Cida Fontes | Terça-Feira, 03 de Março de 200
Punição ao senador pernambucano coincide com o anúncio de que ele ocupará hoje a tribuna do Senado para atacar a corrupção e a impunidade
Cavaleiro do Templo: não precisávamos de prova alguma daquilo dito pelo senador Jarbas mas a canalhada nunca falha: sempre nos dá a prova. E o brasileiro, como sempre, não faz nada. Aliás, faz. Fica em casa vendo novela, futebol, carnaval e BBB.
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), destituiu ontem o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A medida foi tomada como retaliação pelos ataques de Jarbas a seu próprio partido, a quem acusou de corrupção, sem citar nomes.
A punição ao senador e ex-governador de Pernambuco coincidiu com o anúncio de que ele ocupará hoje a tribuna para atacar a corrupção e a impunidade. Jarbas disse ontem que não pretendia retomar os ataques diretos ao PMDB, mas admitiu a intenção de se manifestar sobre a tentativa do partido de assumir o comando do Real Grandeza, o fundo de previdência dos funcionários da estatal Furnas. A articulação dos peemedebistas, capitaneada pelo ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, foi barrada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após manifestações de protesto dos empregados da empresa. "Isso é briga do PT e do PMDB para ver quem fica perto do cofre", comentou Jarbas.
ANTECEDENTES
Não é a primeira vez que Renan tenta punir Jarbas. Quando presidia o Senado e respondia a processo de cassação do mandato, ele pressionou o então líder do PMDB, Valdir Raupp( RO), a tirar o pernambucano da CCJ - uma das comissões mais importantes da Casa. Diante da repercussão negativa, Raupp recuou. Agora, na condição de líder, Renan assume pessoalmente a tarefa de afastar o colega.
Ontem, antes de saber do ato de retaliação, Jarbas antecipou o tom do discurso marcado para hoje. "A impunidade estimula a corrupção", afirmou. "Se o governador, o senador e o deputado são corruptos e nada acontece, as pessoas logo pensam que também podem fazer corrupção." No pronunciamento, o peemedebista pretendia conclamar a sociedade a cobrar medidas para "extirpar a corrupção do processo político".
O senador chegou a conversar sobre o discurso com alguns colegas da oposição, entre eles Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB, que anunciou a intenção de pedir intervenção no fundo Real Grandeza.
Em relação ao apetite do PMDB por cargos públicos, Jarbas acusou os que ditam as regras de não representar o partido. "Muitos estão acampados no PMDB para usar o seu prestígio. O PMDB, um partido majoritário, deveria se dar ao respeito, ser exemplo e fazer as coisas com correção."
ESTATAIS
Orientado por sua assessoria, Jarbas Vasconcelos estuda a possibilidade de apresentar à Mesa do Senado propostas com o objetivo de evitar a partidarização nas indicações de cargos nas estatais. "Entendo que, principalmente, os diretores financeiros não deveriam ser nomeados pelos partidos políticos. Por que todos querem escolher os diretores financeiros das empresas públicas?"
O senador confirmou presença na reunião que um grupo de parlamentares, capitaneado pelos deputados Gustavo Fruet (PMDB-PR) e Fernando Gabeira (PV-RJ), faria ontem à noite para discutir medidas de combate à corrupção. "Não quero comandar esse movimento, mas vou integrá-lo", disse.
A punição ao senador e ex-governador de Pernambuco coincidiu com o anúncio de que ele ocupará hoje a tribuna para atacar a corrupção e a impunidade. Jarbas disse ontem que não pretendia retomar os ataques diretos ao PMDB, mas admitiu a intenção de se manifestar sobre a tentativa do partido de assumir o comando do Real Grandeza, o fundo de previdência dos funcionários da estatal Furnas. A articulação dos peemedebistas, capitaneada pelo ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, foi barrada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após manifestações de protesto dos empregados da empresa. "Isso é briga do PT e do PMDB para ver quem fica perto do cofre", comentou Jarbas.
ANTECEDENTES
Não é a primeira vez que Renan tenta punir Jarbas. Quando presidia o Senado e respondia a processo de cassação do mandato, ele pressionou o então líder do PMDB, Valdir Raupp( RO), a tirar o pernambucano da CCJ - uma das comissões mais importantes da Casa. Diante da repercussão negativa, Raupp recuou. Agora, na condição de líder, Renan assume pessoalmente a tarefa de afastar o colega.
Ontem, antes de saber do ato de retaliação, Jarbas antecipou o tom do discurso marcado para hoje. "A impunidade estimula a corrupção", afirmou. "Se o governador, o senador e o deputado são corruptos e nada acontece, as pessoas logo pensam que também podem fazer corrupção." No pronunciamento, o peemedebista pretendia conclamar a sociedade a cobrar medidas para "extirpar a corrupção do processo político".
O senador chegou a conversar sobre o discurso com alguns colegas da oposição, entre eles Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB, que anunciou a intenção de pedir intervenção no fundo Real Grandeza.
Em relação ao apetite do PMDB por cargos públicos, Jarbas acusou os que ditam as regras de não representar o partido. "Muitos estão acampados no PMDB para usar o seu prestígio. O PMDB, um partido majoritário, deveria se dar ao respeito, ser exemplo e fazer as coisas com correção."
ESTATAIS
Orientado por sua assessoria, Jarbas Vasconcelos estuda a possibilidade de apresentar à Mesa do Senado propostas com o objetivo de evitar a partidarização nas indicações de cargos nas estatais. "Entendo que, principalmente, os diretores financeiros não deveriam ser nomeados pelos partidos políticos. Por que todos querem escolher os diretores financeiros das empresas públicas?"
O senador confirmou presença na reunião que um grupo de parlamentares, capitaneado pelos deputados Gustavo Fruet (PMDB-PR) e Fernando Gabeira (PV-RJ), faria ontem à noite para discutir medidas de combate à corrupção. "Não quero comandar esse movimento, mas vou integrá-lo", disse.
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