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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

UTOPIA VERSUS LIBERDADE

Fonte: VIVER DE NOVO
Quarta-feira, 9 de Setembro de 2009

Se você não pode tolerar imperfeições, esteja preparado para dar um beijo de adeus à sua liberdade

Por Thomas Sowell

"A eterna vigilância é o preço da liberdade”. Nós ouvimos isso muitas vezes. O que também é o preço da liberdade é a tolerância às imperfeições. Se tudo que há de errado no mundo se tornar uma razão para dar mais poder a um político salvador, então a liberdade se erodirá, enquanto estupidamente repetimos os slogans do momento, sejam eles “mudança”, “assistência médica para todos” ou “justiça social”.

Se ficamos tão facilmente alarmados pela retórica, a ponto de que nem o público e nem o Congresso se dão ao trabalho de ler, e muito menos de analisar, projetos de lei que propõem imensas mudanças no sistema público de assistência à saúde, então não fique surpreso quando as decisões de vida e morte sobre você ou sua família forem tiradas de suas mãos – e das mãos do seu médico – e transferidas para burocratas em Washington.

Voltemos ao começo de tudo. O universo não foi feito de acordo com as nossas especificações. Tampouco os seres humanos. Logo, não há nenhuma surpresa no fato de não estarmos satisfeitos com muitas coisas, em muitas ocasiões. A grande questão é se estamos preparados a seguir qualquer político que proclame ser capaz de “solucionar” o nosso “problema”.

Se estivermos, então haverá uma série infindável de “soluções”, cada uma causando novos problemas, que, por sua vez, exigirão mais “soluções”. Esse caminho é o da busca sem fim, consumindo quantidades cada vez maiores do dinheiro do contribuinte e – ainda mais importante – causando perdas cada vez maiores da sua liberdade de viver a sua própria vida como lhe convier, em favor daquilo que as elites presunçosas ditam.

Em última análise, a nossa escolha está entre desistir das buscas utópicas ou desistir da nossa liberdade. Durante séculos, essa escolha foi reconhecida por alguns, mas muitos outros ainda não encararam a realidade. Se você acha que o governo deveria “fazer algo” a respeito de qualquer coisa que o incomode, ou a respeito de alguma coisa que você quer, mas não tem, então você fez a sua escolha entre a utopia e a liberdade.

No século XVIII, Edmund Burke disse: “É uma parte não desprezível da sabedoria conhecer o quanto de um mal deve ser tolerado” e “Eu preciso suportar minhas enfermidades até o ponto em que elas possam se inflamar, transformando-se em crimes”.

Mas os fanáticos de hoje não estão dispostos a tolerar males e enfermidades. Se as companhias de seguros não estão se comportando da forma como algumas pessoas acham que elas deveriam se comportar, então a resposta dessas pessoas é montar uma burocracia governamental que as controle ou as substitua.

Se médicos, hospitais ou companhias farmacêuticas cobram mais do que algumas pessoas gostariam de pagar, então a resposta é o controle de preços. O histórico do desempenho de políticos, das burocracias governamentais ou do controle de preços pouco importa para aqueles que pensam dessa maneira.

Os políticos já são uma das principais razões para que os seguros de saúde sejam tão caros. Seguro existe para cobrir riscos, mas os políticos estão no negócio de distribuição de benesses. Para os políticos, nada é mais fácil do que ordenar aquilo que as seguradoras devem cobrir, sem a mínima preocupação quanto ao que essas coberturas adicionais irão custar.

Se o seguro cobrisse apenas aquelas coisas com as quais a maioria das pessoas está preocupada – o alto custo de uma grande despesa médica – o seu preço seria muito mais baixo do que é hoje, com os políticos empilhando regulamentos sobre regulamentos.

Uma vez que seguros cobrem riscos, não há razão para que um seguro cubra check-ups anuais, e simplesmente porque se sabe de antemão que check-ups anuais ocorrem uma vez por ano. Seguro de automóvel não cobre as trocas de óleo, nem a compra de gasolina, pois essas são recorrências regulares, e não riscos.

Mas os políticos no negócio de distribuição de benesses – especialmente com o dinheiro alheio – não podem resistir à tentação de aprovar leis que adicionem essas coisas à cobertura do seguro. Muitos daqueles que estão propondo mais envolvimento do governo na assistência médica, já estão falando sobre estender a cobertura do seguro saúde para a “saúde mental” – o que significa dar aos psiquiatras e hipocondríacos um cheque em branco a sacar do tesouro federal.

Ainda há algumas vozes da sanidade hoje, ecoando o que Edmund Burke disse há muito tempo. De acordo com o Prof. Richard Epstein, da Universidade de Chicago: “O estudo das instituições humanas é sempre uma busca pelas imperfeições mais toleráveis”. Se você não pode tolerar imperfeições, esteja preparado para dar um beijo de adeus à sua liberdade.

Fonte: Midia@mais
Tradução: Henrique Dmyterko

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".