ela mesma teve dois abortos propositados.

Não foi um desprazer para ela se encontrar com suas amigas feministas do CEDAW, que deixou claro que o CEDAW “não pode defender o aborto”. Apesar disso, Magaly Arocha, do CEDAW, disse à delegação brasileira: “As mulheres vão abortar. Essa é a realidade”.

O documento oficial da ONU disse: “Os abortos inseguros no Brasil são uma questão de grande preocupação para esse Comitê [para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres], que já recomendou que o Brasil descriminalize o aborto”.

Para acalmar suas camaradas abortistas na ONU, o relatório de Menicucci explicou a tentativa do governo de esmagar um projeto de lei que defende a vida chamado Estatuto do Nascituro, que proibiria o assassinato de crianças em gestação em todas as circunstâncias.

O CEDAW também se queixou para a delegação brasileira de que “dá para se ver práticas discriminatórias… de casamento na legislação e quis uma explicação”. Mas a resposta brasileira oficial assegurou que o governo vem adotando medidas para eliminar as “desigualdades”: “Importantes realizações estão sendo feitas por meios judiciais, principalmente o Supremo Tribunal Federal, que permitiu que duplas de mesmo sexo registrassem sua união civil homossexual”.

Uau! A prioridade do CEDAW, como agência da ONU para “ajudar” as mulheres, é avançar o “casamento” homossexual e o aborto! Não é de surpreender que o mesmo CEDAW que está avançando uma ideologia feminista radical seja um feroz inimigo do Dia das Mães. O CEDAW odeia todo traço original de características femininas. O CEDAW quer as mulheres em 50% de todas as ocupações masculinas, inclusive as forças armadas. O CEDAW odeia as mulheres em papéis femininos.

O CEDAW se queixou de que o Brasil tem um número pequeno de mulheres no Congresso Nacional. O ideal da ONU, é claro, seria 50%, mas pode ter certeza de que a ONU não ficaria contente se tais mulheres se parecessem com Madre Teresa de Calcutá. A mulher ideal para a ONU é como Eleonora Menicucci, com um histórico de abortos, treinamento para realizar abortos, terrorismo comunista e uma vida sexual promíscua. Com tais mulheres, o Congresso Nacional e Dilma nunca mais terão problema alguma para avançar o feminismo, o aborto, o homossexualismo e outras ideologias aprovadas pela ONU.

O CEDAW também elogiou muito a Lei Maria da Penha, uma lei contra violência doméstica. Qualquer mínimo ato violento de um marido ou parceiro pode acarretar penalidades duras contra eles. Contudo, em atos violentos entre mulheres e crianças em gestação, não existe nenhuma Maria da Penha para proteger as crianças de violência e assassinato, que são suavizados e transformados em direito. Se os homens adotassem semelhante insanidade, eles poderiam receber da ONU um “direito” de matar mulheres. E com tal insanidade em andamento, a preocupação prioritária da ONU seria o assassinato de mulheres como “direito”.

A realidade é que a preocupação prioritária do CEDAW com a delegação brasileira foi como descriminalizar o assassinato de bebês em gestação por meio do aborto!

Havia um interessante jogo entre o Brasil e a ONU. Menicucci e o CEDAW queriam defender o aborto abertamente, mas ambos recorreram a uma linguagem malandra para expressar seus sentimentos ideológicos.

O relatório brasileiro para CEDAW se queixou: “O afastamento de posições conservadoras em relação ao papel de homens e mulheres em nossa sociedade está ocorrendo mais lentamente do que se desejaria”.

As opiniões conservadoras da maioria dos brasileiros, principalmente mulheres, estão impedindo Dilma e Menicucci de serem livres para impor suas opiniões pessoais e ideológicas em todas as mulheres brasileiras e outros brasileiros.

De forma semelhante, as opiniões conservadoras da maioria das mulheres e nações estão impedindo a ONU de ser livre para impor suas opiniões pessoais e ideológicas no resto do mundo.

Mesmo assim, com jogos de palavras e linguagem malandra sobre “direitos”, eles esperam alcançar o que com honestidade e números corretos jamais poderiam alcançar.

Uma versão deste artigo, também de autoria de Julio Severo, foi publicada por LifeSiteNews para o público internacional.

Versão em inglês deste artigo: Abortion games between Brazil and UN.

Fonte: www.juliosevero.com

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".