Os dois lados de uma ilusão
A esquerdopatia, uma patologia grave ainda não suficientemente estudada pelo establishment psiquiátrico, encontrou resposta - claramente psicótica, mas também criativa - para justificar a continuidade de sua motivação prioritária que é, e sempre será, destruir: um eterno vir-a-ser que jamais será!
É a este estranho, peculiar - e grotescamente louco - fenômeno que Olavo se refere ao postular que para o comunista os 'fins' são os 'meios', e não o contrário.
Do lado liberal-conservador da 'linha vermelha' ocorre outro tipo de confusão, geralmente acompanhada de subido espanto: sabe-se, até ad nauseam, que a praxis esquerdista sempre resultou em desastres, com acentuada degradação moral/espiritual das populações submetidas e concomitante miséria econômica e intelectual.
O espanto decorre da estúpida e incompreensível insistência dos dementes esquerdosos em tentar 'fazer dar certo' algo óbvia e comprovadamente impossível de ocorrer. A causa maior do confusionismo destes conservadores é a incapacidade de detetar a natureza demencial e sub-humana do esquerdótico, que continua sendo encarado como um indivíduo normal, apenas com idéias diferentes.
Não o é!
E não obstante os reiterados diagnósticos - por talentos lúcidos como Olavo, De Paola, e outros - quanto à intrínseca patologia induzindo à regressão a níveis sub-humanos, mais que sobejamente comprovados pelo comportamento de tais seres... a ficha não cai.
Não se compreende que são efetiva, clinicamente, loucos... porque parecem gente normal.
Parece-me não ser ainda generalizado, em ambos os lados, o entendimento de que as efetivas experiências de comunização, tanto quanto as eternas tentativas - incluindo o atual governo comuno-petista - ao contrário do que se supõe, tiveram e continuam tendo estrondoso sucesso. Em destruir, degradar e criar miséria em todos os níveis de vivência humana.
Esquecemos que Marx foi um satanista e sua motivação foi o ódio àquilo que entendia por "Deus" e a toda Sua Criação. O inteiro construto chamado de "ideologia marxista" é um manual de treinamento indutor da auto-corrupção que prima por valorizar, estimular e desenvolver o que de pior pode existir no caráter, visando a máxima eficácia em destrutividade e transformando algo que poderia ter sido humano em feroz e compulsivo inimigo da Humanidade. Este o alvo de Marx e seus mentores. E, consciente ou não, de seus seguidores.
Bem curtinho: os socialismos, todos eles - por debaixo da hipócrita máscara de humanitarismo - visam (e conseguem) a degradação do humano pela sustação do natural e crescente movimento de nossa espécie para a excelência. Sustar é sinônimo de parar, interromper; mas não existe estágio inerte na evolução filo ou ontogenética - se não se avança, regride-se.
E é assim que se constrói o "novo homem socialista", um ser sem outros valores que a sobrevivência e a imediata gratificação dos instintos, alienado, com a mente em permanente ponto-morto, meramente capacitado a produzir bens e serviços para seus donos. Ou, curto e grosso: gado, boi-de-canga, abundante e descartável.
Truísmo: comunistas jamais abandonam o Poder, senão pela força.
Há, hoje, aqui, uma única Força capacitada a expeli-los.
Mestra na discreção, parece distante e alienada.
Mas, reservadamente onipresente, acompanha, testemunha, investiga, avalia tudo o que se passa às claras e nos bastidores.
Sopesa mais e melhor que ninguém os riscos conjunturais.
E, silenciosamente, se prepara... à espera de um chamado consciente e responsável.
Aguarda que se entenda que não é uma mera faxineira a postos para limpar lixo político, sempre pronta a consertar as infindáveis asneiras nacionais, à mão quando dela se necessita e abnegadamente disposta a recolher-se no quartinho dos fundos carregando, inclusive, as culpas pelos desastres que socorre.
Não, isto não é aceitável.
Esta Força é a GUARDIÃ MÁXIMA. Inteligente, atenta, preparada e valentemente disposta até ao sacrifício.
