Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

INSTITUTO DA HIPOCRISIA SOCIAL

VIVERDENOVO
SÁBADO, 15 DE JANEIRO DE 2011

Por Arlindo Montenegro

No número 1 da Rua Dupois em Paris, está o Instituto da Hipocrisia Social. Filiais em Los Angeles, Edimburgo, Oslo e Berlim. Falta abrir a filial do Brasil, preferivelmente no Rio de Janeiro, que sempre concentrou a nata da intelectualidade brasileira vinda de todos os quadrantes da nação, engrossando o caldo de peculiaridades regionais, presentes naquilo que os acadêmicos rotulam de cultura nacional. Vivemos num tempo de aridez cultural funkeana! Um tempo carente de mentes livres, como Dupuis.

Uma cultura nacional, pressupõe uma Patria! Amor à Pátria! Defesa intransigente do nosso pedaço de chão, da nossa casa, dos nossos costumes e mais: um plano de construção, uma visão estratégica presente no dia a dia, na educação, na discurso "falado, escrito e televisado" de todos que se dedicam a "formar a opinião pública". Precisamos com urgência retomar as origens, honrando a natureza, o saber e a busca do saber, a livre realização de todas as faculdades, sem os sofismas que impedem o pensamento e a livre expressão.

O ser humano é muito mais que esta coisa que nos querem impingir como detentor de "direitos", como se fôssemos objetos subservientes de políticos, ministros, governantes que manipulam a boa fé. Cada um de nós é portador da vida e consequentemente senhor dos direitos inerentes à natureza. Esta coisa de direitos excepcionais para uns em detrimento dos direitos naturais dos outros, a invasão dos lares e imposição de normas aos pais para a educação dos filhos que geraram e alimentam é pura violência.

Quando a gente mergulha no conhecimento do passado, encontra o registro nas paredes das cavernas, nos papiros, gravações em pedras documentando sentimentos e emoções humanas, observação da natureza e certeza da presença de uma inteligência universal, uma ordem que inclui chuvas e sol ardente, raios e trovões, terremotos e vulcões, amor e desamor. Aqueles documentos revelam os trabalhos hercúleos para a sobrevivência em harmonia com o hatitat, usos e costumes, comportamento das gentes.

Nos documentos mais antigos, a.C, encontram-se nos fundamentos religiosos de hindus, egipcios e muitos outros, o registro de narrativas semelhantes às que foram escolhidas para compor a Biblia cristã, tal como a conhecemos. As ultimas mudanças e adaptações foram feitas séculos depois do início da era cristã, após a queda do império romano. É notável que, em todas as épocas, os reis e líderes militares tenderam a ultrapassaram suas prerrogativas, para controlar e explorar o trabalho das populações.

Das muitas faculdades "extintas" pelas leis, subsiste uma, persistente, incômoda, mas como diz Olavo de Carvalho, ausente no espaço intelectual do Brasil: a curiosidade de saber, que exige o aprendizado de exercitar o pensamento. Há mais de meio século ainda existiam debates entre racionalistas ateus, materialistas e teistas, todos conscios de suas verdades e cada um respeitando o espaço do outro. Nas últimas gerações iniciou-se um mergulho profundo no obscurantismo. Salvaram-se poucos. Os exemplos morais e éticos sumiram.

A hipocrisia social instalou-se entre nós. O colonialismo reservou para adestrar nossos "pensadores" e reproduzir na formação de crianças e jovens, a fração mais retrógrada das metodologias educacionais. Alguns "peritos" tomaram parcos e ligeiros resumos ideológicos, para implantar nas mentes imaturas a semente de dogmas, seitas fanáticas e anarquismo existencial, como se todas as áreas do saber estivessem sintetizadas em medrosas meia verdades, que escondem a verdadeira natureza da gente que os poderosos temem: a busca da liberdade no saber.

Voltamos à Rua Dupuis em Paris. Charles-Frances Dupuis, nasceu em 1742. Estudou retórica, direito e matemática. Da sua biografia consta a invenção do aparelho que antecedeu o telégrafo. Mestre no Colégio de França, foi eleito para a Academia de Letras. Horrorizado com a carnificina da revolução, retirou-se de Paris, regressando como um dos eleitos à Assembléia Nacional, integrando o Conselho dos 500. O que o distingue como pensador e Mestre é sua obra ( Abrégé de l'origine de tous les cultes) – Resumo da origem de todas as religiões. Eis um trecho:

"Qualquer coisa que possa produzir a ilusão, todos os recursos da mecânica e da magia, que era o conhecimento secreto dos efeitos da natureza e da arte de imitá-los; a pompa brilhante das festas, a variedade e a riqueza das decorações e roupas, a majestade do cerimonial, a força da encantadora música, coros, cantos, danças ao som de címbalos sonoros, destinados a despertar o entusiasmo e delírio, são mais favoráveis aos impulsos religiosos, que a calma da razão. Tudo foi empregado para atrair e unir as pessoas para a celebração dos mistérios. Na isca do prazer, alegria e festejos, muitas vezes está oculto o propósito de passar lições úteis e tratar o povo como uma criança, que sem instrução, só pensa em se divertir. É através das grandes instituições que buscamos formar a moral pública e as muitas reuniões pareciam adequadas para atingir este objetivo. "

Do texto grifado se depreende que as nossas instituições, sem excessão, a serviço do estado, tratam a nação com a mesma receita racionalmente descrita por Dupuis, há mais de 200 anos. O mesmo pão e circo dos romanos, aplicado à formação de grupos e seitas ideológicas dificultando a observação e a reflexão. A percepção natural da presença de Deus, Inteligência do Universo, usurpada por falsos condutores na rota contrária à liberdade.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".