Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Saindo do armário

Do portal FAROL DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA
Olavo de Carvalho Membro Fundador e Consultor do Farol da Democracia Representativa

No discurso que fez durante o Encontro de Governadores da Frente Norte do Mercosul, em Belém do Pará, no dia 6 de dezembro (aqui publicado em áudio e encontrável em formato texto em http://www.info.planalto.gov.br/download/discursos/pr464-2@.doc), o senhor presidente da República foi ainda mais explícito do que em 2 de julho de 2005 - 15º aniversário do Foro de São Paulo - e a grande mídia nacional foi ainda mais aplicada e unânime em fingir que não o ouviu. O que ele disse foi, em essência, o seguinte:

1. O Foro de São Paulo, fundado por ele, é o comando estratégico da esquerda continental.

2. Ao longo de 17 anos de ações coordenadas, a estratégia do Foro mudou o curso da História na América Latina, não só salvando da extinção o movimento comunista internacional mas entregando a ele o poder sobre várias nações e abrindo caminho para a sua expansão ilimitada.

Essas afirmações são verdades facílimas de comprovar. Basta cotejar as atas das assembléias e grupos de trabalho daquela misteriosa entidade com o noticiário das mudanças políticas sobrevindas em escala continental desde a sua fundação em 1990. Praticamente tudo o que aconteceu de importante na política latino-americana na última década e meia foi tramado e decidido com antecedência no Foro de São Paulo.

O senhor presidente só mentiu num ponto: disse que os cientistas sociais terão dificuldade em entender essa gigantesca transformação histórica porque "foi tudo muito rápido". Não foi rápido coisa nenhuma. Houve tempo suficiente para compreender o processo e até para detê-lo. O que faltou foi informação. Tudo o que se discutiu e se decidiu no Foro ao longo de 17 anos foi mantido em segredo, com a colaboração servil e criminosa da mídia cúmplice e de uma oposição de fancaria, programada para calar o bico. Ludibriado, o povo assistiu às mudanças sem saber de onde vinham, como se fosse tudo uma inexplicável tempestade de curiosas coincidências. Agindo por toda parte sem jamais ser visto, discutido ou denunciado, o Foro de São Paulo transformou-se literalmente no governo mágico preconizado por Antonio Gramsci, investido do "poder invisível e onipresente de um imperativo categórico, de um mandamento divino".

Nunca, na história do mundo, acontecimentos dessa magnitude permaneceram ocultos perante tanta gente durante tanto tempo, com conseqüências tão vastas.

O fato de que, diante desse fenômeno assombroso, os próprios antipetistas reais ou fingidos se encolham e prefiram discutir miudezas administrativas e legais, como se estivéssemos numa antiga e aprazível democracia européia onde a política se tornou mera rotina burocrática, mostra que a ousadia e o cinismo dos planos monumentais da esquerda não inibiram em seus adversários só a coragem de lutar, mas até o desejo de pensar, o mero impulso de saber. O mal que cresce em torno deles tornou-se grande demais para que desejem enxergá-lo. Como drogados numa boate em chamas, preferem deixar-se cair pelas poltronas, esperando que o incêndio passe como se fosse apenas uma bad trip.

Agora que a luta está praticamente ganha, o próprio inventor da trama pode abrir o armário e mostrar a bela coleção de esqueletos acumulada no escuro ao longo dos anos.

Ele já não tem motivo para calar. Já ninguém tem força para punir seus crimes. Aquilo que foi encoberto pode ser exibido, sem risco, de cima dos telhados. Apenas, aqueles que solicitamente colaboraram com a ocultação se sentem, é claro, um pouco envergonhados de confessar que seu silêncio obsequioso, tão constante, tão devoto, se tornou de repente uma relíquia inútil, desprezada por seu próprio beneficiário maior.

Fonte: Jornal do Brasil - 13 /12/2007
http://jbonline.terra.com.br/sitehtml/papel/pais/papel/2007/12/13/pais20071213024.html

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
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Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".