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terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Carta aberta aos Parlamentares brasileiros

Do portal FAROL DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA

Senhores Senadores,

Senhores Deputados,



Inicia-se hoje a XXXIV Cúpula do Mercosul em Montevidéu, com a participação dos membros plenos do bloco – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – além da Venezuela que continua pendente da aprovação de seu ingresso como membro pleno, pelo Brasil e Paraguai.

O ponto alto deste encontro é a assinatura de um Tratado de Livre Comércio entre Israel e o Mercosul que demonstra ser promissor para as partes interessadas. Entretanto, é importante lembrar que o presidente Hugo Chávez mantém acordos bilaterais com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, além de uma relação dita por ambos como “amigos e irmãos”, país que é sabidamente inimigo de Israel. Além disso, é de conhecimento de todos os venezuelanos seu aberto e publicamente declarado anti-semitismo, tendo inclusive permitido um ataque pelo corpo da Segurança do Estado, na madrugada do dia 2 de dezembro – dia da votação do referendum - ao Colégio e Centro Social, Cultural e Desportivo Hebraica da comunidade judaica de Caracas.

Membros do Governo brasileiro, sobretudo o presidente Lula, o Sr. Marco Aurélio Garcia e o deputado Dr. Rosinha, alegam não haver justificativa para impedir o ingresso do presidente Chávez no Mercosul, afirmando que na Venezuela existe “democracia em excesso”, baseando-se na “aceitação” à derrota sofrida sobre a modificação à Constituição vigente que lhe permitiria reeleger-se indefinidamente, um caráter eminentemente autoritário ditatorial e não democrático, como alegam seus defensores.

Uma democracia não se define apenas porque seus cidadãos votam, caso contrário poder-se-ia concluir que o regime da Cuba de Fidel Castro não é uma ditadura, pois lá também, apesar de ser uma chapa única e um partido único, os cubanos vão às urnas “escolher” seus futuros dirigentes. Numa verdadeira democracia as liberdades individuais são respeitadas, bem como a iniciativa privada e o império das leis, garantidos pelo Estado de Direito e há muito estes elementos essenciais ao bem-estar social e desenvolvimento do país estão sendo dizimados da Venezuela.

Cito alguns exemplos insofismáveis: a Federação Internacional de Jornalistas classificou a Venezuela entre os países que, freqüentemente, atacam a imprensa e violam os Direitos Humanos, ao lado do Azerbaijão, Tunísia, Paquistão e Nigéria e apenas um dia antes da visita do presidente Lula àquele país, no dia 13 pp., surpreendendo até o Itamaraty, Chávez negou o visto a jornalistas brasileiros para cobrir o evento.

Discorrer nesta mensagem sobre todos os crimes cometidos contra os Direitos Humanos dos cidadãos venezuelanos seria desgastante e tornaria a mensagem um tratado, por isso chamo a atenção dos Senhores para o fato de Chávez ser membro do Foro de São Paulo, uma organização que congrega em seu seio partidos comunistas da América Latina e do mundo, ditadores como Fidel Castro – seu fundador junto com o presidente Lula - além de bandos terroristas como as FARC e o ELN colombianos, o MIR chileno, para citar apenas três deles.

Convido-os a assistirem o vídeo abaixo, onde exilados venezuelanos fazem um apelo à comunidade internacional sobre a situação dos presos-políticos que já somam mais de 300, além dos dissidentes que vivem fora de sua Pátria por perseguições de um governo que alguns acreditam ser democrático. Então, faço-lhes esta pergunta: numa verdadeira democracia é crime passível de prisão e longas condenações por apenas discordar do pensamento e ideologia do presidente da República?



O dirigente opositor venezuelano, Alejandro Peña Esclusa, foi “proibido” de sair do país para proferir palestra num seminário sobre Liberdade e Democracia, em El Salvador, há pouco mais de dois meses. Onde, senão em ditaduras, um cidadão é privado de sua liberdade de ir e vir, apenas por discordar do Governo?

Encerro esta mensagem aos Senhores pedindo que reflitam muito sobre o que vai aqui escrito, antes de apoiarem a entrada do presidente Chávez – dele, sim, e não da Venezuela – como membro pleno do Mercosul, apelando para o mesmo espírito que os animou na recente votação sobre a prorrogação da CPMF, onde reinou solene a razão e o bom senso.

Convido-os a lerem o artigo que segue abaixo, bem como a acessarem este “Chávez e o Mercosul” – para que tomem uma posição amadurecida e embasada quando da votação referida acima. Se nós queremos preservar o que temos de democracia em nosso país, não podemos permitir o ingresso do presidente Hugo Chávez ao Mercosul.

Confiando na seriedade e discernimento dos Senhores, despeço-me na certeza de que prevalecerá o respeito às liberdades democráticas de todos nós brasileiros.

Com votos de um feliz Natal,

Atenciosamente,

Graça Salgueiro
Fundadora e Representante para a América Latina do FDR

A Venezuela esteve a ponto de uma guerra civil

Alejandro Peña Esclusa

Faltando poucos dias para a realização do referendum na Venezuela, todas as pesquisas davam como ganhadora a opção do NÃO, o que vale dizer que a maioria dos venezuelanos se opunha à reforma constitucional proposta por Hugo Chávez.

A reforma não só outorgava a Chávez poderes ilimitados e a presidência vitalícia, senão que convertia a Venezuela – um país tradicionalmente livre e democrático – em uma nova Cuba.

Na noite de 2 de dezembro, depois de haver-se encerrado os centros de votação, a situação era muito tensa posto que, em que pese o evidente triunfo do NÃO, confirmado pelas pesquisas de boca de urna (exit polls), havia indícios de que as autoridades eleitorais, por instruções do próprio Chávez, dariam como ganhador o SIM.

Dado as aterradoras suspeitas de fraude em eleições anteriores, o povo venezuelano estava disposto a sair às ruas para defender sua vontade soberana. Porém, afortunadamente, grande parte dos militares não estavam dispostos a reprimir milhões de manifestantes pacíficos que protestariam por razões legítimas, e assim fizeram Chávez tomar conhecimento.

Na prática funcionou uma operação tipo torquês – quer dizer, em dois flancos – para forçar o oficialismo a reconhecer a derrota. Por um lado, as forças opositoras que votaram pelo NÃO fiscalizaram as mesas, recolheram as atas e contabilizaram os votos. E por outro, a ameaça de sair às ruas em todo o território nacional, em caso de se materializar a fraude.

Pressionado por ambos os flancos, o Regime viu-se obrigado a aceitar os resultados, mesmo que maquiados, para não parecer tão contundentes.

Pouco depois o próprio Chávez admitiu publicamente que esteve tentado a não ceder. Porém, evidentemente, fez suas contas e percebeu que não só haveria uma guerra civil, como, além disso, a perderia.

Embora os partidos políticos que promoveram a opção do NÃO tivessem feito seu trabalho para conseguir o triunfo, na realidade a democracia venezuelana foi salva por milhares de heróis anônimos que estiveram dispostos a arriscar tudo nas ruas, para impedir que seus filhos vivessem em uma ditadura castro-comunista.

A lição é esta: há que manter a luta democrática, porém sempre respaldada pela possibilidade de ativar o protesto popular. Essa é a única combinação que um regime ditatorial verdadeiramente teme.

Graças a Deus, os venezuelanos podem celebrar em paz este Natal, porém a luta continua porque Chávez tentará impor seu modelo totalitário, embora seja por outros meios.

Tradução: Graça Salgueiro

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".