LUCIANO AYAN
Se alguém já ouviu falar da disciplina “Estudos da Religião”, provavelmente se lembrará mais ou menos do seguinte conjunto de componentes
- Um professor humanista, ou de qualquer outra variação da esquerda, que não é religioso tradicional
- Exposição de várias religiões, de forma comparada, relativizando-as, e buscando os pontos em comum entre elas
- Estudo da religião tradicional como um fenômeno natural, da mesma forma que estuda-se o vício de cigarro ou o câncer
Enfim, temos uma situação no qual apenas aquele que é anti-religioso vence, pois durante toda essa exposição a religião tradicional está sob crivo cético e investigação, enquanto que as crenças desse professor não passam pelo mesmo crivo.
É por isso que pessoas como Héctor Ávalos, Daniel Dennett e Bart Ehrman passam TANTO TEMPO falando sobre religião para alunos… religiosos. Obviamente, depois de muito discurso bate-estaca em sala de aula, vários naturalmente se convertem em anti-religiosos.
A justificativa desse tipo de professor para, mesmo sendo anti-religiosos, “estudarem” a religião é o seguinte: “A religião é um fenômeno universal, e possui padrões, além do fato de causar impactos de diversos tipos. Logo, deve ser estudada.”
Ora, se concordarmos com essa argumentação, temos uma lacuna injustificável. Antes, veja os dois fatores desa análise:
- A. Religião tradicional, composta por cristianismo, judaísmo, islamismo, animismo
- B. Religião política, composta por marxismo, nazismo, fascismo, humanismo, progressismo
Qual é o tempo gasto por (1) professores que sejam participantes de (A) e oponentes de (B), falando para um público sobre estudos de (B), em comparação com (2) o tempo gasto por professores que sejam participantes de (B) e oponentes de (A), falando para um público sobre estudos de (A).
Por exemplo, quanto tempo um professor marxista ficou falando a alunos sobre “estudos da religião”, teorizando sobre os “males do cristianismo”? (Exemplo: Inquisição)
Compare agora com quanto tempo um professor anti-marxista ficou falando a alunos sobre “estudos da religião política”, denunciando as atrocidades do comunismo.
Quer queira ou não, esse é um dos fatores fundamentais para a definição da guerra política.
Portanto, se temos “estudos da religião”, praticados por anti-religiosos, já passou da hora do estabelecimento de “estudos da religião política”, praticados por anti-esquerdistas. (E, como já falei várias vezes, esquerda e religião política são a mesma coisa)
Se neo ateístas em sala de aula querem estudar os fenômenos da crença na autoridade para explicar a crença em Deus (como Dawkins fez em “Deus, um Delírio”), que anti-esquerdistas estudem os mesmos fenômenos para explicar a crença no homem.
Se a religião tradicional já está no tubo de ensaio, não há uma razão lógica para não fazer o mesmo com a religião política.
E voltemos à justificativa dos humanistas professores de “estudos da religião”: “A religião é um fenômeno universal, e possui padrões, além do fato de causar impactos de diversos tipos. Logo, deve ser estudada.”
Ora, a mesma explicação vale para a religião política. Temos o fenômeno de aderência ao esquerdismo em praticamente todos os países do mundo. Os altíssimos impostos nos Estados Unidos, Europa (chegando a quebrar alguns países) e o totalitarismo de esquerda na América Latina comprovam que hoje a religião política é um tema mais urgente para estudos até do que a religião tradicional.
Dennett e asseclas dizem que as pessoas devem que ser “esclarecidas em relação aos benefícios e malefícios da religião”, mas novamente isso vale exatamente para a religião política.
E se esquerdistas possuem “estudos da religião”, para poderem obter espaço para falar da religião tradicional aos seus alunos, anti-esquerdistas deveriam lutar para estabelecer “estudos da religião política”, onde teriam um espaço para falar do esquerdismo (e denunciá-lo) aos seus alunos.
Se o culto a Cristo é objeto de estudo de anti-cristãos, por que o culto a Che Guevara não deveria ser também objeto de estudo de anti-esquerdistas?
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