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sexta-feira, 13 de junho de 2008

Calor e muita confusão na regulação global

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Bethany Stotts em 11 de junho de 2008

Resumo: Estará a América em vias de seguir o caminho da Europa?

© 2008 MidiaSemMascara.org

Com o Projeto de Lei Lieberman-Warner [*] próximo da votação torna-se cada vez mais importante examinar as motivações que estão por trás do ativismo do aquecimento global. Václav Klaus, Presidente da República Tcheca disse numa conferência no jantar anual do Competitive Enterprise Institute, na última semana, que ele acredita que a mudança climática é o item político ideal porque seu dogma não pode ser desmentido.

“Temo que levará séculos para se conseguir uma prova de que o planeta não foi destruído nem se encontra ameaçado de destruição – e este é o truque do moderno ambientalismo... Os políticos ambiciosos que tentam dominar o mundo e seus cidadãos vêm sonhado há décadas com encontrar esta maravilhosa doutrina, imunizada contra a realidade”.

Este clima alarmista tem seu custo, argumenta Klaus, pois é eminentemente contrário ao bem estar humano. “Se tomarmos a sério os argumentos dos ambientalistas verificaremos que se trata de uma ideologia anti-humana. Defendem como causa fundamental dos problemas mundiais a expansão do homo sapiens”, escreve Klaus no seu livro Blue Planet In Green Shackles (que pode ser traduzido por Um Planeta Azul com Algemas Verdes) (http://www.amazon.com/Planet-Green-Shackles-Vaclav-Klaus/dp/B001A3W3BK). Klaus foi agraciado este ano com o Prêmio Julian Simon do CEI por defesa do livre mercado. O CEI também traduziu seu livro para o Inglês, já existindo traduções para o Alemão, Holandês e Polonês e, em breve, para o Russo.

Os discursos de Klaus só mereceram a cobertura do CSPAN e da Fox News. Washington Post, Los Angeles Times, e New York Times ignoraram sua visita aos EUA.

“Agradeço a oportunidade de visitar novamente seu grande País, o qual – apesar de muitas críticas necessárias e justas – permanece o mais livre de todos os países do mundo e fonte de inspiração para todos nós”, disse à assistência, acrescentando: “Enfatizo principalmente isto pela minha crescente frustração com os desenvolvimentos do outro lado do Atlântico, de onde venho”.

Mas estará a América indo na mesma direção da Europa? O projeto Lieberman-Warner, se aprovado, imporá aos EUA uma espécie de limitar-e-negociar (cap-and-trade) as emissões de carbono e determinará uma queda de 70% na emissão de gases de efeito estufa até 2050. De acordo com a Heritage Foundation, o Produto Interno Bruto, um indicador importante da riqueza nacional, cairá US$ 436 bilhões em 2030 como resultado desta legislação. O último relatório da Heritage mostra que a lei aumentará os custos de energia doméstica em US$ 447 bilhões anuais e levará ao desaparecimento de milhões de empregos. De acordo com o Escritório do Orçamento do Congresso a lei imporá anualmente um incremento de US$ 90 bilhões às propriedades privadas, entre 2012 e 2016, o que excederá o limite legal anual de US$ 136 milhões estabelecido pelo Unfunded Mandates Reform Act (UMRA) (www.sba.gov/advo/laws/unfund.pdf) como relata a CBO.

Klaus traçou uma ligação direta entre o marxismo e o moderno ambientalismo em sua conferência no National Press Club: “Como seus predecessores, os ambientalistas estão convencidos de que têm o direito de sacrificar o homem e sua liberdade para tornar realidade sua idéia”, disse ele. “No passado, era em nome das massas de proletários; agora, é em nome do planeta. Estruturalmente há uma enorme semelhança”, acrescentou.

O Presidente tcheco admite que sua atual perspectiva é fortemente influenciada por sua vida sob o comunismo, mas diz que “gostaria de sublinhar que eu não vivo no passado e não vejo as ameaças à sociedade no futuro como oriundas da velha e fora de moda ideologia comunista. Pelo contrário, as ameaças vêm com novo nome mas com o mesmo objetivo: restrições governamentais à liberdade”. “Estamos testemunhando a interpretação absolutista do princípio acautelador sendo usada pelos ambientalistas para justificar qualquer forma de intervenção e proibição”, escreve Klaus em seu livro. “Tudo que eles precisam para implementar estas restrições é a pregação nobre e moralizadora sobre o futuro e demonstrar sua ‘preocupação’ à la Gore, com a humanidade”. Argumenta, então, que muito melhor seria a análise de custo-benefício.

Críticos dos esquemas “cap-and-trade” de engenharia social argumentam que os custos do alarmismo das mudanças climáticas pode ser dramático. “Se eliminarmos os fertilizantes à base de hidrogênio, reduziremos a produção de grãos à metade imediatamente” disse Dennis Avery, do Hudson Institute; “Metade do mundo passará fome”.

Um outro programa governamental, a produção de etanol, dá uma mostra da perturbação imediata do que Lieberman-Warner pode envolver. “O que fizemos nos EUA e na Europa cria uma situação que, por várias razões, mas primariamente ambientais, chamamos de queimar comida como combustível e destruir o habitat ambiental que serve para produzir aquela comida” argumenta Iain Murray, Fellow do CEI e autor de The Seven Really Inconvenient Truths (http://www.amazon.com/Really-Inconvenient-Truths-Environmental-About-Because/dp/1596980540).

Pela lei aprovada no último ano os EUA queimarão maiores quantidades de comida para fazer combustível automotivo, “isto num mundo onde já há falta de alimentos e desnutrição e cuja demanda de comida dobrará nos próximos 40 anos”, disse Murray. Lieberman-Warner poderá ser bem pior que o mandato sobre o etanol. “Os desafios colocados por este último são apenas uma pequena fração daqueles que advirão de Lieberman-Warner”, escreveram autores da Heritage. Eles classificam a lei como uma promessa de “perigos extraordinários para a economia Americana”.

Numa nota bem humorada Klaus fez piada dos esquemas de limite de emissão de carbono de Al Gore: “Eu fui o único nesta sala a pedir ‘por favor, podem conseguir água sem gelo?’. Meus vizinhos à mesa disseram ‘este é um verdadeiro europeu porque na Europa eles têm geladeiras pequenas e não têm gelo suficiente’. E eu disse, ‘Fred, para ser verdadeiro você deveria ir para casa, jogar fora a sua geladeira enorme e comprar uma nova menor. É a única forma de seguir as normas de Al Gore”.

ethany Stotts é uma Staff Writer em Accuracy in Academia (www.academia.org), e pode ser contactada em bethany.stotts@academia.org. Este artigo foi publicado em Accuracy in Media (www.aim.org) em 4 de junho de 2008 no link http://www.aim.org/aim-column/warm-and-fuzzy-global-regulation/.

Tradução: Heitor De Paola

[*] America's Climate Security Act (S. 2191), em discussão no Senado Americano desde 2 de junho de 2008, proposto pelos Senadores Joseph Lieberman (I-CT) e John Warner (R-VA). Restringirá o uso de energia para combater o “aquecimento global”.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".