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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O eternos amigos PT e PSDB


Cavaleiro do Templo: mais sobre estes irmãos siameses PT-PSDB aqui.

Êxito de Alckmin azeda plano do tucanato
MÔNICA BERGAMO | colunista da Folha de S.Paulo
FONTE: Folha de São Paulo(texto do dia 08/10/2006)

A passagem de Geraldo Alckmin (PSDB-SP) para o segundo turno das eleições presidenciais implodiu um acordo informal que já estava sendo firmado entre lideranças do PSDB e o presidente Lula e ameaça levar de roldão as pretensões presidenciais de duas das maiores figuras do partido: José Serra, governador eleito de São Paulo, e Aécio Neves, de Mina Gerais.

Caso Lula tivesse liquidado a fatura no primeiro turno, Alckmin estaria lambendo (sozinho) as feridas da derrota. Serra e Aécio seriam hoje os principais candidatos à sucessão do petista. E, até segunda ordem, os únicos: nas conversas com Aécio, antes do primeiro turno, Lula chegou a dizer que, com a derrota de Aloizio Mercadante ao governo de SP, o PT não teria candidato competitivo à Presidência em 2010.

Em conversa com amigos, em setembro, quando as pesquisas indicavam que poderia ser eleito em primeiro turno, Lula disse: "As pessoas vêm me falar de Serra e Aécio. Quem disse que um deles não pode estar no nosso palanque em 2010? Ou que eu não posso estar no palanque de um deles?".

A missão de dialogar com Serra era do ministro Márcio Thomaz Bastos, da Justiça. Os dois tiveram vários encontros nos últimos meses em SP.

"O PT não dará trégua"

Em palestra para banqueiros, pela qual recebeu R$ 15 mil, o ex-ministro Antônio Palocci detalhou, em setembro, o acordo informal: os tucanos ajudariam Lula a aprovar reformas no Congresso. Em troca, teriam atendidos seus pleitos junto ao governo federal.

A possibilidade de vitória de Alckmin explode tudo. Em primeiro lugar, tirou Lula da posição de "amigo", como ele se referia a Serra e Aécio: para vencer as eleições, o presidente começou a atacar não só Alckmin mas todo o PSDB. E convocou dois possíveis presidenciáveis, que andavam sumidos, para a sua "tropa de choque": Marta Suplicy e Ciro Gomes.

Caso Alckmin vença as eleições, o quadro muda ainda mais: dez entre dez tucanos duvidam que ele abra mão de concorrer à reeleição. De dois, o número de presidenciáveis de 2010 pula para pelo menos quatro: Alckmin, Serra e Aécio, pelo PSDB, e o próprio Lula, como candidato de oposição.

Em jantar com empresários em SP, na semana passada, um dos deputados mais influentes do PT afirmou: "Vamos ser claros. Existia um acordo entre nós [PT] e o PSDB: o próximo governo era do Lula. O de 2010, do Serra ou do Aécio, sem problemas. Com Alckmin, o acordo será rompido. E Alckmin vai ter derrotado o Serra, o Aécio, o FHC, o Lula, todo mundo".

De acordo com o parlamentar, "o Alckmin, se eleito, não vai governar" porque PT, MST e CUT "não vão dar trégua".

"Não é possível"

Amigos íntimos e políticos do grupo de Serra no PSDB e no PFL mal disfarçam o desconforto com a possibilidade de Alckmin vencer as eleições.

Dias antes do primeiro turno, no coquetel do debate que a TV Globo promoveu entre os candidatos ao governo de SP, um dos políticos de maior destaque no Estado, muito próximo de Serra, fez cara de enterro ao receber a notícia de que pesquisas telefônicas indicavam que haveria segundo turno.

"Não é possível! Quem te falou?", perguntou o político à Folha. Depois, chegou a cochichar com a colunista: "Ele [Alckmin] não vai passar [para o segundo turno]. Não é possível, não vai dar tempo."

De acordo com um político do PFL paulista, a vitória de Alckmin vai fazer com que a disputa, no PSDB, "vire uma briga de foice no escuro". O mais irônico é que tanto Serra quanto Aécio, pressionados por Alckmin e sobretudo pelos eleitores tucanos que querem Lula fora do Planalto, devem se engajar agora na campanha.

Tucanos ouvidos oficialmente pela Folha negam que a vitória de Alckmin desagrade setores do PSDB. "Isso não existe. Não há um só tucano que esteja a favor da vitória do Lula. Há situações históricas em que o bem do país está acima de interesses pessoais", diz o ex-ministro Paulo Renato de Souza.

A vitória de Alckmin estava fora também dos planos de Fernando Henrique Cardoso, que já se preparava para ser o porta-voz da oposição a Lula.

FHC nunca escondeu que preferia ver Serra candidato à Presidência. Ele só decidiu apoiar Alckmin quando ouviu de especialistas como Carlos Augusto Montenegro, do Ibope, que Lula era um candidato "quase invencível". A um interlocutor, FHC foi claro: "Vamos colocar o Alckmin para perder. E preservar o Serra para 2010".

Entre amigos íntimos, FHC, celebrado pelo bom humor e por perder o amigo, jamais a piada, chegou a dizer, em março, que a derrota de Alckmin obrigaria os tucanos a comprarem uma butique para a filha dele se ocupar. Sophia, filha de Alckmin, já trabalhou na Daslu.


Um comentário:

Anônimo disse...

A partir do artigo anterior de Olavo de Carvalho, já posso entender o que é um liberal. FHC e Serra são nomes palatáveis ao Clube de Bilderberg. Seu componente revolucionário é o que os habilita a serem. Foi este princípio que fez com que Lula fosse fabricado pelo General Golbery como alternância para o poder. Pensar que já naquela época existia o capimunismo... e que Sarney foi o primeiro presidente brasileiro a aceitar as regras do jogo... o eterno Sarney... liberal para ele.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".