Mas, seu braço forte e mão amiga são extensões e funções do corpo social da nação... que deve se posicionar claramente em concordância, assumindo em uníssono as responsabilidades de acioná-la. E adulta e inteligentemente disposto a sanear e refazer, desde os alicerces, a atual estruturação política causadora deste nosso calamitoso quadro nacional.
Se realmente Deus é brasileiro, permitirá que esta ficha se encaixe... antes que o chicote totalitário se instale.
Com minhas desculpas pela carona no texto de um gênio.
Aí está ele.
Bom proveito.
M.
______
A promessa autoadiável
Karl Marx já opinava que era inútil tentar descrever como seria o socialismo, pois este iria se definindo a si mesmo no curso da ação anticapitalista.
Olavo de Carvalho - 29/8/2010 - 20h26
Quando nosso presidente diz: "Ainda não sabemos que tipo de socialismo queremos", ele ecoa o que é talvez o mais clássico Leitmotiv do pensamento revolucionário. Karl Marx já opinava que era inútil tentar descrever como seria o socialismo, pois este iria se definindo a si mesmo no curso da ação anticapitalista.
O argumento com que Lula justifica sua afirmativa é exatamente esse. Em 1968, entre as explosões de coquetéis Molotov que tiravam o sono do establishment francês, Daniel Cohn-Bendit declarava que os estudantes revolucionários queriam "uma forma de organização social radicalmente nova, da qual não sabem dizer, hoje, se é realizável ou não". E a versão mais sofisticada do marxismo no século 20, a Escola de Frankfurt, baseou-se na convicção de que qualquer proposta definida para a construção do socialismo é bobagem: o que importa é fazer "a crítica radical de tudo quanto existe".
Critiquem, acusem, caluniem, emporcalhem, destruam o que encontrem pela frente, e alguma coisa melhor acabará aparecendo espontaneamente. Se não aparecer, tanto melhor: a luta continua, como diria Vicentinho.
Herbert Marcuse resumiu assim o espírito da coisa: "Por enquanto, a única alternativa concreta é somente uma negação." O alvo final do movimento revolucionário é sublime demais para que seja possível dizer o que é: só se pode dizer o que não é – e tudo o que não participa da sua indefinível natureza divina está condenado à destruição.
Destruição que não virá num Juízo Final supramundano, com a repentina absorção do tempo na eternidade – coisa na qual os revolucionários não acreditam –, e sim dentro da História terrestre mesma, numa sucessão de capítulos sangrentos: não podendo suprimir todo o mal num relance, só resta ao movimento revolucionário a destruição paciente, progressiva, sem limite, nem prazo, nem fim. Cumpre-se assim a profecia de Hegel, de que a vontade de transformação revolucionária não teria outra expressão histórica senão "a fúria da destruição".
Nessas condições, é óbvio que 200 milhões de cadáveres, a miséria e os sofrimentos sem fim criados pelos regimes revolucionários não constituem objeção válida. O revolucionário faz a sua parte: destroi. Substituir o destruído por algo de melhor não é incumbência dele, mas da própria realidade e se esta não chega a cumpri-la, isso só prova que ela ainda é má e merece ser destruída um pouco mais.
É claro que, na política prática, os revolucionários terão de apresentar algumas propostas concretas, seduzindo os patetas que não compreendem a sublimidade do negativo. Mas essas propostas não visam a produzir no mundo real os benefícios que anunciam, mas apenas a enfatizar a maldade do mundo e a aumentar, na mesma proporção, a força de empuxe do movimento destruidor. Eis a razão pela qual este último não conhece fracassos: como o processo avança mediante contradições dialéticas, todo fracasso de uma proposta concreta, aumentando a quota de mal no mundo, se converte automaticamente em sucesso da obra revolucionária de destruição.
Nada incrementou o poder do Estado comunista como o fracasso da coletivização da agricultura na URSS e na China (50 milhões de mortos em menos de dez anos). O fracasso de Stalin em usar o nazismo como ponta de lança para a invasão das democracias ocidentais converteu-se em aliança destas com os soviéticos e na subsequente concessão de metade do território europeu ao domínio comunista, o objetivo inicial do plano.
A queda da URSS, em vez de extinguir o comunismo, espalhou-o pelo mundo sob novas identidades, confundindo o adversário ao ponto de induzir os EUA à passividade cúmplice ante a ocupação da América Latina pelos comunistas.
