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domingo, 13 de julho de 2008

Lula e as Farc

Do portal WSCOM - O Jornal Eletrônico do Nordeste
Por IPOJUCA PONTES


Depois de comparecer em Brasília à posse presidencial e Fernando Collor, em 15/03/90, com todas as mordomias de praxe, Fidel Castro rumou para São Paulo e entrevistou-se com Lula da Silva. Seu objetivo - no auge da desintegração da URSS, quando Cuba perdeu a mesada anual de R$ 6 bilhões prodigalizada pelos russos - era articular com o Partido dos Trabalhadores o ressurgimento de uma nova OLAS - a malograda Organización Latinoamericana de Solidaridad proposta por Salvador Allende logo após a Conferência Tricontinental de Havana, realizada em 1966, cujo objetivo seria “estender a luta revolucionária a todos os países da América Latina e cotejar a OEA” - a Organização dos Estados Americanos, que conta com a presença efetiva dos Estados Unidos.

Quatro meses depois, sob os auspícios do Partido Comunista de Cuba (PCC) e do PT de Lula se instalava na capital paulista o Foro de São de Paulo, reunindo 48 partidos e organizações comunistas procedentes de 20 países da região. Entre eles, o Movimento de Izquierda Revolucionaria (MIR, responsável pelo seqüestro do empresário Abílio Diniz), a Frente Sandinista de Liberación Nacional (FSLN, patrocinada pelo estuprador Daniel Ortega) - e, como membros fundadores da entidade, o Ejército de Liberación Nacional (ELN) e as Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC), cujo objetivo era desestabilizar a frágil democracia colombiana.

Em abril de 1993 as Farc, de livre trânsito no Foro, explodiu 200 quilos de dinamite na Embaixada do Brasil em Bogotá, no mesmo dia em que o governo (Itamar Franco) recebia na Capital Federal a visita oficial do chanceler da Colômbia. No atentado, morreram 43 colombianos, ficando feridas cerca de 350 pessoas, entre funcionários e diplomatas lotados na embaixada brasileira.

Mas o ato de terrorismo contra o nosso serviço diplomático não inibiu o relacionamento do PT com os companheiros da guerrilha colombiana. Pelo contrário. Pouco depois, para firmar aliança estratégica com as Farc, a liderança do PT de Ribeirão Preto - ligada diretamente ao prefeito Antonio Palocci – fundou o Comitê de Solidariedade aos Movimentos de Libertação Nacional da Colômbia, tendo a frente, entre outras personalidades, o falso padre Olivério Medina, tido como embaixador das Farc no Brasil.

Há suspeita concreta de que a solidariedade petista pelas Farc não se deu apenas no plano ideológica: Olivério Medina (um dos três codinomes de Francisco Antonio Cadena Colazzos) foi o portador - segundo declarações por ele feitas numa festa da chácara “Coração Vermelho”, nos arredores de Brasília – de doação de US$ 5 milhões à campanha presidencial do PT de Lula, em 2002, conforme relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), de Nº 0097/3100.

Sensível ao labor da guerrilha, Lula da Silva, em novembro de 2002, já eleito presidente da República, assinou com todas as letras manifesto em defesa das Farc, ao tempo em que acusava o governo colombiano de praticar “terrorismo de Estado”.

(Aqui, convém ressaltar: mesmo condenado por homicídio e terrorismo na Colômbia, o falso padre Medina, arquivado processo de extradição, saiu da cadeia por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), em março de 2007, gozando hoje, em Brasília, status de ativo “refugiado político”. Em boa parte - segundo informações contidas no computador de Raúl Reyes, o líder n° 2 das Farc morto no Equador -, pela gestão diplomática de Celso Amorim, o chanceler do Itamaraty Vermelho. De quebra, o integrante das Farc ainda teve a mulher, Angela Maria Siongo, contemplada pelo governo com cargo comissionado na Secretaria Nacional da Pesca).

O fato é que desde 1990, quando da instalação do Foro de São Paulo, as Farc sempre estiveram presentes aos encontros periódicos da entidade subversiva, debatendo teses e acatando resoluções, visto pertencerem ao núcleo de dirigentes instalados na cúpula do “Grupo de Trabalho”. Ainda recentemente, em maio último, no encerramento do XIV Encontro do Foro realizado em Montevidéu, os membros da representação petista ovacionaram de pé as palavras de louvação prestadas por Daniel Ortega ao falecido Manuel Marulanda Vélez, o “Tirofijo”, criador das Farc.

O próprio Lula, em discurso presidencial pronunciado durante a celebração dos 15 anos de existência do Foro de São Paulo, em julho de 2005, procurando dissimular as relações desta entidade com a organização guerrilheira movida pelo narcotráfico, assassinatos e seqüestros, confessou, desprezando a Constituição do País, que utilizava “a relação construída no Foro para que pudéssemos (ele e, entre outros, os companheiros das Farc) conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política (do governo)”.

No mês passado, antes do exército colombiano resgatar sem gota de sangue a ex-senadora Ingrid Betancourt (típica representante da “esquerda festiva” francesa) e outros 14 reféns das mãos criminosas das Farc, Celso Amorim, porta-voz do governo, disse solenemente que “O Brasil não faz classificação de quais organizações são terroristas e, por isso, não iria discutir se as Farc entram ou não nesta categoria”. As palavras de Amorim advinham, até certo ponto, do fato de se ver lançada por terra a pretensão (secreta) do Governo Lula de negociar com a guerrilha o resgate dos reféns.

Por isso Lula, antes considerando as Farc uma “organização insurgente”, deu marcha-ré e, diante da vitória memorável do presidente Uribe, considerou “abominável” o ato de seqüestro industrializado pela guerrilha. Ele disse: “Eu espero que as Farc tenham sensibilidade de participar do jogo democrático (C.T. - guerrilhas existem para que o grupo guerrilheiro ganhe status político, para se tornar um partido político representativo da ideologia sociopata que existe na cabeça daqueles degenerados e por isto LULA declara que deseja que as FARC "participem do jogo democrático") e liberar todos os reféns que ainda existem em suas mãos”.

Voltarei ao assunto, mas só para concluir: os comunistas, como sempre, transformam as derrotas mais acachapantes em vitórias retumbantes. Passados os instantes de perplexidade, o Foro agora rearticula o seu Plano B, inspirada na “grande estratégia unificada” que consiste na “inserção dos guerrilheiros e seus simpatizantes na vida pública” colombiana, para se desalojar Uribe do poder. A propósito: Ingrid, provável candidata à presidência, está aí para isso mesmo.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".