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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Por que Honduras pôde e a Venezuela não?

Fonte: HEITOR DE PAOLA


Alejandro Peña Esclusa

Presidente de
Fuerza Solidaria e UnoAmérica



Os venezuelanos contemplam – com assombro e admiração – como os hondurenhos impediram que o modelo chavista triunfasse em seu país e como resistem todos os dias às mais brutais e injustas agressões internacionais. É natural que muitos se perguntem: por que os hondurenhos podem e nós não?

Uma explicação razoável é que os hondurenhos se anteciparam à tragédia porque já a conheciam. Viram através da mídia o que Chávez fez na Venezuela e quando Zelaya quis convocar uma constituinte, reagiram a tempo.

Outra explicação, também válida, é que Zelaya não controlava o Congresso, nem a Corte, à diferença de Chávez que mantém seqüestrados todos os poderes públicos.

Entretanto, em minha opinião, há outro motivo mais importante, relacionado com a humildade e com a religiosidade do povo hondurenho.

Em julho deste ano, quando visitei Tegucigalpa, fiquei impressionado com a simplicidade e clareza dos hondurenhos. Creio que vários fatores influíram para formar esse caráter nacional, entre eles, a consciência de suas próprias limitações econômicas, a necessidade de trabalhar muito duro para sobreviver e o empenho em preservar seus valores familiares e crenças religiosas. Parece, além disso, que o relativismo e o materialismo não permearam tanto em Honduras, como ocorreu na Venezuela e em outros países sul-americanos.

Os hondurenhos mostram uma grande firmeza e inteireza moral na hora de defender seus princípios. Por isso, foram capazes de tomar decisões sem titubear e de suportar enormes pressões, inclusive dos setores internacionais mais poderosos.

Durante minha permanência em Honduras me atrevi a comentar que lá me sentia como na Venezuela rural de meu pai, onde prevalecia a cortesia, a simplicidade e a retidão.

Sem dúvida, décadas de bonança petroleira mal administrada tem prejudicado os venezuelanos. O materialismo e o consumismo afetaram negativamente o caráter nacional, diluindo da memória coletiva os princípios que nossos antepassados compartilhavam. Dez anos de governo Chávez – carregados de cinismo, mentiras e frustrações – debilitaram ainda mais nossos valores, embora tudo isto não signifique que estejamos derrotados.

O testemunho dos hondurenhos deve suscitar uma profunda reflexão nos venezuelanos. A hora é de analisar nossos paradigmas e crenças, para recobrar o caminho que perdemos em algum momento da bonança petroleira. O exemplo desse pequeno país centro-americano pode nos servir de inspiração.

Hoje, mais do que nunca, é necessário recorrer aos ensinamentos e recomendações de nosso grande guia espiritual, o Cardeal Rosalio Castillo Lara, que disse, em 14 de janeiro de 2006, por motivo do Dia da Divina Pastora:

“Nos encontramos em uma situação de extrema gravidade como em muito poucas de nossa história. Um governo eleito democraticamente perdeu seu rumo democrático e apresenta lampejos de ditadura, onde todos os poderes estão praticamente nas mãos de uma só pessoa que os exerce arbitrária e despoticamente, não para o maior bem da nação, senão para um torcido e anacrônico projeto político: o de implantar na Venezuela um regime desastroso como o que Fidel Castro impôs a Cuba”.

Castillo Lara depois acrescentou: “Nosso Senhor Jesus Cristo quis, talvez, dar-nos uma dura lição por nossas infidelidades, por não ter sabido aproveitar os dons que nos deu de uma natureza tão fértil e rica, de uma população inteligente, trabalhadora e generosa, e por não ter ajudado devidamente aos mais necessitados e não ter vivido limpamente nossa fé cristã”.

A solução para a nossa crise não sairá, pois, de uma receita política, ou de um acontecimento eleitoral, senão de uma mudança interna, baseada na recuperação de nossos valores mais caros uma mudança que nos proporcione a força e a determinação para enfrentar uma ditadura tão perversa e destruidora, como a que hoje domina a Venezeula.


Tradução: Graça Salgueiro

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".