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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

As políticas blasfemas e as blasfêmias políticas de Frei Betto e Julio Lancelotti

REINALDO AZEVEDO
20/10/2010 às 21:20


Leio no Estadão Online um título que chega a ser engraçado, a saber:
“Religiosos atacam Serra e Igreja em ato pró-Dilma”
Pensei: “Religiosos atacando tanto Serra como a Igreja? Acho que a reportagem está se referindo a Júlio Lancelotti e Frei Betto”. Batata! Os petistas organizaram um evento no Tuca, teatro da PUC-SP, tradicional reduto da esquerda — mas existe muita gente por lá que já chegou à Idade Contemporânea —, liderado por esses dois. Religiosos, é?
Lancelotti é aquele padre que se envolveu naquele estranho caso com Anderson Batista, um rapaz que ele conheceu na Febem, ainda menor, e por quem foi tomado de impressionante amor pastoral. Passou a cuidar do jovem com desvelo. No seu incansável trabalho para recuperar o garoto de seus traumas, deu-lhe até uma Pajero de presente. Depois, passou a ser chantageado pelo protegido, conforme concluiu o Ministério Público. Só não ficou claro que arma o chantagista tinha para convencer o padre a lhe dar dinheiro.
Ele acusou este que o Estadão chama “religioso” de assédio sexual e afirmou que os dois eram amantes. Se eram ou não, isso eu não sei. Deixo essa questão para a consciência de Lancelotti e para a Igreja. Não especulo a respeito. O meu problema com este senhor é mesmo teológico. À época, ele comparou o seu “sofrimento” ao de Jesus Cristo. Defendi a sua excomunhão por isso.
Hoje, no Tuca, Lancelotti afirmou que a missão da Igreja é “lavar os pés dos pobres”. Entendo! E eventualmente, ele poderia acrescentar, lhes dar uma Pajero de presente, certo, padre? Este santo justiceiro não perdoou: chamou Serra de “higienista”. Por “higienismo”, ele entende os esforços do poder público para tirar o chamado “povo de rua” da rua. O santarrão quer aquela gente ali, como uma espécie de clientela permanente de sua estranha caridade. E não adianta Lancelotti dizer que me processa por isso ou por aquilo. Tudo o que vai acima é fato. A única coisa que é juízo de valor é a minha opinião sobre a sua ignorância teológica, que o fez comparar-se a Cristo, entre outras barbaridades que diz. Mas creio ter o direito de considerá-lo um ignorante prepotente.
O outro religioso é Frei Betto, este incansável defensor da tirania cubana, que tanto contribui para povoar o céu: com o endosso de Betto, pelos menos 100 mil cubanos foram despachados para, com a licença Aiatoélio Gaspari, “andar de cima”. Bom teólogo da “libertação”, é um craque da distorção:
“Lei de aborto não impede o aborto. O que impede aborto é política social, é salário, é o Bolsa Família, é distribuição de renda. Temos que deixar claro isso nos poucos dias que faltam. As mulheres às vezes rejeitam os filhos porque não têm condições de assumi-los.”Se Betto estivesse certo — e ele está, como sempre, errado — o aborto seria praticamente zero em países desenvolvidos.
Frei Betto é tão cristão, mas tão cristão, fez até a sua própria versão do “Pai Nosso”, uma espécie de suruba religiosa de que participam até as formigas. Começa assim:
“Pai-nosso que estais no céu, e sois nossa Mãe na Terra, amorosa orgia trinitária, criador da aurora boreal e dos olhos enamorados que enternecem o coração, Senhor avesso ao moralismo desvirtuado e guia da trilha peregrina das formigas do meu jardim,”
É asqueroso, como notam. Qual é a minha reserva principal a essa gente? Como democratas, eles defendem é ditadura; como religiosos, são blasfemos. Na sua total falta de limites, levam a blasfêmia para a política e tentam emprestar alcance político a suas blasfêmias.
Por Reinaldo Azevedo

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".