STATO FERINO
Publicado por Stato Ferino em fevereiro 6, 2012 · Deixe um comentário
Algumas palavras a respeito da recente visita de D. Dilma Rousseff à Ilha de Cuba, onde Hemingway felizmente viveu antes da imposição das rédeas coletivistas, tempos outros que ainda permitiram que, dali, o maior contador de histórias do Século XX brindasse o mundo com seu talento e simplicidade.
Infelizmente o assunto, aqui, não é agradável como os contos de pescador narrados pelo mestre, mas sim preocupante e digno de lamento. Eis que, na reportagem que segue ((aqui)), ficam mais uma vez evidentes as estruturas teóricas absurdas e os procedimentos criminosos invariavelmente adotados pela esquerda latino-americana, ceia macabra da qual nossa Presidente demonstra partilhar sem qualquer remorso ou vergonha na cara.
A maior e mais simples conclusão que disso se tira é a seguinte: ante o descaso cínico da “Presidenta” em face do aprisionamento da blogueira opositora do regime castrista, Yoani Sánchez, bem como da morte de um cidadão em greve de fome naquela mesmíssima semana, torna-se cristalina a base (i)moral da indiferença de Dilma, a mesma que estrutura a inteira atitude da turma do Foro de São Paulo: uma cegueira vil que toma os fins como legitimantes automáticos dos meios, num constante e inabalável exercício de fé messiânica e totalistarista.
Dilma Rousseff, de fato, quer-se a mais nova pontífice da religião comunista latino-americana. Tendo por Cristo e Cordeiro de Deus o martirizado sociopata Erneste Guevara, redentor de todos os pecados do capital, nossa Presidente, qual Paulo, cuida por sua vez de levar adiante e a cabo o projeto de libertação salvadora das milhões de almas que, privadas da Revelação, clamam pela tutela de uma autoridade superior e transcendental que “clareie” suas vistas. A dama petista, assim, além deste objetivo obrigatoriamente imposto pelo “Imbecil Coletivo” revolucionário, demonstra cada vez mais aspirar também outro, de natureza programática e ora necessário ao bom-sucesso da Causa: a sucessão de Lula também como liderança continental e figura mais bem mascarada do projeto esquerdista na América Latina – projeto documentadamente comprovado que nada obstante a grande mídia insiste em velar, dolosamente taxando-o de absurda teoria conspiratória inventada por uma mirrada (e silenciada) direita.
Ocorre que deve-se fazer justiça às Escrituras, já que a dita tutela operada pela Ideologia e por suas armas, por sua parte, entranha uma substancial diferença em relação àquela propagada pelo Evangelho: é que deve ela obter êxito completo a todo custo e por quaisquer meios, posto que previamente justificados pelo Partido, espelho de um Deus-Pai detentor da guilhotina que ceifará a infraestrutura satânica criada pelo Pecado Original do “Acúmulo Primitivo Capitalista”. E o Partido, Juiz de vivos e mortos quando do apocalíptico Fim-da-História profetizado por seu brilhante e estúpido criador, por si só serve de aval indiscutível e derradeiro para a totalidade das atrocidades praticadas em Seu nome.
Mas dizíamos de D. Dilma, e de como sua visita a Cuba sinaliza estridentemente suas intenções e sua adesão incondicional aos modelos acima explicados.
Vítima de tortura (tortura essa jamais esclarecida, minimamente detalhada ou sequer atestada por qualquer documento ou por qualquer pessoa que não fosse um “companheiro”) por um governo que, num País de dimensões geográficas e populacionais continentais, deu cabo de cerca de 450 pessoas entre mortos e desaparecidos políticos, Dilma foi então professar sua Fé em Cuba, Terra Santa do comunismo latino, uma tripa de ilha cujo governo já “justiçou” mais de 100.000 vidas humanas.
Em bom-português: Dona Dilma (como toda sua laia) ou não tem o mínimo de vergonha na cara, ou mal imagina que o que arrota é nada menos que a santidade da tirania e da violência, desde que “bem orientadas”, atitudes sacrossantas e absolutamente inatacáveis, como os leitores puderam atestar a partir da reportagem acima. É como a Presidente evoca evasivamente seu lamentável “tu quoque” (como se um crime justificasse outro), denunciando abusos (norte americanos) de dimensões incomparavelmente menores que aquelas criadas pelos morticínios genocidas que ela tem o dever pastoral de proteger – vez que cometidos por seus irmãos e, acima de tudo, “pelos motivos certos”.
É importante salientar, aliás, que Dilma foi a Cuba com a única e exclusiva finalidade de despejar, de bico fechado, mais dinheiro naquele sanguinário governo, cabeça de um País que, se antes da revolução era miserável por culpa da opressão econômica norteamericana, hoje curiosamente se encontra ainda mais pobre, só que por conta do embargo comercial imposto pelos EEUU.
Em meio a tantos absurdos, nota-se que as pérolas dílmicas no Caribe são, de fato, os únicos elementos dessa conversa que encontram fácil e certeira explicação: ocorre que a “Presidenta”, como todos os apóstatas maiores de sua mesma crença, encontra-se já naquela situação didaticamente explicada por Sócrates a seus amigos Glauco, Trasímaco e Adimanto em “A República”: tratamos já de homens e mulheres que, de tanto fartar-se cega e obstinadamente com as vísceras de seus iguais, tornaram-se lobos, impossibilitados para sempre de discernir o bem do mal. Lobos que a Presidente Dilma, se (ainda) não imita, teima em amavelmente acariciar e alimentar.
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