Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Grandes Perigos

Do portal do NIVALDO CORDEIRO
11/07/2008

Os acontecimentos dos últimos dias têm sido desnorteantes para aqueles que foram por eles surpreendidos. Todavia, devo dizer a você, meu caro leitor, que eles eram perfeitamente previsíveis, tanto quanto um passo lógico de uma equação. De uma banalidade desconcertante. A demagogia revolucionária não é capaz de criar, apenas de repetir-se, talvez porque seus agentes sejam por demais apegados aos manuais de seus antigos teóricos (C.T. - eu já vejo a coisa assim: o fato de a mente do sujeito SER REVOLUCIONÁRIA é por si só uma prova de estupidez humana e como o estúpido só sabe repetir-se e àquilo que ouviu...). Demasiado humana ela é, a demagogia. É, como Nietzsche dizia de coisas muito mais importantes (e estava nisso errado), a sina do eterno retorno do mesmo. Estamos a ver em nosso país o velho filme bolchevique/nazista, aperfeiçoado por Gramsci, de tomada do poder de Estado. Não precisaram disparar um tiro que fosse.

A caçada aos banqueiros e aos ricos de um modo geral sempre foi a lógica e a tônica dos campeões da igualdade geral, a mais maluca e insana das idéias de Rousseau perseguida desde sempre pelos revolucionários. A tropa do PT já está se sentindo suficientemente forte para pôr os ricos em fuga. Antes os industriais e comerciantes apenas, agora a “categoria” dos banqueiros. É puro terror patrocinado pelo Estado. Entendo que estamos perigosamente a tangenciar o regime de exceção, sob o amparo das leis injustas e excessivas, que dão aos esbirros do Estado todo o poder sobre a vida privada do cidadão. Não haverá retorno à normalidade se não começar imediatamente a mobilização contra as forças da esquerda revolucionária no poder, no terreno em que elas têm sido imbatíveis: no campo da política.

É preciso que aqueles que deram apoio tácito e recursos aos militantes das esquerdas até agora cessem imediatamente de fazê-lo, passando a financiar a oposição. E não apenas aquela oposição consentida, tão bem representada pela social-democracia. Esses financiadores, cuja cara mais óbvia é a dos banqueiros agora perseguidos, precisam acordar para a realidade mais óbvia. O mundo como o conhecíamos, de segurança institucional, de confiança nas forças da ordem, foi-se. Acabou. Morreu de tanta covardia e cegueira da nossa elite econômica. Esse acordar não será fácil, será um despertar em meio a um pesadelo dantesco. Mas o despertar terá que acontecer sob pena de se ir direto ao sono eterno sem saber a causa.

O sistema legal já está completamente deformado no Brasil. Veja-se essa estúpida lei seca, recém aprovada. Ela grita aos nossos ouvidos: “Todo poder ao guarda de trânsito, o novo guardião das virtudes públicas”. É emblemática da nossa situação. O Estado transformou-se no grande inimigo das pessoas. Uma ameaça permanente e cara, que nos rouba a todos e nos ameaça com as suas masmorras e suas multas impagáveis. Falar, escrever, andar de carro, andar a pé, beber um gole ou fumar um cigarro: tudo agora ficou muito perigoso. A vida espontânea esfumou-se. É preciso agora a prontidão de um sentinela romano para chegar em casa, ao fim do dia, são e salvo dos perigos estatais. O poder de repressão às banalidades da vida chegou ao paroxismo.

É preciso que lideranças apareçam para enfrentar o infortúnio. Só na vida político-partidária se poderá reduzir a pressão sobre as gentes. Antes, no entanto, faz-se necessária a metanóia das crenças desses potenciais líderes: é preciso restabelecer as tradições, o culto à liberdade, o sentido da vida privada, o respeito inalienável à pessoa. Não é tarefa simples quando se cultua, há décadas, o coletivo, as massas, o Estado; se inimiza os virtuosos, se elege a luta de classes como a redentora da Nação. Antes terá que vir a pedagogia e não sei se teremos nem tempo para isso.

Em texto sombrio de 1923 – tempos muito parecidos com os atuais e que pressagiavam o que viria depois – Ortega y Gasset escreveu: Las épocas post-revolucionarias, tras uma hora muy fugaz de aparente esplendor, son tiempo de decadência, Y las decadencias, como los nascimientos, se envolven históricamente em la tiniebla y el silencio. La historia practica un extraño pudor que le hace correr un velo piadoso sobre la imperfección de los comienzos e la fealdad de las declinaciones nacionales.

E completou o ensaio, de forma crua: Comienza el reinado de la cobardia – un fenómeno extraño que se produce lo mismo en Grecia que en Roma, y aún no ha sido justamente subrayado. En tiempos de salud goza el hombre medio de la dosis de valor personal que basta para afrontar honestamente los casos de la vida. En estas edades de consunción, el valor se convierte en una cualidad insólita que sólo algunos poseen. La valentia se torna profesión, y sus profesionales componen la soldadesca que se alza contra todo el poder publico (Notem bem, não é o Estado aqui, mas o povo em geral - NC) y oprime estúpidamente el resto del cuerpo social.

Há alguma dúvida de que vivemos neste tempo de covardia? Onde estão as lideranças? Por que há essa ausência de homens egrégios e essa presença massacrante das massas estupidificadas, personificadas nos Lulas da vida? Quem tem coragem de ser voluntário? Quem ousa enfrentar os decadentes?

A grande superstição dos nossos tempos, sua grande cortina de fumaça e justificativa para a covardia, é achar que o mercado tem algum poder sobre o processo. Santa ignorância! Só a verdadeira ciência política para mobilizar os melhores para segurar a decadência e impedir uma tragédia de maiores proporções.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".