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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Vamos perguntar ao Notícias do PT porque ele está removendo comentários?

Já é a segunda vez que insiro estes três comentários que estão no final deste artigo publicado no BLOG NOTÍCIAS DO PT. Vamos perguntar para eles porque estão removendo comentários? Cliquem AQUI e escrevam no site do inteleQUItual orgânico.

Vejam também o que está lá:


LANÇAMENTO DO BLOG

O petismo do Brasil inteiro está convidado (a) a colaborar com o Blog Notícias do PT, que foi criado para a postagem de fatos, assuntos e temas relacionadas à política nacional e ao Partido dos Trabalhadores. É um espaço aberto para o debate e troca de informações entre petistas. Participe!
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PS.: Este pode ser também um espaço para denúncias, cuja análise da consistência e a eventual divulgação ficará, única e exclusivamente, sob a responsabilidade do Editor deste Blog.

Saudações petistas,
Flávio Loureiro, o Editor


TERÇA-FEIRA, 10 DE AGOSTO DE 2010



"FARC deveriam declarar cessar-fogo unilateral”, diz secretário do Foro de São Paulo


Vinte anos após sua criação, o Foro de São Paulo, organização que reúne os partidos de esquerda latino-americanos, realiza sua 16a. edição de 17 a 20 de agosto, em Buenos Aires. Para os movimentos progressistas, é um momento para fazer o balanço de mais de uma década de governo em boa parte dos países latino-americanos, avalia Valter Pomar, secretário-executivo do Foro e militante do PT (Partido dos Trabalhadores).

Em entrevista ao Opera Mundi, Pomar disse acreditar que estes governos tiveram forte impacto na vida da população. Porém, acha que “estes avanços ainda não se tornaram estruturais” e podem ser revertidos em caso de derrota eleitoral.

Pomar: "o melhor que as FARC podem fazer é anunciar disposição para acordo de paz."
Segundo ele, o Foro, depois de ter sido um espaço de resistência contra a ofensiva neoliberal, deve se converter em um espaço de formulação de estratégias que permitam fazer deste ciclo de governos progressistas “o ponto de partida de um novo modelo de desenvolvimento para a região”. Na entrevista, Pomar falou também sobre as FARC e defendeu que a melhor estratégia para o grupo guerrilheiro agora é declarar um cessar-fogo unilateral e negociar um acordo de paz com o novo governo colombiano.

Qual é o balanço de uma década de governos progressistas na América Latina?
Mais democracia, qualidade de vida, soberania e integração. Os exemplos são muitos. Incluem mudanças constitucionais, aumento da participação eleitoral, crescimento do número de organizações sociais, surgimento de novos meios de comunicação, eleição de juízes, mudanças em algumas Forças Armadas. Temos mais gente alfabetizada, mais serviços de saúde, menos fome, direito a casa, mais empregos, aposentadorias maiores. Há que lembrar também o controle sobre as riquezas naturais de cada país, assim como mais diálogo, cooperação e criação de instituições como a União das Nações Sul-Americanas, a Unasul.

Mas estes avanços ainda não se tornaram estruturais, não se converte ram num outro modelo de desenvolvimento, de tipo democrático-popular. Enquanto isto não ocorrer, a permanência do que fazemos a partir dos governos dependerá de estarmos no governo. E governos se ganham e se perdem. Para que se construa um novo modelo, permanente, é preciso democratizar a estrutura de propriedade e fazer com que a infraestrutura social se torne o centro da dinâmica da acumulação.

O sr. acha que a direita está em condição de recuperar o terreno perdido, como ocorreu no Chile?
Nunca devemos subestimar a direita, especialmente quando os EUA tentam recuperar sua influência na região. Também devemos lembrar que, à medida que a direita neoliberal típica perde espaço, estas forças buscam outros porta-vozes. No Brasil, a provável terceira derrota do PSDB e do DEM já faz setores conservadores especularem sobre uma alternativa distinta em 2014. Finalmente, devemos lembrar que o objetivo da esquerda não é eleger presidentes, mas, sim, mudar as sociedades. E pode ocorrer, como no Chile, de a esquerda chegar ao governo e não mudar a sociedade como pretendemos.

O sr. acha que existem ondas políticas que se alternam, e que depois da esquerda nos anos 2000 pode ser a vez da direita na década 2010?
A história não é circular. Se fosse, viria por aí uma onda de golpes militares, similares aos que sucederam o ciclo desenvolvimentista-populista dos anos 1950. Por outro lado, é preciso tomar cuidado com uma análise “politicista”, que dá excessiva atenção a eventos institucionais. A questão de fundo é saber se a esquerda que chegou ao governo na América Latina fará mudanças estruturais. Se conseguirmos, uma eventual vitória da direita numa eleição nacional terá pequeno impacto. Se não conseguirmos, estar no governo não terá grande significado.

