Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

domingo, 13 de julho de 2008

Que é que tem de mais?

Do portal do OLAVO DE CARVALHO
09 de julho de 2008

Barack Hussein Obama é, sob tantos aspectos, tão diferente daquilo que normalmente se entende como um candidato à presidência dos EUA, que só por uma distração formidável alguém pode achar que o detalhe mais significativo nele é a cor da sua pele. O lema da sua campanha é “Mudança”, mas para realizá-lo ele não precisa nem ser eleito: ele já mudou tudo nos usos e costumes eleitorais do povo americano, e mudou para tão pior que será preciso muitas décadas para reparar o estrago, se possível.

Desde logo, ele é o primeiro candidato sem nenhuma experiência administrativa -- e com experiência política abaixo de mínima -- a ser aceito por qualquer partido para concorrer a um cargo tão alto. Também não teve carreira militar nem experiência profissional em área nenhuma, exceto como ongueiro. Mas diga isso a um obamista e ele invariavelmente responderá: “Que é que tem de mais?” O sentimento natural de estranheza ante o inusitado tornou-se antinatural, ofensiva, intolerável.

Com a possível exceção de Lula, cuja ignorância chegou a ser louvada como uma forma superior de sabedoria, nunca se exigiu tão pouco de quem reivindica a autoridade máxima. Mesmo em países do Terceiro Mundo o portador de um currículo tão insignificante dificilmente seria aceito como candidato ao cargo supremo. No Partido Democrata e na grande mídia dos EUA, ninguém parece estranhar o caso Obama no mais mínimo que seja, e mesmo entre os adeptos de John McCain há como que um acordo de não magoar o adversário com exigências superiores à sua capacidade. Todos preferem perguntar: “Que é que tem de mais?”

Em segundo lugar, não falta ao candidato somente um currículo: falta até mesmo uma biografia confiável. Os indícios de que ele é muçulmano em segredo brotam dia a dia, mas sua quantidade parece inversamente proporcional ao interesse que seus adversários e a grande mídia têm em elucidar o assunto. Todos parecem querer que o eleitorado aceite como normal e improblemática a hipótese de votar num desconhecido que encobre suas origens, ainda que estas o associem de algum modo ao inimigo que enfrenta o país no campo de batalha e ainda que o seu empenho em encobrir o passado chegue ao ponto de sonegar a própria certidão de nascimento. As provas da intimidade do candidato com organizações comunistas e pró-terroristas também se avolumam, mas não suscitam, entre os bem-pensantes, nem mesmo curiosidade. Afinal, que é que tem de mais?

Até mesmo no quesito elementar do respeito aos símbolos nacionais – o mínimo de etiqueta que os candidatos de todos os partidos sempre respeitaram --, Obama parece ter o direito adquirido de esculhambar com tudo, sem que o establishment dê o menor sinal de sentir-se ofendido por isso. Ele ouve “The Star-Spangled Banner” com as mãos sobre os genitais em vez do coração, modifica o emblema das armas nacionais para fazer dele um grotesco anúncio eleitoral e, para cúmulo, diz que a bandeira do país que ele pretente representar perante o mundo “é, para muitos povos, um símbolo de violência”. Mas, pensando bem, que é que tem de mais?

Mas é ao infringir as leis com a maior cara de inocência que o candidato mostra aquela confiança absoluta na própria invulnerabilidade, tão característica dos sociopatas revolucionários. A cada semana, vêm novos abusos, que normalmente bastariam para destruir a carreira de um político, se não para mandá-lo à cadeia. Mas Obama parece imunizado às conseqüências de suas ações. As últimas da semana foram as seguintes: (1) Para a coleta de fundos de campanha, ele organizou um sistema lotérico – ilegal em todos os cinqüenta Estados americanos. (2) Ele voa por toda parte num avião sem as condições de segurança requeridas, que outro dia foi obrigado a fazer um pouso de emergência. Mas, novamente, a reação geral é a mesma: “Que é que tem de mais?”

Obama é tão esquisito, mas tão esquisito, que aparentemente o único jeito de atenuar o vexame da sua presença na disputa pela presidência é fingir que ele é normal. Mas a proibição de estranhar é, na verdade, uma proibição de compreender, um veto formal ao exercício da inteligência. A presteza em aceitar essa imposição revela uma alarmante debilidade de caráter e a eficácia quase diabólica da chantagem “politicamente correta” que a produziu.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".