Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Consciência limpa: com toda a evidência, a democracia dos sonhos do prof. Safatle consiste na livre concorrência entre vários partidos iguais ao PT

MÍDIA SEM MÁSCARA

O PT, repito há duas décadas, é um partido revolucionário, totalitário, firmemente decidido a banir da vida política tudo o que não seja ele próprio ou igual a ele próprio.

Já tendo demonstrado que Vladimir Safatle possui a quota de burrice requerida para o preenchimento do cargo de professor de filosofia na USP (ver Cabeça de uspiano em http://www.olavodecarvalho.org/semana/090618dc.html e http://www.olavodecarvalho.org/semana/090623dc.html), não me espanta que ele agora apareça clamando pela implantação de um regime totalitário no Brasil, nem muito menos que o faça com o ar inocente de quem defendesse, com isso, a mais pura normalidade democrática.
Não o acuso de ser fingido, hipócrita, manipulador. Ele não usa da língua dupla orwelliana para nos enganar. Ao contrário, ele deixou-se intoxicar de doublespeak ao ponto de que, em vez de usá-la, é usado por ela, ecoando, com a inimputabilidade mecânica de um boneco de ventríloquo, o que quer que ela lhe instile na caixa craniana.
Não imaginem pois que ele tente nos vender, maquiavelicamente, o totalitarismo com o nome de democracia. Não! Ele acredita mesmo, com pia sinceridade, que totalitarismo é democracia, que democracia é totalitarismo.
Almas caridosas podem nutrir a esperança de que um dia ele venha a tornar-se capaz de distinguir ao menos um pouquinho essas duas coisas, mas para tanto ele necessitará de umas mil reencarnações, e eu não acredito em reencarnação. Safatleza não tem cura.
Em artigo recém-publicado na Folha de S. Paulo (onde mais poderia ser?), ele critica os candidatos do PSDB por terem se permitido, na campanha eleitoral, dizer duas ou três coisas que estão um tanto à direita da linha oficial petista. O partido de José Serra e Índio da Costa, proclama o referido, "só teria alguma chance se tivesse ensaiado uma reorientação programática a partir de um discurso mais voltado à esquerda".
Com toda a evidência, a democracia dos sonhos do prof. Safatle consiste na livre concorrência entre vários partidos iguais ao PT. Insisto: não creio que ele tenha o intuito de ludibriar a platéia ao usar a palavra "democracia" para designar o que é, em substância, um totalitarismo mal e porcamente camuflado - o regime de um partido único com nomes diversos.
Ao contrário, ele acha mesmo que democracia é isso e nunca lhe ocorreu nem ocorrerá que possa ser outra coisa, tão funda, natural e espontânea é a sua crença de que à direita da esquerda só existe o inferno. E na cabeça dele - há indícios de que possui uma -, essa crença não é nem um pouco maniqueísta, pois maniqueísmo é coisa da direita, não é?
Eu sempre disse que o PT não era um partido normal, que aceitasse o rodízio de poder com outros partidos de direita ou de esquerda. O PT, repito há duas décadas, é um partido revolucionário, totalitário, firmemente decidido a banir da vida política tudo o que não seja ele próprio ou igual a ele próprio.
O fato de que venha realizando esse programa com discrição homeopática e obstinada lentidão, em vez de fazê-lo aos gritos e estampidos como o partido governante da Venezuela, só torna Lula diferente de Chávez desde o ponto de vista estético: cada um é feio a seu modo. Lula é até um pouco mais, porque à força de facadas anestésicas logrou persuadir a direita a deixar-se morrer sem dizer um "ai", ao passo que sua equivalente venezuelana não só continua gemendo mas de vez em quando arranca uns gemidos do próprio Chávez.
O prof. Safatle sente-se inconformado de que a uniformização esquerdista do cenário eleitoral brasileiro não tenha alcançado aquele cume de perfeição em que nenhuma ínfima partícula de direitismo residual pode aparecer nem mesmo por equívoco, nem mesmo por um lapso de atenção da parte de esquerdistas leais.
Tanto é assim que, ao chamar de "errática" a campanha de José Serra, assinalando a incoerência entre a denúncia das ligações PT-Farc e os elogios concomitantes - até exagerados - do candidato oposicionista à pessoa do sr. Presidente da República, em qual dessas atitudes vê ele um erro imperdoável? Em acusar o criminoso com provas factuais sobrantes ou em louvá-lo com base na mera opinião pessoal? Adivinhem.
No entender do prof. Safatle, o sr. Serra, para ser um candidato sério, honesto, consistente, deveria, ao falar de Lula, ocultar os fatos desabonadores que conhece e mencionar somente as belas qualidades que imagina. O sr. Serra só mereceria o respeito do prof. Safatle caso resistisse à tentação da sinceridade e se ativesse ao nobre exercício de um coerente puxa-saquismo.
Esse raciocínio não é nada estranho, no fundo. Um sujeito que concebe a democracia como eliminação de toda oposição ideológica só pode mesmo chamar de honestidade e seriedade aquilo que o restante da espécie humana entende por leviandade, vigarice e hipocrisia.
Quando digo que a mentalidade revolucionária enxerga tudo invertido, é disso que estou falando. O prof. Safatle exemplifica-o com aquela candura perversa de quem conserva a consciência limpa porque não tem nenhum contato com ela.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".