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quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Alimentando os delírios da besta

Do blog CONDE LOPPEUX DE LA VILLANUEVA

Curioso observar os sintomas de uma doença historicamente repetida. Impressiona como a esquerda latino-americana alimenta a sanha psicótica do presidente da Venezuela Hugo Chavez. Os aspectos essenciais da democracia, como a divisão e independência dos poderes, estão completamente ausentes, dentre outros detalhes. As garantias individuais, o respeito às minorias e oposições e as liberdades civis, de opinião, de imprensa, estão virtualmente ameaçadas de extinção no país. Desde que Chavez fechou a RCTV, a maior rede de televisão do país e criou leis para prender jornalistas dissidentes, criticar o presidente se tornou perigoso. De fato, as manifestações pacíficas da oposição são dispersas na bala. E uma sociedade deprimida, refém de um delinqüente, espera o desfecho de uma guerra civil ou de uma ditadura oficializada.
Se na política interna, o país está dividido e a democracia arruinada, no âmbito externo, Chavez ameaça espalhar o caos em toda América Latina. Crime organizado, terrorismo, narcotráfico, além de uma corrida armamentista, ameaçam a paz no continente. As crises diplomáticas da Venezuela com os Eua, Colômbia, México e Espanha, revelam que tipo mitomaníaco está governando o país. Recentemente, o incidente com o rei da Espanha está ameaçado de sofrer uma retaliação. Contrariando a aliança que o governo de Caracas tem com o governo espanhol, Chavez ameaça confiscar as empresas e propriedades de espanhóis. Quase declarou guerra à Colômbia de Uribe, por causa das guerrilhas narcotraficante das Farcs. E já hostiliza a Guiana, numa crise de fronteiras. No entanto, a despeito de todos esses incidentes gravíssimos que ocorrem naquela pobre nação, e mesmo no continente, a esquerda, em peso, apóia o futuro ditador.

A sociopatia que acomete às esquerdas não é de hoje. A bajulação quase demencial que o movimento esquerdista revolucionário tem para com Chavez lembra muito o culto de Stálin nos anos 40 do século XX. A grande maioria da esquerda mundial sabia dos crimes assombrosos que ocorriam na União Soviética. Os expurgos do Partido, a arma da fome em massa contra a Ucrânia, o Grande Terror, as deportações de populações inteiras para a Sibéria, os campos de concentração Gulags, e a prisão de milhões de pessoas, além do genocídio puro e simples, eram todos conhecidos pelos militantes comunistas e socialistas. Porém, eles mentiram, omitiram a realidade. O casal de socialistas ingleses Webb dizia que a Constituição Soviética era a mais democrática do mundo e que Stálin era menos poderoso do que o Presidente dos Eua. Sartre negou a existência dos campos de concentração soviéticos. Bertold Brecht aprovou os expurgos do Grande Terror, nos famigerados “julgamentos-farsa” de Moscou. Ele ainda pregava a mentira consciente em nome das “verdades” comunistas. O poeta Louis Aragon exaltava os tchekistas da GPU, implorando a ação da polícia política soviética na França. E muitos artistas alimentavam a sanha do psicopata que governava o país, declarando Stálin o Guia Genial dos Povos! Za Stalina!

Mas não só os artistas e admiradores. Até mesmo o circulo do poder de Moscou também alimentava as sandices psicóticas de um louco. Nem que para isso custasse a vida própria deles. Um pouco antes da morte de Stálin, já havia um temor assustador de um novo expurgo dentro da própria nomenclatura soviética, um novo terror. Béria, Molotov, Mikoian, Krushev, e demais colaboradores dos crimes stalinistas, estavam marcados para morrer. O ditador mataria seus cúmplices, tal como matou a velha elite do partido bolchevique. Porém, a morte do tirano salvou os seus asseclas do extermínio. De uma hora para outra, o Guia Genial dos Povos foi expurgado da memória do Partido. Foi o último expurgado de sua própria tirania. A esquerda, que outrora rendia homenagens, como se fosse uma espécie de deus encarnado, cuspiu no cadáver.

