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sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

A teoria marxista da revolução proletária: uma utopia

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Carlos I.S. Azambuja em 21 de dezembro de 2007

Resumo: O tal partido revolucionário do proletariado expropriou o proletariado do poder político, a burocracia apropriou-se do partido revolucionário e dos meios de produção e impediu qualquer progresso no sentido do dito socialismo.

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“Em princípio não renunciaremos nunca e nem podemos renunciar ao terror. O terror é uma das formas de ação militar que pode ser útil e até indipensável em um determinado momento do combate, ante determinado estado das tropas e determinadas circunstâncias”.

(Lenin, “Por onde Começar?”, maio de 1901)

Este é um tema complexo, que pode ser abordado de várias maneiras. Eis uma síntese das idéias que se combinam na teoria marxista da revolução proletária

Inicialmente, a de que o caráter opressor da sociedade capitalista, assentada, segundo Marx, em uma economia baseada na exploração do homem pelo homem, sujeita a crises cíclicas e com tendência ao declínio. Uma economia que não pode ser reformada e que deve ser suprimida.

Em segundo lugar, a definição de que a luta de classes é o motor da História, pois a Historia, desde os primórdios da civilização, nada mais tem sido do que o relato da luta de classes; que o sujeito revolucionário fundamental, o proletariado, jamais obterá uma melhoria global e definitiva em suas condições de vida e trabalho a não ser pela supressão do capitalismo. Pelos seus interesses históricos objetivos e pela sua força social, a classe operária foi definida por Marx como o sujeito revolucionário fundamental, capaz de emancipar-se e a toda a humanidade.

Outro aspecto da teoria marxista revolucionária é o que se refere ao Estado da sociedade capitalista, que Marx definiu como um aparato de dominação a serviço da burguesia, que não pode ser reformado, transformado ou utilizado pelo proletariado. Tem que ser destruído pela revolução proletária, que construirá outros organismos – administração pública, órgãos policiais, Forças Armadas e aparelhos ideológicos do Estado – que permitirão o exercício do poder pelos trabalhadores e conduzirão à passagem do capitalismo ao socialismo. Esse novo Estado foi definido por Marx como “ditadura revolucionária do proletariado”, do mesmo modo que no capitalismo o Estado é uma “ditadura da burguesia”.

Outra questão central na teoria marxista da revolução proletária é a necessidade da construção de um partido revolucionário que introduza, desde fora, no proletariado, a consciência de classe, pois, sozinho, ele é incapaz de adquirir essa consciência.

Posteriormente, a obra de Lênin implementou, de forma decisiva, a teoria marxista do Estado e do partido.

Finalmente, temos a concepção de Marx do que seria a sociedade comunista: uma sociedade sem classes, sem Estado, sem divisão social do trabalho, onde este deixaria de ser um meio de ganhar a vida para tornar-se uma fonte de realização dos indivíduos.

A teoria marxista da revolução proletária define, assim, como necessidade objetiva a supressão da sociedade capitalista, a ser realizada por uma revolução proletária, dirigida por um partido revolucionário, que daria origem a um Estado de novo tipo e iniciaria a construção da sociedade socialista, preâmbulo da sociedade comunista.

Após mais de 150 anos do Manifesto Comunista, esse projeto não se tornou viável nos países capitalistas. Pelo contrário, o comunismo ruiu onde quer que tenha sido implantado pela força das armas, restando Cuba para demonstrar o que, segundo a doutrina marxista, não é o comunismo. E mais: nos países capitalistas o modo de produção não marxista foi sedimentado e a classe operária – apontada como sujeito revolucionário fundamental – obteve sensíveis e constantes melhorias em suas condições de vida e trabalho, está organizada em sindicatos e nunca teve perspectivas revolucionárias, apesar da insistência do partido da classe operária e de seus militantes de classe média predominantemente urbana.

Todavia, o fato mais inquietante e questionador das idéias de Marx e seus epígonos é o de que, onde quer que o capitalismo tenha sido momentaneamente suprimido – sempre pela força das armas e não pela força dos argumentos da doutrina – não se seguiu o regime de democracia operária imaginado por Marx e nem, pelo menos, um processo de construção do socialismo que tenha avançado em direção a ele. O tal partido revolucionário do proletariado expropriou o proletariado do poder político, a burocracia apropriou-se do partido revolucionário e dos meios de produção e impediu qualquer progresso no sentido do dito socialismo. Em lugar da liberdade e da fonte de realização dos indivíduos, foram erigidos os gulags e os hospitais psiquiátricos.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".