Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quarta-feira, 10 de março de 2010

SERRA E A MIDIA


SERRA E A MIDIA

Nivaldo Cordeiro
06 de março de 2010
http://www.nivaldocordeiro.net/serraeamidia


O recente evento realizado em São Paulo pelo Instituto Millenium (Fórum Democracia e Liberdade de Expressão), que reuniu os grandes barões da mídia brasileira (Rede Globo, Grupo Abril, Grupo Folha e Estadão) mostrou uma forte mudança de seu posicionamento junto ao governo do PT. O evento deveria ser uma afirmação da liberdade de expressão, repelindo a ameaça explícita do governo Lula contra os meios de comunicação, conforme pudemos observar desde o acompanhamento da Confecom, mesmo de antes. A subserviência ao poder constituído pelos barões da mídia nacional ficou caracterizada pelo franqueamentodo palanque para que Antonio Palocci, a pretexto de que encerrasse o evento, passasse sua mensagem aos formadores de opinião.

Essa modificação estratégica ficou explícita no editorial de ontem da Folha de São Paulo (Serra ou não Serra). A raiz dessa mudança é o descortino de que a candidatura de José Serra está fazendo água, em face dos titubeios, indecisões e divisões no arco político liderado pelo PSDB. Pragmaticamente os barões da mídia preferiram “apoiar” o poder a contestá-lo. Esse gesto é uma repetição do gesto muitas vezes praticado por aqueles que deveriam resistir ao assalto dos revolucionários e não o fazem, seja por interesses mesquinhos, seja por cálculo errado, seja por pura covardia e seja, ainda, por alinhamento ideológico com a causa revolucionária.

O que vimos no evento citado foi a mais abjeta rendição de quem ainda teria os meios para resistir. Até as pedras sabem que o eventual governo da Dilma será a radicalização do programa do PT, em busca do totalitarismo. A convenção do PT, que homologou a candidatura, e o programa de governo da candidata não esconderam as más intenções. O PT usará os últimos meses da administração de Lula para acumular forças sem espantar a lebre, embora muitas de suas medidas radicais já estejam em processo de implantação.

O pano de fundo desse processo é a agonia do PSDB, do projeto da social-democracia. Se Serra for candidato, hipótese mais provável, será traído em Minas, pois Aécio deverá ter dois palanques, como da outra vez, e no final somará com o candidato vencedor. Se for Aécio o candidato, hipótese improvável, em São Paulo, mesmo se os caciques apoiarem, terá votos insuficientes para vencer o pleito.

Com a grande mídia sob o cabresto do PT a coisa toda ficará ainda mais periclitante. A derrota do PSDB está traçada com muita antecipação. O pleito figurará assim como uma mera homologação da candidata oficial.

O desdobramento histórico desses acontecimentos será da maior gravidade. Tanto maior se o PT conseguir derrotar o PSDB na corrida pelo governo do Estado de São Paulo. A lição da história é que sempre a social-democracia serve de abre-alas para os socialistas radicais. Estamos a ver no Brasil o mesmo filme. A menos que tenhamos alguma reviravolta sensacional – e improvável – Dilma Rousseff receberá a faixa de primeira presidenta da República. O desastre para o Brasil está traçado como um encontro com o destino.

Quem viver verá.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".