Preparar para o Combate!
Osmar José de Barros Ribeiro
03 de maio de 2010
É ponto pacífico, ao menos para quem procura as razões de determinadas medidas governamentais tomadas a partir dos períodos de FHC, que os políticos em geral (as exceções confirmam a regra) e os da esquerda em particular, temem as Forças Armadas, vistas por uns como entraves ao seu “progresso econômico” e por outros como obstáculos à instalação de um governo “popular e democrático”.
Tais medidas ganharam força a partir do momento em que ficou meridianamente claro que os militares, sofrendo críticas injustas além das acusações de tortura e outras violências, no mais das vezes sem qualquer razão ou fundamento, as deixavam sem resposta, na vã esperança de que a História, a curto ou médio prazo, lhes fizesse justiça.
A inapetência das autoridades castrenses no enfrentamento de tais fatos deu maior ânimo aos revanchistas de plantão, tanto de dentro quanto de fora do governo (quer do atual quer do anterior), levando-os a questionar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) a validade da Lei de Anistia, votada pelo Congresso em 1979. Para eles, os únicos merecedores da anistia (além, é claro, dos fartos prêmios pecuniários recebidos) seriam os derrotados de ontem e, aos vencedores, restaria a barra dos tribunais recebendo, a exemplo do que vem ocorrendo em outros países, o opróbrio da condenação e a execração pública.
Afinal, será somente este o objetivo a alcançar: a condenação de uns poucos militares, todos eles septuagenários? Cremos que não, pois caracterizaria uma conquista muito modesta face ao esforço despendido ao longo do tempo. Então, o que desejam, na verdade, os marxistas incrustados no governo, na imprensa e em órgãos como a OAB e outros?
Na realidade, o que desejam é transformar o Exército em milícia dedicada à proteção do meio ambiente, dos índios e envolvido no combate ao narcotráfico à Marinha, seriam atribuídas as funções de guarda costeira à Força Aérea, o transporte de autoridades. Para tanto, a esquerda conta com o apoio de órgãos da ONU e da miríade de Fundações e ONGs que proliferam no planeta, todos sonhando com um Governo Mundial, hipótese que agrada sobremaneira ao internacionalismo marxista.
Para alcançar tal desiderato, é mister alterar a Constituição, nela fazendo valer a interferência de organizações internacionais, incluindo a retroatividade, nos seus princípios. O exemplo mais próximo e gritante do que desejam os esquerdistas brasileiros, encontra-se na Argentina, onde um Exército orgulhoso dos seus valores e tradições está, hoje, totalmente desestruturado e, na prática, inoperante. Ao fim e ao cabo o que se pretende, no Brasil, é fazer com que, a exemplo do que vem acontecendo na Venezuela, as Forças Armadas sejam transformadas em instrumento de políticas governamentais e não, conforme sua destinação primeira, em instrumento da Política Nacional.
E tal risco existe, sejamos francos, seja qual for o resultado das urnas em 3 de outubro, pois, segundo a revista Veja (edição 2163, de 5 de maio de 2010), o candidato da oposição teria declarado, numa conversa entre amigos, que o seu governo “vai ser mais à esquerda” que o da candidata governamental. Sem maiores comentários.
Por sete votos a dois, o STF deixou claro que a Lei da Anistia não poderia ser mudada judicialmente muito embora – e aí reside o perigo – possa, eventualmente, sê-lo pelo Congresso. E, sem a vã pretensão de adivinhar o futuro, pode-se afirmar que este será o próximo passo da esquerda enraivecida, passadas as eleições ou mesmo antes. Todos sabemos o peso da opinião publicada (distinta da opinião pública) e das pressões governamentais sobre os congressistas brasileiros: poucos, muito poucos, ousam enfrentá-las e alterações constitucionais não serão de desprezar.
Assim, hoje como no passado, estejamos atentos ao comando de “Preparar para o Combate!”.
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