Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ludibriando os católicos

Ludibriando os católicos

Olavo de Carvalho

Diário do Comércio, 18 de outubro de 2010



Ao ver que ia perdendo o apoio da Igreja à sua protegida Dilma Roussef, cujo abortismo radical e persistente nem os desmentidos de última hora, nem as abjetas e blasfematórias encenações de fé católica da candidata puderam camuflar, o sr. Presidente da República, em desespero, decidiu recorrer ao crime eleitoral explícito: usando o Estado como instrumento de chantagem, ameaçou romper a concordata do governo brasileiro com o Vaticano caso o eleitorado católico se recuse a continuar sendo otário do PT, como o foi servilmente durante tantas décadas por obra e graça de comunistas vestidos de bispos.

O próprio Lula, algum tempo atrás, reconheceu que devia sua carreira política ao eleitorado católico, que aqueles bispos e a mídia cúmplice haviam logrado enganar cinicamente, encobrindo o programa comunista e abortista do PT com a imagem beatificada e perfumada de "Lulinha Paz e Amor".

O fim da farsa, embora tardio e parcial, não só privou Dilma Roussef da anunciada vitória no primeiro turno, mas serviu para desmascarar a autoridade religiosa postiça de tantos sacerdotes e prelados que só entraram na carreira eclesiástica para aí realizar o programa estratégico de Antonio Gramsci: esvaziar a Igreja de todo o seu conteúdo espiritual e usá-la como dócil instrumento da política comunista. A Teologia da Libertação é o braço mais ativo desse programa e, como ninguém ignora, o catolicismo de Lula – e do PT em geral – é o da Teologia da Libertação. Não o de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Não deixa de ser útil lembrar que a Igreja, desde sua fundação, teve de lutar menos contra os seus inimigos ostensivos do que contra os seus falsificadores. Tal é, aliás, a definição de "heresia", palavra que hoje tantos usam sem conhecer-lhe o significado: não qualquer doutrina anticatólica, ou não católica, e sim a falsa doutrina católica oferecida indevidamente em nome da Igreja. Lembrem-se disso quando algum professorzinho aparecer alardeando que a Igreja "perseguia doutrinas adversas". Heresia não é divergência de idéias, é crime de fraude. Da Antigüidade até hoje, gnósticos, arianistas etutti quanti jamais hesitaram em fingir-se de católicos para vender, sob roupagem inocente, as idéias mais opostas e hostis aos ensinamentos de Cristo. Com freqüência, obtiveram nesse empreendimento sucessos espetaculares, embora passageiros. Ainda no século XIX praticamente todos os seminários da França e da Alemanha ensinavam, com o nome de teologia católica, uma pasta confusa de idéias cartesianas, iluministas e românticas, na qual os jovens aprendizes, iludidos pelos prestígios intelectuais do dia, não enxergavam nada de maligno. Foi só a decisiva intervenção do Papa Leão XIII que acabou com a palhaçada, mediante a bula "Aeterni Patris" (1879), que restaurou o ensino da teologia católica tradicional. Se quiserem uma boa resenha desses fatos, leiam a obra em quatro volumes de Etienne Couvert, "De la Gnose à l'Ecumenisme" (Éditions de Chiré, 1989).

No século XX, à medida que o movimento neotomista inaugurado por Leão XIII reconquistava o prestígio intelectual da Igreja, os eternos falsários abdicaram temporariamente da propaganda aberta e voltaram-se, em massa, para a estratégia da infiltração discreta, praticada em escala industrial a partir da década de 30 graças à iniciativa da KGB (leiam o depoimento de Bella Dodd em "School of Darkness": há cópias circulando pela internet). Foi só em 1963, no Concílio Vaticano II, que, sentindo-se protegidos pela atmosfera de mudança, voltaram a vender impunemente, ao público geral, seus simulacros de cristianismo.

A fundação do PT e toda a sua carreira de crimes inigualáveis não foram senão a extensão remota desses fatos a um país periférico. O PT sempre foi a encarnação viva de um catolicismo de fancaria, concebido para ludibriar os fiéis e induzi-los a trabalhar pelo avanço do comunismo.

Não espanta que a própria entidade que personifica esse catolicismo ante o público seja, ela própria, uma fraude publicitária: a CNBB fala em nome da Igreja e posa, ante os fiéis, como expressão suma da autoridade eclesiástica, mas não é sequer uma entidade da Igreja, é uma simples sociedade civil sem lugar nem função na hierarquia católica. Os bispos, individualmente, têm autoridade para falar em nome da Igreja. A CNBB, não. Quando a CNBB repreende um bispo, ela falsifica e inverte a hierarquia. Está na hora de os fiéis, em massa, tomarem consciência disso.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".