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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Ampliando a definição do que chamamos de debate

 

LUCIANO AYAN

 

Quando falamos em “debate”, costumamos pensar em dois palestrantes em um palanque, com a presença de um mediador. Elementos como uma introdução de 10 minutos, a réplica do outro debatedor, e uma tréplica do primeiro são comuns.

Isso é o que chamo de debate formal. Você provavelmente já viu isso nos embates entre William Lane Craig e Christopher Hitchens, ou até contra Sam Harris. Assim como já viu em qualquer debate político na época das eleições.

Entretanto, essa é apenas uma forma de debate.

Defino aqui o debate de uma forma mais ampliada: qualquer situação onde exista conflito de ideias.

Assim, um debate não precisa ser formal. Não precisa ter mediador. Também não precisa de duas partes atuando AO MESMO TEMPO.

Esperem aí, muita calma nesta hora… Um debate não precisa de duas partes? Eu não disse isso. Disse que um debate não precisa de duas partes opostas atuando AO MESMO TEMPO.

Vamos então exercer minha visão ampliada de debate. E, nesta visão, o debate está ocorrendo praticamente a todo momento em que opiniões, idéias, argumentos e propagandas são externalizados a partir de pessoas.

Vejamos como essa noção funciona.

Imagine o mago James Randi chamando um paranormal para o palco. Esse paranormal seria alguém com alegados poderes paranormais. No palco, o paranormal é desmascarado. Randi sai eufórico, vitorioso.

Temos aí um debate, onde foi dito “paranormais são farsantes”. E, com a derrota pública do paranormal, a outra parte do debate saiu perdendo.

Um outro exemplo: um esquerdista lança um vídeo na Internet dizendo que cuspir em militares é uma boa ideia. Se militares lançam um vídeo rebatendo essa ideia, sugerindo o processo dos esquerdistas que defendem a apologia ao ódio, temos então a outra parte do debate finalmente soltando a sua voz.

Quer dizer, o debate está acontecendo a praticamente todo o momento. E envolve muito mais que pessoas, mas conjuntos de idéias.

E o que isso muda em relação à definição tradicional de debate? Muita coisa, especialmente a questão da responsabilidade.

Hoje em dia vemos algumas pessoas dizendo “Que coisa, esse fórum virou uma arena onde querem a vitória a qualquer custo, e não ‘buscar a verdade’. Portanto não participo mais”.

Na verdade, esta pessoa continua participando do debate, apenas com a diferença de que sua participação envolve o silêncio.

Assim, não há diferença técnica entre alguém que pertence a um grupo ofendido em um vídeo no Orkut e alguém que vai a um debate acadêmico e usa o seu tempo para ficar em silêncio, enquanto a outra parte o detona.

Sei que alguns não gostarão dessa minha definição, mas ela é coerente com a realidade dos fatos.

Por exemplo, imagine uma mãe que vê uma filha ser estuprada continuamente por um pai pedófilo. Ela não é culpada? Na verdade, ela tem parcela de culpa pois sua omissão foi útil para este pai estuprar a filha.

Podemos, é claro, discutir o nível de punição, ou apenas repreensão moral, a responsáveis por omissão, mas o fato é que responsáveis são sempre responsáveis.

Enfim, em uma época onde a Internet conectou a todos, os debates ocorrem a todo momento, e pessoas que optam pelo silêncio estão na verdade participando do debate com o seu silêncio, e então ajudando a dar vitória ao grupo oponente.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".