| 05 NOVEMBRO 2011
ARTIGOS - GOVERNO DO PT
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Por que não vão puxar a erva em casa? Papá e Mamã fazem a repressão mais terrivel de todas: tomam o carro e bloqueiam o cartão de crédito.
Tentarei explicar porque enfiei a palavra "careta" no meio do meu nome. Tenho amigos tão caretas quanto eu que talvez nem saibam que "careta" tem mais de um significado. Reproduzo aqui apenas alguns, entre os que encontrei no Aurélio Atualizado: "Tradicional, conservador, quadrado"; "Quem não usa drogas". Há outros, irrelevantes para este texto. Aceito, sem me sentir ofendido, ser chamado drogas". Em suma, careta.
É do alto (ou debaixo) da minha caretice que me meto a falar, como sempre fiz, de assunto que não entendo. Uso a maior parte do tempo (e do espaço que desfruto neste DC), para falar da religião que tomou de assalto um Estado laico, como o Brasil. Fui pejorativamente apelidado de "samba de uma nota só".
Leigo, sou um protestante convicto contra a religião lullo-petista; morro de medo de morrer de repente sem absolvição e ser condenado às profundas do inferno lullo-petista, lotado de intelecas peessedebistas que se acusam ad aeternum de culpados pela oposição ter virado uma oposicinha sem vergonha na cara.
Sonho com o Santíssimo São Lulla desapeado do seu altar pelos Cardeais do Vaticano, assim como esses mesmos Cardeais derrubaram o ex-santo Jorge do seu cavalo. Mas Tarso Genro falou, Tarso Genro avisou; anteviu o Apocalipse. Como o apóstolo João, suposto autor do último livro do Novo Testamento, o Livro das Revelações, que prediz e narra o fim do mundo, Tarso Genro revelou e predisse que São Lulla
"é o novo Perón", também um fim de mundo. Acertou nas moscas : Perón é.
Daqui a pouco fará mais milagres, como o que elegeu a Cacica; "Façam que se eleja o brimo Haddad prefeito de Sumpólo", exige; até já passou tremenda rasteira nas ambições da Relaxa e Goza.
Em sendo (boa essa, hein?) o novo Perón, vamos ter de aguentá-lo mais uns sessenta anos, no mínimo, após desencarnar – não desta vida vã e pecaminosa, mas da cadeirona do Palácio do Planalto, para que a Cacica e seus sucessores tenham onde sentar. Eles, os sucessores, serão lullo-petistas, até os da oposição – igual à Argentina, onde todos los hermanos são peronistas.
"A gente garra a cunversá e sisqueci di trabaiá", diziam Alvarenga & Ranchinho, founding fathers dos stand up shows no Brasil – que por sinal dariam aulas de humor para esses rafinhas bastos e alexandres frotas, que obram suas grossuras para espectadores ouvirem. E há quem pague: afinal este é "o país dos mais de 80%".
Usei as expressões acima em inglês só para encher o Aldo Rebelo, Prinspe das Alagoas, eleito por Sumpólo para cinco mandatos de deputado federal pelo PCdoB ("PC do Bolso", como definiu a revista Época). Nesses mais de vinte anos, ele cometeu preciosidades como as tentativas de criação do Dia do Saci e da proibição do uso de palavras alienígenas, como "futebol", que passaria a ser chamado de "ludopédio".
Rebelo é o novo ministro do Esporte e na sua posse teceu loas à honestidade do ex, Orlando Silva e do PCdoB, que manda de porteira fechada no ministério, fervoroso praticante que é do nivel de honestidade exigido pelo lullo-petismo.
Vamos então à Primavera da Maconha, feita pelos guerrilheiros da Fefeléche, da USP. Com os rostos encapuzados como criminosos em rebelião, que tocam fogo em colchões nas cadeias, os meninos invadiram o prédio da Fefeléche e ameaçaram lutar até o fim dos tempos pelo dereito de fazer como us mano fais nas ruas plenas de liberdade: transportar maconha como "aviõezinhos" dos traficantes e dar um tapa na diamba dentro do campus. Como as leis existentes proibem tal comportamento, a P"careta"M encanou uns três fumetas chapados, que fumegavam seus baseados na maior moleza. O mundo caiu.
A luta, disfarçada como protesto contra o acordo da reitoria com a PM para tentar reduzir o número de assaltos e estupros no campus (um menino foi assassinado na tentativa de roubo do seu carro e uma menina da Biologia foi baleada), teve o imediato apoio do SINTUSP, Sindicato dos Trabalhadores na USP, braço da CUT no campus, que por seu lado é o braço sindical do partido do governo, o PT.
Era a minoria contra o acordo – mas que nunca deixou de exigir a presença da PM quando seus carros eram assaltados – mais uma vez tentando impor sua vontade de baderna à maioria, que vai à USP para exercer essa atividade estapafúrdia que é estudar. Imaginavam fazer da Fefeléche a Praça Tahir da Primavera da Maconha, repetindo a Praça Tahir da Cidade do Cairo na Primavera Árabe, tsk, tsk.
O fumacê invadiu o campus, mas nem tudo era fumito; havia também umas poucas bombinhas ditas "de efeito moral". Ninguém ganhou essa guerra; a lei continua proibindo, a molecada continua exigindo o direito de queimar a canabis no campus. Haverá mais confrontos, tenho certeza.
Por que não vão puxar a erva em casa? Papá e Mamã fazem a repressão mais terrivel de todas: tomam o carro e bloqueiam o cartão de crédito. Embora isso seja extrema violência contra os dereitos dus manos, não dá mídia, não sai na Globo; então pra que sofrer ?
MACONHEIROS UNIDOS JAMAIS SERÃO VENCIDOS? CAPITÃO NASCIMENTO NELLES.
Neil Ferreira é publicitário.
Publicado no Diário do Comércio.
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