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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

NOVO LIVRO TRATA DE FÉ CATÓLICA, ABORTO E POLÍTICA

 

ZENIT

ZP12083107 - 31-08-2012
Permalink: http://www.zenit.org/article-31179?l=portuguese

Entrevista com Vanderlei de Lima, autor do livro


Por Thácio Siqueira

BRASILIA, sexta-feira, 31 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Vanderlei de Lima, filósofo com extensão em Bioética e Tecnociências pela PUC-Campinas e formação em Teologia Moral pela Escola Mater Ecclesiae, da Arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ), acaba de publicar mais um livro.

A obra que tem por título “O verdadeiro católico pode votar em partidos defensores do aborto?” visa levantar, em suas 60 páginas de fácil leitura, “Uma delicada questão de consciência frente ao homicídio no ventre materno”.

Apresentado pelo Padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, advogado e mestre em Bioética pela Pontifícia Universidade Regina Angelorum (Roma), o livro é prefaciado pelo Cardeal Dom Eusébio Oscar Scheid, Arcebispo-emérito do Rio de Janeiro (RJ), que não poupa elogios à obra no que se refere à luta pela vida e contra o aborto, ato que Dom Scheid caracteriza como “matança de inocentes”.

O cardeal brasileiro e amigo pessoal do Papa João Paulo II, assim fala em um dos trechos do prefácio: “Apreciamos muito a lucidez, a coragem e a clareza que o autor demonstra. Admiramos também, de modo particular, o zelo pastoral em desmascarar a chamada ‘pseudocultura’ da morte, evidenciando o supremo valor da vida em toda a sua amplitude existencial”.

Logo depois, Dom Eusébio afirma que Lima demonstra ter “um vasto conhecimento que leva ao esclarecimento das questões tratadas e, por vezes, esmiuçadas com muita precisão e clareza: política e religião, politizar e engajar-se em política partidária, culpabilidade e responsabilidade em diversas escalas da opinião pública, declarações oficiais...”.

O Pe. Lodi, apresentador da obra, parabeniza “a iniciativa de esclarecer o eleitorado católico sobre o grave dever de discernir não só os candidatos, mas também os partidos incompatíveis com a doutrina cristã” e deseja “que o maior número possível de eleitores possa ser atingido por tão preciosas informações”.

A obra pode ser adquirida a partir dos dados oferecidos no blog do autor pelo valor de R$ 10,00 (incluso o frete):

http://www.pelavidaindefesa.blogspot.com.br/2012/08/alerta-geral.html

Vanderlei de Lima concedeu à ZENIT uma entrevista excluvisa sobre a temática tratada no seu recente livro. Publicamos a seguir entrevista na íntegra:

***

ZENIT: Por que há interesse de se aprovar o aborto no Brasil?

VANDERLEI: O interesse em aprovar o aborto no Brasil – diga-se logo de início – não é para satisfazer o interesse popular, pois pesquisas de opinião pública apontam que entre 72% a 90% dos brasileiros somos contra o assassinato de inocentes no ventre materno.

Então, qual é o interesse? É, certamente, o de satisfazer a “ideologia da morte”, ou seja, os poderosos grupos internacionais que, dispondo de grandes recursos financeiros e fortes meios de propaganda, desejam afrontar os valores sagrados e perenes que ainda restam da civilização cristã nos nossos dias.

ZENIT: Qual a relação entre aborto e voto?

VANDERLEI: A relação entre aborto e voto é muito grande e comporta, de momento, dois aspectos a serem destacados.

O primeiro é o aspecto moral (muito deixado de lado em nossos dias), uma vez que o 5º Mandamento da Lei de Deus preceitua: “Não matarás” (Êxodo 20,13) e a Igreja sempre conservou em sua doutrina a condenação ao aborto provocado ao longo de mais de dois milênios de história.

Ora, se o candidato é de um partido, cujo programa defende o aborto, o verdadeiro católico não pode – sem trair a moral – votar nesse partido ou no político que está a favor da morte. Ele seria um católico totalmente incoerente e estaria em pecado.

E mais: A Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé publicou, em 24 de novembro de 2002, uma Nota sobre questões relativas à participação e comportamento de católicos na vida política. Ali está claríssimo que o fiel católico não pode apoiar com seu voto as investidas da cultura da morte, votando em candidatos filiados a partidos defensores do aborto.

O segundo aspecto é que um político eleito pelo povo há de ser representante legítimo desse povo. Ora, se o povo não quer o aborto, também o político não deve querer, pois o mandato que ele exerce não faz dele um senhor absoluto de suas vontades particulares ou partidárias. Ao contrário, ele é um delegado ou representante dos anseios do povo que a ele confiou o seu voto.

Então, se os candidatos de partidos abortistas perceberem que estão sendo rejeitados nas urnas terão que tomar uma das três medidas seguintes: a) sair do partido pró-morte de inocentes e indefesos; b) mudar radicalmente o programa do seu partido ou c) contentar-se em nunca ser eleito pelo voto dos católicos.

