Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quarta-feira, 24 de março de 2010

ELEIÇÕES 2002-2010

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ELEIÇÕES 2002-2010


REPUBLICO ABAIXO UM DOS MEUS TEXTOS MAIS ANTIGOS, ESCRITO ÀS VÉSPERAS DAS ELEIÇÕES DE 2002, QUANDO PELA PRIMEIRA VEZ SE ENFRENTARAM COMO FAVORITOS LULA E JOSÉ SERRA. TRÊS MESES ANTES, DEVIDO À  DISPARADA DO DÓLAR E ÀS DIFICULDADES DE ENFIAR GOELA ABAIXO DOS ELEITORES O PROGRAMA ORIGINAL DO PT, LULA HAVIA PUBLICADO UM DOS DOCUMENTOS MAIS CÍNICOS DA HISTÓRIA DA REPÚBLICA: A CARTA AO POVO BRASILEIRO. NOS DEBATES OS DEMAIS CANDIDATOS PARECIAM ESTAR ALI SÓ PARA FAZER FIGURAÇÃO E SERVIR DE "ESCADA" PARA LULA, NADA DO QUE REALMENTE LULA REPRESENTAVA COMO RISCO REVOLUCIONÁRIO FOI DITO. SERRA ERA PATÉTICO! CIRO E GAROTINHO RIDÍCULOS!

O PESSOAL QUE FAZ UM VERDADEIRO MUTIRÃO PARA ELEGER SERRA DEVERIA LEMBRÁ-LO QUE ELE É OPOSIÇÃO, POIS AO ACEITAR A CANDIDATURA DECLAROU QUE O BRASIL FOI MUITO BEM ADMINISTRADO NOS ÚLTIMOS OITO ANOS E AGORA PRECISA APENAS MELHORAR (Folha de São Paulo, Coluna Clóvis Rossi, 21/03/2010)!
UÉ, ESTA FRASE NÃO DEVERIA SER DA DILMA?


OS QUATRO CAVALEIROS DO APOCALIPSE

HEITOR DE PAOLA

03/10/2002


As raposas devem estar se moendo de inveja dos políticos brasileiros. Estes conseguiram o que elas vêm tentando, sem sucesso, há milênios: convencer as galinhas de que devem se deixar depenar, serem comidas e ainda baterem palmas e continuarem elegendo as raposas para administrar o galinheiro.

Em outubro seremos chamados às urnas para escolher o novo Presidente e outros cargos. Em quem pode votar um eleitor liberal? Não tem opção. Os quatro candidatos (Lula, Serra, Ciro Gomes e Garotinho) fazem questão de ser cada um mais socialista que os outros. Todos prometem que vão continuar a depenar as galinhas que votarem neles. Falam em manter o déficit sob controle, mas seus programas ‘sociais’ envolverão, necessariamente, aumento dos gastos públicos. Eles conseguiram convencer as penosas de que ‘gastos sociais’ tem alguma coisa a ver com as ditas, nós mesmos. Só que eles, e as demais raposas, sabem muito bem o que isto significa: depenam-se mais as ditas para aumentar os privilégios extorquidos, que elas chamam de ‘direitos adquiridos’, da casta ‘peluda’: a nomenklatura dos funcionários públicos e das Estatais.

Privatizar os mostrengos que restam? Nem pensar, pois seria anti-social e anti-nacional. Seria 'dilapidar o patrimônio público’, como acusam o atual Governo de ter feito. É verdade que o fez, porém sem a mínima convicção, pois se trata de um Governo social-democrata, que apenas viu que não havia outro jeito: para manter os privilégios das raposas mais importantes era necessário sacrificar algumas estatais secundárias.

E quais são as mais importantes? Exatamente aquelas pelas quais um programa liberal de desestatização teria começado: a Petrossauro, o Banco do Brasil, a Previdência Social, as Centrais Elétricas, a Infraero, além de uma desregulamentação geral da economia, com uma verdadeira abertura ao comércio internacional e a extinção deste mamute de planejamento socialista centralizado que é o BNDES, digno de rivalizar com o GOSPLAN da URSS.

O que dizer então das relações exteriores? Todos prometem continuar a pseudo-diplomacia do atual Governo que se resume em meter o pau na ‘globalização’, nos Estados Unidos e no FMI, votar sempre contra os interesses dos Países verdadeiramente democráticos e desculpar ditaduras, como ao se recusar a votar a favor da proposta Uruguaia de condenação da ditadura castrista. Não percebem que o melhor aliado que podemos ter é exatamente os Estados Unidos e que aderir à ALCA só poderá nos beneficiar como Nação privilegiada junto ao mais rico mercado consumidor que jamais existiu! Não, pelo contrário, nosso Presidente (FHC) vai à Assembléia Nacional Francesa e, em plena campanha para Secretário Geral da ONU, critica o protecionismo americano. Logo aonde, terra do Bové e do Le Pen!

