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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

DILMA, A RÃ E O ESCORPIÃO

 

NIVALDO CORDEIRO

11/02/2012

Toda gente sabe das nefastas conseqüências políticas e eleitorais da greve das Polícias Militares, que parece agora se transformar em um levante nacional contra a ordem e a Constituição. A quem aproveita? Quem formula e quem manda nessa ação maligna? Penso que o primeiro perdedor é o Partido dos Trabalhadores, que vê assim ameaçada sua marcha no rumo da hegemonia eleitoral total. Se são petistas os puxadores da greve, por que o fazem?

Responder a esse enigma é compreender os subterrâneos do processo político nacional. O diagnóstico se completa olhando a foto de Gilberto Kassab na festa de aniversário do PT, publicada nos jornais de hoje, e também com a ilógica nomeação de Eleonora Menicucci como titular da Secretaria para as Mulheres. O que têm esses três fatos em comum?

Em primeiro lugar, a história da ação política do PT tem sido apostar no grevismo e no confronto, contando com a benevolência do poder constituído. Desde que o regime militar foi condescendente com Lula a coisa virou benchmark para a ação sindical. Os sindicalistas radicalizam contando que, ao final, serão perdoados e tratados como heróis. Ocorre que greve de policiais é motim e, armados, podem gerar fatos espetaculares contra a hierarquia e a ordem estabelecida. Um disparo acidental será capaz de liberar energias repressivas e destrutivas que se encontram represadas. É evidente que não há recursos orçamentários para dar mais aumentos à soldadesca e o governo federal não tem como subsidiar o pagamento adicional de salários dos Estados quebrados. Fora de questão dar aumentos, portanto.

Por que insistem, ainda assim? Pela lógica do escorpião da fábula tantas vezes contada. E pela crença de que não é real a escassez de recursos, bastando a vontade política para que eles apareçam. O escorpião da fábula é aquele que quer atravessar a água e pede à rã uma carona e a mata a meio do caminho (A rã aqui é a Dilma Rousseff), suicidando-se. Puro instinto assassino. O fato é que esse movimento é explosivo e de alto impacto nas eleições do segundo semestre, mormente pela proximidade. O PT nada tem a ganhar, a menos que acreditemos que o partido queira fechar o regime e governar de maneira autoritária e cesarista. Até onde se sabe não teria forças para isso.

Em segundo, o gesto do prefeito Gilberto Kassab é o coroamento da completa adesão das elites tradicionais ao petismo. Ele é o emblema do desaparecimento das oposições. O gesto aumenta o poder do PT e isso reforça a ousadia da base política, que tende a fazer greve pela greve, ignorando os cálculos político-eleitorais.

Em terceiro, o sestro petista de dizer uma coisa e fazer outra agora encontrou o seu limite. A meta estratégica do PT em 2012 é eleger Fernando Haddad prefeito de São Paulo, fato que não ocorrerá contra o sentimento conservador da população. Ele que, quando ministro, patrocinou o rejeitado "kit gay", que provocou repúdio nacional. DilmaRousseff se elegeu tranqüilizando conservadores crédulos, que acreditaram ser ela contra o "kit gay" e contra o aborto. A ministra Menicucci é defensora do abortismomais horripilante e desenfreado. A combinação do "kit gay" com o abortismo sem peias será devastadora nas eleições paulistanas, contra o PT. Mas o instinto de escorpião parece que prevaleceu. Os petistas se comportam como se fossem conseguir enganar a todos o tempo inteiro.

Será difícil agora convencer o eleitorado que o PT não tem como ponto programático principal essas bandeiras nefandas do marxismo cultural. Talvez contem que a greve dos policiais militares estejam engendrando o próximo presidente da República. Quem sabe um heróico praça baiano venha a ser o sucessor de Dilma Rousseff, pois não?

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".