Alguns governos, como o da Venezuela, consideram que existe um risco militar contra os governos de esquerda. A contra-ofensiva da direita é política. Uma das facetas desta contra-ofensiva política é militar, ou seja, a carta militar é jogada para fazer pressão política. Neste momento, considero pouquíssimo provável uma agressão direta dos EUA contra algum país governado pela esquerda. Agora, Honduras, as bases na Colômbia e a 4º Frota não são ficção. Estão relacionadas com algo simples: os EUA perderam terreno ideológico, político e econômico na região e no mundo, mas sua força militar é incomparável. Interessa a eles levar a disputa para o terreno militar, mesmo que sob a forma de pressão. Por isto é estratégico que o conflito na Colômbia deixe de ser militar e passe a ser político-eleitoral.

Leia mais:
FARC alimentam discurso de Uribe Iraque 2011, Afeganistão 2014, Irã...? O prazo dado ao presidente dos Estados Unidos Por que Chávez rompeu relações com a Colômbia EUA interpretam erroneamente a política externa do Brasil PT e PSDB divergem sobre resultado da Cúpula das Américas Reunião em Caracas convoca fundação da Quinta Internacional

A oposição brasileira voltou a acusar o PT de associação com as FARC, e Uribe acusou Chávez de protegê-la. Qual é a razão de existir da guerrilha hoje?
Não existe solução militar para o conflito na Colômbia. Nem o governo Santos acabará com a guerrilha, nem a guerrilha tomará o poder. É preciso um acordo. A melhor coisa que as FARC podem fazer neste momento é anunciar sua disposição de fazer um acordo de paz. E, para deixar claro que está falando sério, libertar as pessoas que mantém em seu poder, declarar um cessar-fogo unilateral e se dispor a aceitar uma mediação externa – da Unasul, por exemplo. Seria um ganho para o povo e para a esquerda colombiana e poria fim ao pretexto dos EUA e da direita colombiana para manter viva a guerra, que para eles é um negócio.

As FARC e outras organizações guerrilheiras participaram ou participam do Foro? Mesmo que não tenham sido integrantes formais, já estiveram presentes em reuniões da entidade?
A resposta para as duas questões é não. Mas isto não tem a menor relevância. Primeiro, porque, quando o Foro de São Paulo surgiu, havia luta armada e negociações em vários países da região. Exemplo clássico: a FMLN de El Salvador. Hoje o presidente de El Salvador é da FMLN. Motivo pelo qual não faz o menor sentido tratar com preconceito organizações que recorreram a luta armada que, sob determinadas condições históricas é um instrumento legítimo, do qual lançaram mão Nelson Mandela, Pepe Mujica, Daniel Ortega, Raúl Castro e outros. Segundo, porque o Foro é uma instituição aberta, com reuniões públicas, provavelmente frequentadas por agentes da CIA e por outros serviços mais eficientes. Terceiro, porque o importante é saber que papel o Foro pode jogar, agora, em 2010, para construir a paz na Colômbia. O resto é diversionismo: o sonho de José Serra e Índio da Costa é achar alguém que dê uma declaração que possa virar manchete em seus jornais oficiais.

Numa recente entrevista, Fernando Henrique Cardoso disse que, no poder, a esquerda latino-americana, e especialmente o PT, tinha virado social-democrata. O que acha dessa avaliação?
De qual social-democracia ele fala? Da revolucionária, que foi até a Primeira Guerra? Da socialista, que foi até o pós-Segunda Guerra? Da reformista, até a crise dos anos 1970? O risco dessa comparação é nos fazer perder de vista que o capitalismo latino-americano não é o europeu, não é imperialista. Portanto, a margem de manobra para compatibilizar capitalismo, democracia e bem estar social é muito menor. Por outro lado, a pressão dos EUA e a burguesia local fazem com que os social-democratas sinceros da América Latina sejam mais radicais que os europeus. Na prática, um social-democrata na America Latina vai entrar em conflito com o capitalismo e com o imperialismo. Assim, parece-me aproveitável neste raciocínio de FHC o reconhecimento indireto de que o PSDB é tudo, menos social-democrata.

Mas o sr. acha que os partidos de esquerda que estão no governo na América Latina abandonaram suas reivindicações revolucionárias?
Uma parcela dos partidos de esquerda que estão no governo hoje não existia em 1980, o que torna pouco válida a comparação. Por outro lado, não concordo que a maioria dos partidos de esquerda abandonou reivindicações de mudanças radicais. No fundo, há uma dificuldade em entender que vivemos um período de defensiva estratégica da luta pelo socialismo. O que é ser revolucionário num período em que as revoluções não estão na ordem do dia? Em minha opinião, é ter uma política de acumulação de forças que tenha como objetivo criar as condições para mudanças revolucionárias. Ser revolucionário significa defender que, para acabar com a exploração e a opressão capitalista, é necessária uma revolução político-social. A maioria dos partidos de esquerda latino-americanos tem, no seu interior, correntes revolucionárias e correntes não revolucionárias, numa combinação indispensável neste momento. E o único teste para saber se um partido é revolucionário ou não é ver se ele dirigiu uma revolução. Discurso, fé, autoproclamação e acusação dos inimigos não contam.