Mais ainda: como as propostas concretas não têm importância em si mesmas, não só cabe trocar uma pela outra a qualquer momento, mas pode-se com igual desenvoltura defender políticas contraditórias simultaneamente, como incentivar o sex lib, o feminismo e o movimento gay no Ocidente, enquanto se fomenta o avanço do fundamentalismo islâmico que promete matar todos os libertinos, feministas e gays.
Se não têm compromisso com propostas concretas, muito menos podem os revolucionários ter sentimento de culpa ante os resultados das suas ações. O que quer que aconteça no trajeto é sempre explicado, seja como destruição necessária, seja como reação do mundo mau, que deste modo atrai sobre si novas destruições, ainda mais justas e necessárias.
Isso é tanto mais assim porque o estado paradisíaco final a ser atingido não pode ser descrito ou definido de antemão, mas tem de criar-se por si mesmo no curso do processo. Por isso o movimento revolucionário não pode reconhecer como obra sua nenhum estado de coisas que venha a produzir historicamente. O que quer que esteja acontecendo não é – "ainda" não é – o socialismo, o comunismo, a joia perfeita na qual o movimento revolucionário poderá reconhecer, no momento culminante do Fim da História, o seu filho unigênito: é sempre uma transição, uma etapa, criada não pelo movimento revolucionário, mas pelo confronto entre este e o mundo mau.
Por sua própria natureza, a promessa indefinida é autoadiável, e nenhum preço que se pague por ela pode ser considerado excessivo, não sendo possível um cálculo de custo-benefício quando o benefício também é indefinido.
A oitava maravilha do mundo, na minha opinião, é que pessoas alheias ou hostis aos ideais revolucionários imaginem ser possível uma convivência pacífica e democrática com indivíduos que, pela própria lógica interna desses ideais, se colocam acima de todo julgamento humano e só admitem como medida das suas ações um resultado futuro que eles mesmos não podem nem querem dizer qual seja ou quando virá.
Só o conservador, o liberal-democrata, o crente devoto da ordem jurídica, pode imaginar que a disputa política com os revolucionários é uma civilizada concorrência entre iguais: o revolucionário sabe que seu antagonista não é um igual, não é nem mesmo um ser humano, é um desprezível mosquito que só existe para ser esmagado sob as rodas do carro da História.
Olavo de Carvalho é ensaísta, jornalista e professor de Filosofia
Quando nosso presidente diz: "Ainda não sabemos que tipo de socialismo queremos", ele ecoa o que é talvez o mais clássico Leitmotiv do pensamento revolucionário. Karl Marx já opinava que era inútil tentar descrever como seria o socialismo, pois este iria se definindo a si mesmo no curso da ação anticapitalista.
O argumento com que Lula justifica sua afirmativa é exatamente esse. Em 1968, entre as explosões de coquetéis Molotov que tiravam o sono do establishment francês, Daniel Cohn-Bendit declarava que os estudantes revolucionários queriam "uma forma de organização social radicalmente nova, da qual não sabem dizer, hoje, se é realizável ou não". E a versão mais sofisticada do marxismo no século 20, a Escola de Frankfurt, baseou-se na convicção de que qualquer proposta definida para a construção do socialismo é bobagem: o que importa é fazer "a crítica radical de tudo quanto existe".
Critiquem, acusem, caluniem, emporcalhem, destruam o que encontrem pela frente, e alguma coisa melhor acabará aparecendo espontaneamente. Se não aparecer, tanto melhor: a luta continua, como diria Vicentinho.
Herbert Marcuse resumiu assim o espírito da coisa: "Por enquanto, a única alternativa concreta é somente uma negação." O alvo final do movimento revolucionário é sublime demais para que seja possível dizer o que é: só se pode dizer o que não é – e tudo o que não participa da sua indefinível natureza divina está condenado à destruição.
Destruição que não virá num Juízo Final supramundano, com a repentina absorção do tempo na eternidade – coisa na qual os revolucionários não acreditam –, e sim dentro da História terrestre mesma, numa sucessão de capítulos sangrentos: não podendo suprimir todo o mal num relance, só resta ao movimento revolucionário a destruição paciente, progressiva, sem limite, nem prazo, nem fim. Cumpre-se assim a profecia de Hegel, de que a vontade de transformação revolucionária não teria outra expressão histórica senão "a fúria da destruição".
