Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

ENTENDENDO O TEA PARTY

Fonte: NIVALDO CORDEIRO



ENTENDENDO O TEA PARTY

16 de fevereiro de 2010


Quando eu escrevi a resenha do livro Missa Negra, do John Gray, movimento do Tea Party ainda não tinha eclodido e o governo Bush estava em baixa. A coisa, no cenário mundial, parecia perdida, com a iminente eleição de Barack Obama. A Europa inteira estava (está) sob as rédeas da social-democracia. Eu não via futuro para os valores superiores da civilização ocidental, que continuava (continua) sob o assédio guerreiro do Islã.

Para piorar tudo explodiu a crise econômica mundial, que pegou a quase todos de surpresa. Veio com uma ferocidade nunca vista e os trompetes do apocalipse foram tocados.


Mas eis que, quando tudo parecia acabado e perdido, as forças vivas da civilização brotaram novamente. Tinha que ser lá, nos EUA, nessa bendita terra que tem a vocação de virar a guardiã da ordem em toda parte. Mesmo elegendo, por um soluço histórico, o representante da decadência esquerdista, ato contínuo o povo, de forma espontânea e inesperada, sem lideranças aparentes, sem condutores nomeados, seguindo o próprio instinto de sobrevivência, do certo e do errado, começou a derrotar os inimigos da civilização nos redutos historicamente por eles dominados. Vimos que o sucessor do senador Kennedy, depois de 47 anos, é um conservador.


Nesse exato momento os prognósticos eleitorais nos EUA dão como certa a derrota das esquerdas, para todos os cargos. Quem faria uma previsão dessas há um ano? Ninguém. Mas está acontecendo. A simples perda da maioria parlamentar já impôs a Obama um realinhamento na condução do governo. Ele não poderá mais governar de costas para a nação. Então ele mudou tudo no Oriente Médio, na política de relacionamento com a ONU (veja-se o que houve no Haiti) e mesmo na condução dos negócios internos. Sua ânsia socialista minguou de repente.


O movimento já tinha se manifestado antes, de forma imperceptível, na estrutura dos meios de comunicação. Os jornais impressos, quase todos nas mãos dos esquerdistas, viram sua tiragem despencar pela rejeição dos leitores. Os programas de TV de grande audiência provaram uma profunda e brusca mudança. O rádio, o velho rádio, teve uma injeção de vida insuspeita. Essa reviravolta transformou apresentadores desconhecidos em famosos e aposentou muito figurão do meio jornalístico. Foi um basta ao processo de estupidificaçãodirigida pelos decadentes, os promotores da sociedade permissiva e degradada.


O Tea Party veio a ser a consolidação desse processo subterrâneo na esfera da política. Os velhos valores da democracia liberal foram ressuscitados, em oposição aos valores propagandeados há décadas do igualitarismo socialista. Algo realmente sensacional aconteceu. Tudo mudou.


Caro leitor, o Tea Party tem uma base filosófica profunda em autores como Leo Strauss e Eric Voegelin. Esses filósofos, os maiores do século XX, conseguiram audiência em meio ao ruído socialista que é propagado por toda parte. E o que disseram esses homens? Que devemos voltar à tradição, grega e judaico-cristã, no âmbito dos valores. Que devemos consolidar as conquistas da democracia liberal no âmbito da economia. Que as instituições precisam ser moldadas para que o espaço de liberdade seja protegido e a ameaça totalitária seja expelida.


Um grito de liberdade atravessou a América e, espero eu, deve se espalhar pelo mundo. Até mesmo aqui, nessa terra de Lula lá e sua Coroa, a coisa pode sofrer uma forte reviravolta. Em nosso país nunca as pessoas conservadoras foram tão poucas e estiveram tão dispersas e desorganizadas. Quero acreditar que em nossos subterrâneos algo assim também esteja em gestação. É possível que nem tudo esteja perdido. A missa negra dos tempos parece estar acabando.

Nenhum comentário:

wibiya widget

A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".