A União Soviética, em 1953, era um país em frangalhos. Sentiu o assassinato de vinte milhões de seus cidadãos e a prisão em massa de outros milhões. Os campos de concentração estavam abarrotados de pessoas: quase três milhões de detentos. E o sistema totalitário tornava inviável qualquer prosperidade ao país, já que muitos quadros da indústria, das fábricas, das cidades e do campo estavam presos ou mortos. As leis criminalizavam a vida no país. Milhões de soviéticos foram presos ou mortos por coisas banais, como faltar ou atrasar-se ao trabalho numa fábrica, roubar uma espiga de cereal em épocas de fome, violar as leis de passaportes, criticar o governo, etc. Sim, a liberdade de ir e vir era inexistente na União Soviética. A população soviética tinha seus passos e suas residências controladas por passaportes, já que eram proibidos de sair de seus locais de trabalho e de habitação, sob pena de serem deportados para a Sibéria. Era uma nova espécie de servidão estatal, uma vez que o Estado impunha a obrigatoriedade do cidadão de permanecer em um local. Nas épocas mais ferozes da fome e da carestia de alimentos, em particular, a Grande Fome do Holomodor na Ucrânia, em 1932, os cidadãos do campo que fugiam para as cidades eram mandados de volta aos locais da fome e acabavam morrendo no local de origem. Stálin mandou fechar as fronteiras para eles. Isso custou a vida de seis milhões de soviéticos de inanição.

Nem por isso, uma parte do Partido Comunista se deixou levar pela mudança repentina do pensamento de sua mais alta burocracia partidária. Stalinistas fanáticos chegaram a romper com o Partido de Moscou e aderiram aos modelos socialistas mais tresloucados, violentos e radicais. Muitos chegaram a aderir a China de Mao Tse Tung, a Albânia de Enver Hoxa e mesmo Pol Pot, do Camboja, com suas famas de tiranias absolutistas e sanguinárias. A ditadura comunista chinesa matou 70 milhões de seus cidadãos; Pol Pot, em três anos de regime totalitário, exterminou 25% da população do Camboja; e Enver Hoxa, com sua ditadura pró-stalinista, fez da Albânia o país mais pobre da Europa. Era a Coréia do Norte do Leste Europeu. A Albânia e a China eram objetos de grande admiração de João Amazonas, até então, presidente do Partido Comunista do Brasil. O mesmo Partido Comunista que, junto com o PT, apóia Chavez e todos os movimentos revolucionários criminosos que despontam na América Latina.

A história dos movimentos revolucionários não muda muito neste ponto. A mesma demência, a mesma megalomania pelo poder, o mesmo culto dos ogros filantrópicos que se tornam monstros reais. As mesmas mentiras encontradas em Stálin e outros congêneres de tiranias socialistas, agora refletem no apoio aos governos da Venezuela, Bolívia e Equador. Inventam-se simulacros de democracia para disfarçar os despotismos. È surpreendente pensar que os comunistas, notórios inimigos das chamadas “democracias burguesas”, ou do Estado de Direito Democrático, façam cerimônias sobre a legalidade das eleições fraudulentas na Venezuela e outros demais países. Isso porque, o que está sendo julgado é a existência mesma das liberdades civis destas nações. Os comunistas estão querendo que o povo vote em favor da sua própria escravidão. Em nada difere do que Hitler fez com os alemães, ao legalizar a ditadura nazista, ou mesmo a farsa eleitoral dos países do Leste Europeu, quando os Partidos Comunistas subjugaram esses países em ditaduras sangrentas. O assustador é a defesa maciça de setores jornalísticos e intelectuais às loucuras do chavismo e demais processos totalitários no continente. Alimentam os delírios da besta para uma completa destruição. É o niilismo que ressurge em nossos tempos. A América Latina está sendo governada por psicopatas, dentro da loucura coletiva dos povos. Há Stálins ao redor de nós. A Venezuela é apenas um pequeno palco de grandes tragédias.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".