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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A Revolta dos Europeus Mimados

DEXTRA
TUESDAY, OCTOBER 19, 2010

Patrick J. Buchanan: VDARE, 14 de outubro de 2010

Artigo original 
AQUI.

Pelo quarto dia seguido, a França está paralisada por greves. As empresas aéreas estão cancelando vôos. Os passageiros indo para Paris a partir do DeGaulle e do Orly enfrentam longas filas.

Os turistas estão presos. A Torre Eiffel foi fechada. Os sistemas de bonde e metrô da cidade foram cortados. Com o fechamento de refinarias, os trabalhadores da Indústria petrolífera podem provocar o fechamento das estações de gás e forçar o governo a entrar na reserva estratégica de petróleo.

Milhões entraram em greve. Um em dez colégios de ensino médio foi fechado. Alunos de escolas secundárias e universidades marcham ao lado de trabalhadores e bloqueiam entradas para paralisar o sistema educacional.

E qual é o motivo deste acesso de raiva nacional?

O Presidente Nicolas Sarkozy passou pela Assembléia Nacional e está tentando aprovar no Senado uma medida que aumenta a idade de aposentadoria, de 60 para 62 anos.

Porque, se a França não elevar a idade de aposentadoria, seu sistema previdenciário enfrentará um déficit de $58 bilhões por volta de 2018. A reforma de Sarkozy se segue à sua derrubada vitoriosa de uma lei socialista de mais de uma década que tornava obrigatória a semana de trabalho de 35 horas na França.

Em que mundo estes franceses estão vivendo?, pode-se perguntar.

Por volta de 2050, aqueles estudantes secundaristas e universitários estarão perto ou acima da idade de aposentadoria de 60 anos. Quem eles acham que vai bancar suas aposentadorias? Eles não estão cientes do que aguarda a França e a Europa?

Hoje, 23 por cento dos franceses e francesas têm 60 anos ou mais. Isto vai subir para 33 por cento por volta de 2050, quando haverá um trabalhador francês para cada francês aposentado, se a idade de aposentadoria permanecer em 60 anos.

Hoje, 5.5 porcento dos franceses e francesas têm 80 anos ou mais. Por volta de 2050, isto vai dobrar para 11 por cento.

Quem os grevistas franceses pensam que vai pagar os impostos pelas despesas médicas deste um nono de nação debilitada e envelhecida?

A idade média dos francêses é 40 anos, contra 45 em  2050. Mas este número mascara uma realidade muito mais sombria.

Desde 1970, a taxa de fertilidade das francesas está abaixo dos 2.1 filhos necessários para sustentar a população da França, o que os demógrafos chamam de crescimento populacional zero. Durante as quatro décadas seguintes, até 2050, estima-se que permanecerá em aproximadamente 15 por cento abaixo do CPZ.

Entretanto, estima-se que a população de 62.6 milhões terá um saudável acréscimo de 67.7 milhões. Como uma população consegue continuar a crescer se a taxa de nascimentos durante quase 80 anos, até chegar 2050, está abaixo do nível de reposição?

Resposta: à medida que os franceses se aposentam, envelhecem e morrem, a França está sendo preenchida com imigrantes, vindo substituir os franceses que partiram ou estão partindo e os milhões de crianças francesas que não nasceram porque seus pais em potencial não as quiseram.

De onde estes imigrantes estão vindo?

Alguns vêm da Europa Oriental. Mas estão vindo mais do Marrocos, Argélia, Tunísia e ex-colônias francesas da África Subsaariana.  Árabes e africanos estão povoando cidades como Marselha e Grenoble e enchendo os banlieus em torno de Paris, onde de tantos em tantos anos eles se enfurecem e queimam milhares de carros. Para a polícia de Paris, os banlieus são zonas proibidas, exceto quando circulam em pelotões.

Estes imigrantes não trazem as habilidades profissionais, educação ou habilidades linguísticas da juventude francesa. A maioria não vai nem ganhar por hora de trabalho nem ter o mesmo salário de um fancês nativo e por isto não vai contribuir com o mesmo nível de impostos para sustentar um estado de bem-estar construído por um Partido Socialista que entra e sai do poder na Fraça há décadas.

Com o fim da semana de trabalho de 35 horas e da aposentadoria aos 60, o desmonte dos benefícios do estado de bem-estar dados aos franceses nos tempos das vacas gordas do socialismo mal começou. Eles podem marchar protestar e fazer greve, mas não podem impedir o inevitável.

O que vale para a França, vale para a Europa, onde nenhuma só nação tem uma taxa de fertilidade que substituirá a população nativa. Entre os russos, ucranianos, estonianos, lituanos e letonianos a taxa de mortalidade já supera a taxa de natalidade. Estes países começaram a morrer. E seus vizinhos se seguirão.

Com a crise financeira de 2008-09, seguida pela ameaça de calote por parte de um ou mais de um dos PIGS da União Européia (Portugal, Irlanda, Grécia, Espanha), a Europa toda parece estar cortando no orçamento da defesa, para salvar tudo o que puder de seu estado de bem-estar social.

O que levanta questões que nós, americanos atolados em dívidas, não podemos adiar para sempre. Por que, 65 depois da Segunda Guerra, ainda estamos defendendo estas nações? Se a Europa tem mais riqueza, mais gente e um estado de bem-estar mais pródigo do que nós, por que temos que impor sacrifícios a nosso povo para pagar pelo privilégio de defender o povo dela?

Ao invés de tomar emprestado da Europa para defender a Europa, por que não cobrar deles para oferecer esta proteção? Se vamos brincar de romanos, por que não exigir tributos, como os romanos faziam?

A América é o primeiro império da história a pagar tributo a seus sátrapas.

Tradução e links do blog DEXTRA.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".