Esse é o poder do voto dos verdadeiros católicos que jamais devem votar em comunistas, socialistas e abortistas e nem votar em branco ou nulo, muito menos deixar de ir votar, pois essa omissão favorece a cultura da morte.

ZENIT: A qual público está destinado o livro?

VANDERLEI: O livro está destinado primeiramente aos verdadeiros católicos, ou seja, àqueles que realmente buscam viver o pulsare cum Ecclesiae (sentir com a Igreja) em tudo.

Depois, destina-se também às pessoas de várias religiões ou homens e mulheres de bom senso em geral que defendem a vida desde a sua concepção até o seu fim natural.

ZENIT: O que levaria um político a receber o voto católico?

VANDERLEI: O político está apto a receber o voto de um verdadeiro católico desde que defenda os princípios básicos ou fundamentais da civilização cristã, que são valores reconhecidos até mesmo pela luz natural da razão sem a fé.

Dentre esses valores estão, evidentemente, a defesa da vida, da família, da religião, da propriedade particular legítima, etc., o que, em contrapartida, leva esse político a se opor ao aborto e à eutanásia, ao divórcio e à união de pessoas do mesmo sexo, à perseguição religiosa que aí está (ela não quer crucifixo ou bíblia em locais públicos, exclui religiosos de opinarem em questões importantes para o país, etc.), a ser contrário a uma reforma agrária que não seja segundo a Doutrina Social da Igreja, mas seja de acordo com os fracassados modelos comunistas, etc.

O candidato que verdadeiramente se opõe a isso tudo e que não é de um partido cujo programa defende o comunismo, o socialismo e o abortismo, merece o voto do verdadeiro católico. Caso contrarie a tudo isso, não merece o nosso voto.

ZENIT: O voto de cada católico pode mudar a cara do Brasil?

VANDERLEI: Com certeza, o voto dos católicos (e dos cristãos em geral, maioria no país) pode mudar a cara do Brasil para melhor.

Basta ver que, por iniciativa do povo religioso, e não dos políticos interessados em desvincular a religiosidade do povo da política, temas como o aborto e união de pessoas do mesmo sexo foram amplamente discutidos nas eleições semi-gerais de 2010 e cada vez mais vêm sendo debatidos e rejeitados pela imensa maioria do povo brasileiro, incluindo estudantes de Ensino Médio e Universitários.

Aqui alguém poderia usar o velho chavão: “Mas o Estado é laico” e eu respondo que o Estado pode ser laico, mas o povo (nação) é religioso. Daí o político eleito há de representar esse povo que o elegeu e não os interesses de seu partido, seja no âmbito do Legislativo ou do Executivo.

Caso contrário, teríamos uma democracia de mentira.

ZENIT: Qual é a principal questão que o senhor trata no livro e que pode interessar grandemente ao eleitorado católico brasileiro?

VANDERLEI: A grande questão ou tese do livro é a de que o verdadeiro católico não pode, sem trair a sua fé, votar em partidos que defendem, em seus programas, o aborto, pois esse é, em si mesmo, pecado, e, por isso, uma grave afronta à Lei de Deus que preceitua: “Não matarás” (Ex 20,13).

Ao lado dessa questão crucial, o livro mostra que o verdadeiro católico não pode votar em partidos comunistas ou socialistas, nem em candidatos que perseguem a religião. Aliás, o mérito do livro, segundo alguns comentaristas, está em apontar, inclusive, os nomes desses partidos.

Portanto, ao eleitor católico não interessa se o candidato ou a candidata são de Igreja, mas, sim, se o Partido no qual ele ou ela está defende pontos contrários à doutrina cristã.

O católico filiado a um partido comunista, socialista ou abortista, é uma contradição ambulante. Ele não sabe nada de cristianismo e nem de comunismo ou abortismo, ou pior, se diz cristão para enganar os ingênuos. Na dúvida, não se vota nele, de modo algum.

O livro traz ainda questões muito oportunas como o pecado, o Estado laico, o valor da vida à luz das ciências e da fé entre outros tópicos que merecem ser lidos e entendidos, por isso a linguagem acessível e a citação de rica bibliografia para aprofundamento.

ZENIT: Uma palavra final

VANDERLEI: Desejo agradecer imensamente à Agência Zenit pela oportunidade ímpar que agora tenho, bem como expressar a minha gratidão aos revisores da obra: Margarida Hulshof, escritora e perita em Teologia, Padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, advogado e Mestre em Bioética (apresentador do livro na quarta capa), e a S. Eminência o Cardeal Dom Eusébio Oscar Scheid, arcebispo-emérito do Rio de Janeiro, que fez o prefácio.

Espero que a obra de 60 páginas ajude os eleitores católicos brasileiros que a lerem a não votarem nos partidos contrários à fé e à moral católicas e nem votarem em branco ou nulo, pois essa atitude ajuda a favorecer a cultura da morte.

Caso não haja um candidato que o eleitor julgue bom, então, por exclusão, vote no menos pior, mas vote. Dos 16 aos 100 anos ou mais, se estiver em condições, vá votar. Temos que derrubar a cultura da morte e substituí-la pela cultura da vida.

Muito obrigado.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".