Com a esquerda no poder, qual é sua avaliação do papel dos movimentos sociais nesses países? A rigor, a esquerda não está no poder em nenhum país da região, exceto Cuba. Em Cuba, houve uma revolução em 1959, e o Estado cubano foi construído por esta revolução. Não há distinção qualitativa entre os objetivos do governo e do Estado. Já nos países em que, desde 1998, partidos de esquerda elegeram o presidente, o Estado é herdeiro de décadas ou séculos a serviço das classes dominantes. Parcelas expressivas do aparato de Estado seguem controladas diretamente por representantes delas, que na prática mantêm o poder, embora não tenham o governo. Os movimentos sociais foram essenciais para a vitória eleitoral. E são decisivos para construir o caminho que nos leve da condição atual de governo para a condição de poder.

Como qualificaria a política do governo Obama em relação a região? Obama mudou as palavras, mas não os gestos. A política geral para a região segue a mesma. No seu discurso de posse disse que os EUA estavam prontos para voltar a liderar. E o que os EUA têm pronto para isto? Seu aparato militar. Claro que para quem se iludiu com Obama deve ter tido uma decepção.

Qual é a função do Foro?
O Foro passou por várias fases. De sua criação a 1998, foi um espaço de resistência contra a ofensiva neoliberal. Depois, converteu-se num espaço de articulação da ofensiva eleitoral dos partidos de esquerda. Esta ofensiva se deteve em 2009, com a posse de Mauricio Funes, em El Salvador. Desde então, precisamos nos converter em um espaço de formulação e de articulação de uma estratégia que permitam fazer deste ciclo de governos progressistas e de esquerda o ponto de partida de um novo modelo de desenvolvimento, sem deixar de ser útil aos partidos de esquerda da região que ainda não são governo. Se não formos capazes de dar este salto, o Foro não será capaz de ajudar a esquerda latino-americana a conseguir respostas para problemas de fundo: mudar o model o e sair da condição de melhorar a vida do povo dentro do capitalismo para a condição de melhorar a vida do povo nos marcos do socialismo.

Em novembro passado, Chávez defendeu a criação da Quinta Internacional.
A intenção é boa, mas a proposta não é adequada. O próprio Chávez percebeu isto. Uma curiosidade: a esquerda ultrassectária existente em alguns países do mundo viu na proposta a chance de colocar uma cunha entre a esquerda brasileira, especialmente o PT, e a esquerda venezuelana, especialmente o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). Quebraram a cara. O melhor é reforçar o Foro de SP e ampliar a articulação entre o Foro e partidos de outras regiões do mundo, sem a pretensão de ser laboratório para ninguém: como o capitalismo é diferente em cada região, lutar contra ele exige esquerdas também diferentes.

3 comentários:


Cavaleiro do Templo disse...
Em entrevista para a FOLHA DE SÃO PAULO (http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u62119.shtml), Raúl Reyes, número 2 das FARC, disse: "Folha de S.Paulo - Qual é a sua avaliação do governo Lula? Reyes - Tenho muita esperança em que o governo Lula se transforme num governo que tire o povo brasileiro da crise. Lula é um homem que vem do povo, nos alegramos muito quando ele ganhou. As Farc enviaram uma carta de felicitações. Até agora não recebemos resposta. Folha de S.Paulo - Vocês têm buscado contato com o governo Lula? Reyes - Estamos tentando estabelecer --ou restabelecer-- as mesmas relações que tínhamos antes, quando ele era apenas o candidato do PT à Presidência. Folha de S.Paulo - O sr. conheceu Lula? Reyes - Sim, não me recordo exatamente em que ano, foi em San Salvador, em um dos Foros de São Paulo. Folha de S.Paulo - Houve uma conversa? Reyes - Sim, ficamos encarregados de presidir o encontro. Desde então, nos encontramos em locais diferentes e mantivemos contato até recentemente. Quando ele se tornou presidente, não pudemos mais falar com ele. Folha de S.Paulo - Qual foi a última vez que o sr. falou com ele? Reyes - Não me lembro exatamente. Faz uns três anos. Folha de S.Paulo - Fora do governo, quais são os contatos das Farc no Brasil? Reyes - As Farc têm contatos não apenas no Brasil com distintas forças políticas e governos, partidos e movimentos sociais. Na época do presidente [Fernando Henrique] Cardoso, tínhamos uma delegação no Brasil. Folha de S.Paulo - O sr. pode nomear as mais importantes? Reyes - Bem, o PT, e, claro, dentro do PT há uma quantidade de forças; os sem-terra, os sem-teto, os estudantes, sindicalistas, intelectuais, sacerdotes, historiadores, jornalistas... Folha de S.Paulo - Quais intelectuais? Reyes - [O sociólogo] Emir Sader, frei Betto [assessor especial de Lula] e muitos outros."
Cavaleiro do Templo disse...
Hugo Chávez, presidente da Venezuela, diz no vídeo abaixo: - Conheci LULA e RAÚL REYES (número 2 das FARC) em um dos encontros do FORO DE SÃO PAULO. http://www.youtube.com/watch?v=dO_Lqqm9pXA
Cavaleiro do Templo disse...
Direito de resposta concedido pela Justiça ao PT não nega relação do partido com as FARC: http://www.youtube.com/watch?v=EUHuYTgeX7w.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".