terça-feira, 27 de abril de 2010 | 19:21
Não adianta! As minhas convicções, mesmo as mais severas, estão sempre pautadas pelo meu senso de justiça. Tenho apontado aqui, amiúde, as notáveis contribuições de Marcelo Branco à “Inculta”, que, manejada por ele, jamais chegará a ser “Bela”. Mas aquele meu tal senso de justiça me obriga a fazer um reparo: ele não está só no ofício de depredar a língua portuguesa.
Eu, o jardineiro e o caseiro aqui do meu solar confiamos em Helena Chagas, que era uma das chefonas da TV Brasil e agora é uma das chefonas da área de imprensa da campanha de Dilma Rousseff à Presidência — e, tudo indica, uma das protagonistas de uma certa confusão que anda a rondar a turma.
Um leitor me manda uma mensagem de Helena em seu Twitter, a saber:
“é a própria Dilma que escreve no twitter dela, gente…”
Certo! Então aquele “metropólis” é da lavra da própria candidata e nada tem a ver com o homem dos “perfils” e dos “plurals”. Estamos diante de uma realidade interessante: juntaram-se a gramática dela com a dele, e a soma é menor do que cada um dos termos da adição. Estamos assistindo, na prática, à aplicação do conceito de “massa negativa”: a soma que diminui.
Momento “muito gente” do Tio Rei
Helena Chagas avisa, gente, que está com dengue, gente! Segundo o Ministério da Saúde do governo que ela defende, a culpa é dela própria, gente! Deve ter deixado pneu com água no quintal, gente!, cultivar bromélias em casa ou não tampar (e não “tapar”, viu, Dilma?) a caixa d’água, gente!
Helena Chagas avisa, gente, que está com dengue, gente! Segundo o Ministério da Saúde do governo que ela defende, a culpa é dela própria, gente! Deve ter deixado pneu com água no quintal, gente!, cultivar bromélias em casa ou não tampar (e não “tapar”, viu, Dilma?) a caixa d’água, gente!
O povo é doente porque não colabora, como bem sabe José Gomes Temporão, ministro da Saúde. Se Helena Chagas tivesse só pressão alta, aí o tratamento, em tese ao menos, seria mais fácil e, quiçá, agradável, né, gente?
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