Nessas condições, é óbvio que 200 milhões de cadáveres, a miséria e os sofrimentos sem fim criados pelos regimes revolucionários não constituem objeção válida. O revolucionário faz a sua parte: destroi. Substituir o destruído por algo de melhor não é incumbência dele, mas da própria realidade e se esta não chega a cumpri-la, isso só prova que ela ainda é má e merece ser destruída um pouco mais.
É claro que, na política prática, os revolucionários terão de apresentar algumas propostas concretas, seduzindo os patetas que não compreendem a sublimidade do negativo. Mas essas propostas não visam a produzir no mundo real os benefícios que anunciam, mas apenas a enfatizar a maldade do mundo e a aumentar, na mesma proporção, a força de empuxe do movimento destruidor. Eis a razão pela qual este último não conhece fracassos: como o processo avança mediante contradições dialéticas, todo fracasso de uma proposta concreta, aumentando a quota de mal no mundo, se converte automaticamente em sucesso da obra revolucionária de destruição.
Nada incrementou o poder do Estado comunista como o fracasso da coletivização da agricultura na URSS e na China (50 milhões de mortos em menos de dez anos). O fracasso de Stalin em usar o nazismo como ponta de lança para a invasão das democracias ocidentais converteu-se em aliança destas com os soviéticos e na subsequente concessão de metade do território europeu ao domínio comunista, o objetivo inicial do plano.
A queda da URSS, em vez de extinguir o comunismo, espalhou-o pelo mundo sob novas identidades, confundindo o adversário ao ponto de induzir os EUA à passividade cúmplice ante a ocupação da América Latina pelos comunistas.
Mais ainda: como as propostas concretas não têm importância em si mesmas, não só cabe trocar uma pela outra a qualquer momento, mas pode-se com igual desenvoltura defender políticas contraditórias simultaneamente, como incentivar o sex lib, o feminismo e o movimento gay no Ocidente, enquanto se fomenta o avanço do fundamentalismo islâmico que promete matar todos os libertinos, feministas e gays.
Se não têm compromisso com propostas concretas, muito menos podem os revolucionários ter sentimento de culpa ante os resultados das suas ações. O que quer que aconteça no trajeto é sempre explicado, seja como destruição necessária, seja como reação do mundo mau, que deste modo atrai sobre si novas destruições, ainda mais justas e necessárias.
Isso é tanto mais assim porque o estado paradisíaco final a ser atingido não pode ser descrito ou definido de antemão, mas tem de criar-se por si mesmo no curso do processo. Por isso o movimento revolucionário não pode reconhecer como obra sua nenhum estado de coisas que venha a produzir historicamente. O que quer que esteja acontecendo não é – "ainda" não é – o socialismo, o comunismo, a joia perfeita na qual o movimento revolucionário poderá reconhecer, no momento culminante do Fim da História, o seu filho unigênito: é sempre uma transição, uma etapa, criada não pelo movimento revolucionário, mas pelo confronto entre este e o mundo mau.
Por sua própria natureza, a promessa indefinida é autoadiável, e nenhum preço que se pague por ela pode ser considerado excessivo, não sendo possível um cálculo de custo-benefício quando o benefício também é indefinido.
A oitava maravilha do mundo, na minha opinião, é que pessoas alheias ou hostis aos ideais revolucionários imaginem ser possível uma convivência pacífica e democrática com indivíduos que, pela própria lógica interna desses ideais, se colocam acima de todo julgamento humano e só admitem como medida das suas ações um resultado futuro que eles mesmos não podem nem querem dizer qual seja ou quando virá.
Só o conservador, o liberal-democrata, o crente devoto da ordem jurídica, pode imaginar que a disputa política com os revolucionários é uma civilizada concorrência entre iguais: o revolucionário sabe que seu antagonista não é um igual, não é nem mesmo um ser humano, é um desprezível mosquito que só existe para ser esmagado sob as rodas do carro da História.
Olavo de Carvalho é ensaísta, jornalista e professor de Filosofia
Nenhum comentário:
Postar um comentário