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sábado, 27 de março de 2010

JUSTIÇA, PÁTRIA E LIBERDADE

VIVERDENOVO

SÁBADO, 27 DE MARÇO DE 2010

Por Arlindo Montenegro

Desde a antiguidade os homens entendem Justiça como "execução da Lei". Nos primórdios era "distribuída" diretamente pelos reis, magistrados e sacerdotes. Em virtude de sua gênese, como "religião aplicada às relações dos homens entre si", carrega até hoje a marca do sagrado. 

Mas do sagrado, da crença religiosa, veneração e respeito dos homens aos seus deuses, resta hoje apenas o cerimonial desfigurado por togas que desprezam a ética. A ética marca do comportamento e autoridade dos que acreditam na Justiça Divina. Tudo se desenvolveu a partir das ideias coletivistas, cuja fonte é a descrença, o ateísmo e consequentemente a pretensão de que o homem pode tudo, sem pedir licença e sem agradecimento ao seu Deus, pela vida transitória.

A Justiça que propalam estar disponível como o ar que respiramos – propaganda enganosa! – é hoje simplesmente a vontade do poder. Na Grécia antiga Platão a identificava "como interesse dos privilegiados". Nos nossos dias o círculo de "privilegiados", que se apossaram do direito à margem das “regras para todos”, resume-se ao "rei" e sua corte mais íntima. O resto é o resto, que espera a Justiça para as calendas gregas.

O Estado toma propriedades e decide pagar com “precatórios”, estelionato oficial. O Estado decide privilegiar costumes exóticos e inverte o senso cultural de justiça, punindo crenças e costumes tradicionais. O Estado agride direitos tradicionais e formais e os magistrados interpretam a Lei, protelando a justiça até que novas leis, preferencialmente internacionais, possam ser interpostas, desfigurando a distribuição da Justiça apoiada na Lei prevalecente.

Assim esperam todos os que trabalham, o dia dos salários dignos. Assim esperam os aposentados, depois de confiar sua poupança para a velhice ao Estado, que os poderosos governantes paguem o que lhes pertence por direito inalienável, para uma velhice digna e menos tormentosa. Mas para pedófilos, traficantes de drogas, bandidos, políticos que roubam e matam, a Justiça é bondosa, “humana” no interesse de poderes internacionais. O Estado aterroriza para manter seus controladores no poder contra toda a Nação.

Como vivemos no vórtice da podridão coletivista, podemos afirmas que Marx - que até os 18 anos escreveu poemas de fé cristã - seus antecessores e sucessores, elegeram Satã como a deidade a quem dedicaram suas vidas e obras, caracterizadas pelo poder privilegiado de um grupo reduzido, iludindo e escravizando todos os cidadãos: o Estado controlador de tudo e que submete a todos.

A elite que bagunçou o coreto da civilização cristã, iludiu os povos, saqueando e pilhando riquezas culturais e econômicas com a violência de guerras continuadas. Desfigurou as religiões e nos dias atuais conduz os habitantes do planeta a adotar o Estado como igreja, os mandantes como únicos executores de leis que só eles conhecem e transmutam a sua conveniência.

Os magistrados apenas obedecem. Supõe-se que dominem o cipoal de leis que limitam até os pensamentos e fundamentam a distribuição de justiça, que depende da interpretação, da pronúncia exata, do rito. A interpretação e a distribuição varia de acordo com as crenças do magistrado e a vontade do rei à frente do Estado. Ocupar a posição de rei no Estado coletivista é o mesmo que estar investido com os poderes de uma deidade.

O caráter sagrado e cristão do respeito ao outro, que parecia fundamentar as normas da sociedade ocidental, revestia as Leis e execução da Justiça em sua origem. Sinalizava para o Poder Supremo e transcendente, presente no invisível mas determinante mundo espiritual, essência humana. Imposta uma concepção que atribui ao homem e suas instituições o poder supremo, a sociedade mantida na ignorância, sem acesso à informação, apenas trabalha, para manter o Estado que se apossa voraz e compulsoriamente dos resultados econômicos do trabalho, chegamos ao ponto crucial da redução acelerada dos direitos e liberdades, mérito e justiça.

Impérios, monarquias, aristocracias , feudos, oligarquias e democracia – direitos políticos, eleição de governantes e representantes, cuja missão importava em zelar pelo bem comum, nada disso contribuiu para assegurar a liberdade individual e pavimentar os caminhos da evolução. A justiça social sobrepondo-se à justiça individual, a evolução atropelada pela revolução, marca a história da involução, da violência material que bestifica o homem comum.

O mesmo sentido de Pátria, pedaço de terra que contém a matéria dos pais e antepassados, terra sobre a qual “flutua” a energia – o espírito essência dos pais e antepassados e que por isso mesmo merecia o respeito, veneração, culto, amor - é um sentido, uma percepção ausente da formação coletivista. 

A velha concepção de Justiça, limitava a liberdade no marco dos deveres de cada cidadão para com a Pátria. A Justiça imposta pelos privilégios do rei no Estado Totalitário, restringe a Liberdade. Para uns poucos, resta a liberdade de pensar, sem as peias da lavagem cerebral que transforma as multidões em vassalos do rei, em gado encurralado.

Pensar e crer são as frágeis barricadas que abrigam os que conservam os costumes de uma civilização humana abandonada, jogada ao lixo pelos coletivistas, chamem-se liberais, socialistas, neo democratas, stalinistas e outros derivativos, meras ilusões.

Quem dera possamos algum dia inaugurar um estado democrático de direito! Quem dera que possamos ainda ser capazes de abraçar os deveres que garantem a liberdade! Quem dera que ainda haja tempo para restaurar a dignidade, a fé, o amor à Pátria, sentindo o calor do amor e respeito humano!

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".