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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O MERCADOR DE ILUSÕES

Fonte: USINA DE LETRAS
31/08/2009

Tadeu Abrahão Fernandes

Senador Mercadante,

Quando a Corte portuguesa tentava forçar o Brasil a retornar à posição de colônia, emitiu um documento determinando o retorno imediato do Regente a Portugal, o que causaria um retrocesso no nosso processo político. No dia 9 de janeiro de 1822, o jovem D. Pedro precisou de 3 minutos para proferir uma frase histórica “ Se é para o bem de todos, e felicidade geral da nação, diga ao povo que Fico ! “

Hoje, 187 anos depois, quando a escória política brasileira tenta nos manter no fundo do poço ético, o que impede o nosso progresso político, um experiente senador precisou de 23 minutos para proferir seu epitáfio político “ se é para o bem da camarilha e para infelicidade geral da nação, diga ao povo QUE MICO !! “

É isso aí senador, Napoleão dizia que “ o clamor das batalhas, é que separa os homens dos meninos “, o senhor teve a chance de ser Homem, mas oPTou pelo menino carteiro carregador de cartas, diferente daquele jovem Imperador, que decidiu cortar seus laços com seu País e abriu mão de uma coroa européia, para organizar um novo País, fazê-lo independente, e cunhou em nossos peitos o orgulho de sermos brasileiros. O senhor escolheu o pessoal, ou melhor “ o seu pessoal “ .

Acabei de assistir ao seu pronunciamento. Que cena patética! Nem sombra daquele senador, que 2 dias antes, com toda empáfia, com voz firme e ótima entonação, tentou macular a carreira de uma profissional, que por mais de 30 anos desempenha com total competência e lisura o seu trabalho como funcionaria concursada da Receita Federal, tudo isso, para acobertar uma guerrilheira ladra e assassina, contumaz em mentiras, a ponto de falsificar seu currículo. Com certeza, se o senhor tivesse agido com aquela desenvoltura no passado, o Delubio, o Zé Dirceu, o Valdomiro, o Zé Paulo Cunha, o Silvinho do Jeep, e outros componentes dos 40, teriam sido condenados, e certamente o Ali Babá não o teria chamado à caverna, para lhe cobrar “ amizade “, e expô-lo ao ridículo.

O que vimos, foi um pato manco ou um boi castrado num curral de touros, gaguejando, abatido, e surpreso com um plenário ás moscas, sem seus liderados, que mostraram o quanto és “ imprescindível “ , tentando justificar o injustificável, e apresentando balelas.

Com dizia Andy Warhol “ todos temos o direito a 15 minutos de glória “, o senhor precisou de 23 minutos para enterrar o seu passado. Que pena que não tivesse continuado como professor de economia, que pena que não tenha usufruído da bolsa de estudos na Europa, assim, não teríamos presenciado o seu reconhecimento ao afirmar “ desilusão política e frustração por não conseguir resguardar seus princípios “, “ esbarramos no PMDB e na direção do meu Partido ( PT ) “, “ esta não foi nunca a minha posição “. A que ponto o senhor chegou, depois de confessar tanta abnegação política, fica fácil comprovarmos que o Dossiê existiu, e que nós já estávamos na presença de um Marionete.

O senhor citou Tocqueville “ O Parlamento existe para preservar as garantias “, é verdade senador, mas a afirmação de Alexis Tocqueville não era para garantir a impunidade dos pilantras, os atos secretos, o nepotismo, nem as mentiras ministeriais, senador, ele falava de garantias do povo. Mas num ponto, a biografia deste pensador francês se parece com a sua agora “ Ele não foi adotado nem pela esquerda nem pela direita, permanecendo suspeito á todos. “ Dessa, nem a Ideli Salva-ti !

Que farsa dizer que o Presidente não o tenha convencido após 5 horas de reunião, e que só o conseguiu com essa carta matinal, mentira, ele o esculhambou, e o senhor capachamente, lhe solicitou este bilhetinho, para justificar tamanha subserviência. É claro que sabemos que ele não consegue se expressar em 5 horas, e que precisaria de 5 dias para escrever aquela carta de 4 parágrafos, nota-se claramente o dedo do Ducci ou do Franklin : “ Dificuldades e divergências fazem parte de nossa caminhada, mas são menores que ela “, o Presidente tem razão, principalmente quando esta estrada termina no Tesouro Nacional ou na Petrobras; “ É o sacrifício que faz um mundo melhor “, mais uma filosofia do eminente, acadêmico e culto Presidente, e ele está certo, o mundo de vocês está muito melhor, agora existem coberturas, viagens, empregos para os pelegos,nepotismo, participação nos PACs, e etc.

Por que o senhor nos fez perder 23 minutos senador ? Seria muito mais fácil imitar seus professores : “ A crise não é minha, é do Senado “, “ Eu não sei quem é esse rapaz “, “ Essa nomeação foi feita pela Roseane “ ( SARNEY ); “ Toda minha fortuna veio da produtividade das minhas vaquinhas “ ( RENAM ) ; Eu não sabia de nada “ ( LULA ) ; “ Eu nunca vi essa mulher “ , “ Cadê sua agenda “ ( DILMA ).

Segundo o senhor “ conversei com minha mulher Regina, e com meus filhos Pedro e Mariana, refleti e tomei a decisão de sair, mas...me aconselhei com a Dilma, o Pallocci, o Zé Dirceu, o Berzoine, o João Pedro, a Ideli,o Lula, e até com o Arthur Virgilio, e eles me pediram pra ficar “. Senador, com esses conselheiros, Deus teria feito o Mundo em 2 dias, e consumiria os outros 5 pra cobrar entrada, e Ali Babá não teria procurado mais 31 facínoras pra completar seu bando.

Quem sabe se o senhor tivesse procurado a Senadora Marina, ou o Senador Arns, ou o Senador Cristovão, talvez eu não estivesse aqui escrevendo. Talvez eles ao invés de Tocqueville, citassem Immanuel Kant ( Crítica da Razão Pura ) “ Quem dispõem da liberdade de poder agir moralmente é alguém tão especial que não existe nada superior a essa pessoa “. “ Ele age de tal maneira que o motivo que o levou a agir passa a ser convertido em Lei Universal. “ ( KANT )

Quanto ao seu “ amigo Bispo lá do Norte “, que afirma que não se pode abandonar o barco ao primeiro sinal de entrada de água, ele está certíssimo, num mar de corrupção os últimos a abandonarem o barco são o Comandante e os ratos, como o Comandante ainda está Lá, fique mais um pouquinho.

Que cena pastelão o seu pedido de desculpas á Regina, ao Pedro e a Mariana, mas o senhor esqueceu os Paulos, os Josés, as Marias, os Carlos, as Sonias, etc. Aos milhões de pessoas, que assim como sua família acreditaram e elegeram a competência moral de um homem, que poderia ser uma alternativa digna pra nossa esperança. Nossa esperança, que havia superado o medo, acabou perdendo pra covardia.

Só espero senador, que os motivos que o levaram a esse débâcle moral, não estejam ligados a etmologia do seu nome : Mercadante, Mercador, Negociante :” Cidadão que através do comércio vende seus serviços e bens, em troca de dinheiros ou benesses “.

Pra finalizar senador, discordo do Joelmir Betting, que o comparou a um boneco ventríloquo : bem vestido, mexe com a boca, emite sons, sentado no colo do “ amigão “, pra mim, o senhor pareceu um fantoche, apesar de bem vestido, parecia um “ Trapo “ .

Tadeu Abrahão Fernandes

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".