Todos os candidatos aplaudiram o discurso ‘soberano’, como aplaudem e prometem reforçar o MERCOSUL, uma união de pobres para vender uns aos outros seus produtos. Diz minha assessora para assuntos culinários (atenção: inventei esta forma politicamente correta de se referir às cozinheiras), iletrada porém mais conhecedora de pobreza do qualquer sociólogo ou economista, que ‘se juntar com pobre, só se for p’ra pedir esmola’.

E o que têm feito estes Países senão exatamente isto: a cada miraculoso plano econômico fracassado, estendem o chapéu para o FMI, sendo que na Argentina já roubaram até o chapéu. Protesta-se contra o FMI, queimam-se bandeiras americanas, exalta-se Fidel, Sadam, Arafat e o bebê chorão da Coréia do Norte. Mas pede-se grana para quem? Para os Estados Unidos e para o FMI. Se estes negam é porque o ‘neoliberalismo’ e o ‘discurso hegemônico’ de Washington querem nos matar de fome se dão a esmola, protesta-se também porque há exigências a cumprir que ‘ferem a nossa soberania’, quer dizer, nossa gastança irresponsável. Se o dinheiro desumano dos investidores estrangeiros entra, é para nos explorar se sai, é prova da desumanidade do capitalismo e da necessidade de uma união mais solidária!

Como eles se sentem cheios de si e onipotentes por terem convencido as galinhas de que eles as protegem, acham que os investidores também são galinhas e que vão também se deixar iludir com ‘compromissos com as metas de inflação’, ‘manutenção dos contratos’ e outras mentirinhas para inglês ver, para depois se apropriarem do capital via ‘moratórias soberanas’, ‘renegociação da dívida’ (leia-se calote, como bem demonstrado por Gilberto Simões Pires em seu sitePONTOCRITICO), e outras bobagens, para depois pedir mais dinheiro ainda, num ciclo interminável. O Bush custou mas entendeu que todo o dinheiro que vai para a Palestina não serve para o povo Palestino pois vai parar no bolso do Arafat e sua máfia. E aqui, é diferente? Cadê o dinheiro dos investidores e das privatizações? Ora, na PREVI, na PETROS, nas aposentadorias milionárias dos servidores (sic) públicos (sic).

Examinemos o item segurança e criminalidade. Todos partem do princípio de que a criminalidade é fruto da miséria e prometem ‘ações sociais’, reforma agrária, ‘ocupação social’ das áreas de bandidagem. Ao invés de mais polícia, sociólogos. Ao invés de mais armas sofisticadas, assistentes sociais. Ao invés de leis mais rígidas, psicólogos e, de quebra, Estatuto da Criança e da Adolescência, que todos apóiam, e que permite que qualquer bandido até as vésperas de completar dezoito anos possa matar a vontade que nada acontece. Mas depois dos dezoito também nada acontece, pois são considerados pobres vítimas da Sociedade, numa inversão de valores malévola que leva a aprovar uma Lei de porte de armas que impede os cidadãos de se defenderem.

Dartagnan Zanela, em seu artigo ‘As mãos que balançam o berço’, põe o dedo na ferida: o tráfico e a bandidagem, não são um poder paralelo ao Estado, como dizem nossos sociólogos, mas a própria mão canhota do Estado, e aponta o caso notório, mas pouco divulgado, do Governador do Rio Grande do Sul (Olívio Dutra, do PT)&nbspque recebe com honrarias e a portas fechadas os líderes das FARCs e também a suspeita ineficiência das ações contra o tráfico nos morros do Rio.

Se um bandido mata várias pessoas, as esquarteja e enterra num cemitério clandestino é um ato socialmente explicável se um policial mata um bandido, ou uma vítima reage, é um Deus nos acuda. Todas as ONGs dos ‘direitos humanos’ se revoltam. Ao mesmo tempo, organizam passeatas pela paz e contra a violência. Estas, unidas às últimas medidas ‘sociais’ nos morros, parecem indicar que a estratégia secreta das ‘otoridades’ é a de matar os bandidos....... de riso! E qual dos quatro apresentou um plano consistente nesta área? Qual deles disse que vai reprimir as ações das FARCs que, aliadas ao MST, parece que até já financiam candidatos a cargos legislativos?

Por pouco não votei na eleição de 1960 – completei a maioridade no dia exato da eleição – posteriormente, sempre votei naquele que achei o melhor ou, se não houvesse um, no ‘menos ruim’. Mas desta vez, não sei. Ouço os candidatos, leio o que dizem e cada vez mais me convenço que estamos frente aos Quatro Cavaleiros do Apocalipse:

FOME para os mais pobres via expropriação de impostos e/ou retomada da inflação ou arrocho salarial para aumento dos ‘gastos sociais’

PESTE, com o recrudescimento de doenças infecto-contagiosas já consideradas extintas, como a dengue, a tuberculose e outras

GUERRA já temos nos morros e nas principais artérias do Rio, São Paulo e de outras grandes cidades, e pelos planos até agora apresentados, vai piorar muito

MORTE, pois já se morre mais no Brasil devido à violência do que no Oriente Médio. É claro que o Brasil não vai acabar com a eleição de nenhum deles, mas que pode piorar muito, pode.

Publicado no Digestivo Cultural, em 03/10/2002

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".