JULIO SEVERO
23 de abril de 2012
Lucia Muchova
Washington, DC, EUA 24 de fevereiro (C-FAM) Um recente estudo de um grupo independente de pesquisadores mostra que a Organização Mundial de Saúde (OMS) subestimou de modo significativo as estatísticas de mortalidade da malária em seu Relatório da Malária de 2011. Esse é outro golpe para a credibilidade da mais elevada organização mundial de saúde em apenas dois anos.
Um documento publicado na revista médica The Lancet neste mês por pesquisadores do Instituto de Indicadores e Avaliação de Saúde (IIAS) da Universidade de Washington em Seattle revelou que dava para se atribuir diretamente à malária 1.238 milhão de mortes no mundo inteiro — quase o dobro das 655.000 mortes relatadas pela OMS.
O relatório também deu a surpreendente notícia acerca das reais causas da mortalidade infantil mundial. A mortalidade da malária estava 1.3 vezes mais elevada do que mostrou a estatística da OMS para crianças abaixo de 5 anos na África; 8.1 mais elevada para crianças de cinco anos para cima na África e 1.8 mais elevada para todas as idades fora da África. A equipe do IIAS estimou que dava para se atribuir à malária 24% das mortes de crianças na África em comparação com os 16% citados no relatório da OMS para o ano de 2008.
Compilando dados de 105 países usando modernas ferramentas metodológicas, o IIAS descobriu que as mortes de malária em 2010 em indivíduos de idades de 5 anos para cima foram 524.000 em comparação com a estatística da OMS de 91.000, quase 6 vezes mais elevada. No total, ocorreram mais 433.000 mortes, do que foi citado pela OMS, em pessoas de 5 anos para cima devido à malária em 2010. Os pesquisadores dizem que esses números podem ser ainda mais elevados se mais correções forem feitas nos dados classificados de modo errado e se a malária for contada como fator agravante para outras causas de morte.
O fato de que a mortalidade da malária tenha sido subestimada tem importantes implicações para as políticas públicas. Significa que organizações como o UNICEF deveriam aumentar suas verbas para programas de sobrevivência infantil para reduzir o grande número de mortes infantis de malária na África. Significa que a OMS e outros deveriam aumentar seu engajamento nos programas de prevenção e erradicação da malária. Significa também que as agências da ONU deveriam prestar muito mais atenção à sua coleta e uso de dados.
Esta não é a primeira vez que pesquisadores independentes atuaram como defensores dos direitos dos cidadãos no caso da ONU utilizando estatísticas deficientes. Pouco mais de um ano atrás, a mesma revista publicou um relatório convincente elaborado pelo mesmo grupo de pesquisadores que expunha os números inflados de mortalidade materna relatados por agências da ONU. As estatísticas usadas pela OMS e pelo UNICEF foram consideradas errôneas e a metodologia tinha imperfeições sérias. Mas tais estatísticas têm sido citadas por elaboradores de políticas públicas para exigirem mais financiamentos para as medidas de saúde reprodutiva — inclusive aborto — em vez de programas de redução de mortalidade apontadas para as principais causas da morte materna.
Em anos recentes, a monitoração independente de órgãos internacionais e das informações que eles disseminam tem descoberto discrepâncias sérias. Uma das iniciativas mais recentes é o estabelecimento do CMEPEA, o Consórcio Mundial de Especialistas para as Pesquisas e Educação de Aborto, reunindo cientistas credenciados na área de pesquisas de aborto para apresentarem informações objetivas sobre os efeitos de saúde provocados pelo aborto. Mais recentemente, eles publicaram uma abrangente análise decisiva de um estudo amplamente citado por Guttmacher afirmando que o aborto é mais seguro do que o parto.
Tradução: Julio Severo
Fonte: Friday Fax
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