Centro de detenção em base militar americana será desativado dentro de um ano.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou nesta quinta-feira um decreto que determina o fechamento dentro de um ano da prisão da base militar americana na Baía de Guantánamo, em Cuba.
Guantánamo se tornou um símbolo de supostos abusos de direitos humanos cometidos pelos Estados Unidos, devido a técnicas de interrogatório utilizadas contra os acusados de atos terroristas detidos na prisão.
A decisão era aguardada, e Obama já havia determinado a suspensão do julgamento dos detidos em Guantánamo por 120 dias.
O novo presidente americano havia prometido durante sua campanha à Presidência que iria fechar o centro de detenção.
Ao todo, Obama assinou quatro medidas que revertem práticas instituídas durante a gestão de seu antecessor, George W. Bush, e que vinham sendo condenadas pela comunidade internacional.
Além do fechamento de Guantánamo, as medidas determinam a revisão de tribunais militares de suspeitos de terrorismo e vetam o uso de métodos extremos de interrogatório de prisioneiros.
Manual
O novo presidente americano também criou uma força-tarefa que terá 30 dias para determinar centros de detenção para onde os prisioneiros que se encontram em Guantánamo poderão ser transferidos e estabelecer um código de conduta para o tratamento de detidos.
Obama também exigiu que todos os representantes dos Estados Unidos respeitem as regras de interrogatório estabelecidas no manual do Exército americano.
O manual explicitamente proíbe o uso de ameaças, coerção física e a técnica de simular o afogamento de pessoas, considerada uma forma de tortura por ativistas de direitos humanos.
Acredita-se que 245 homens estejam detidos na prisão da base de Guantánamo, a maior parte dos quais presos há anos sem terem sido formalmente acusados de quaisquer crimes.
"A mensagem que estamos enviando ao mundo é de que os Estados Unidos pretendem dar continuidade à atual luta contra a violência e o terrorismo, e que nós o faremos de forma vigilante e efetiva, e o faremos de uma forma que é condizente com nossos valores e ideais", disse Obama, ao assinar as medidas no Salão Oval da Casa Branca.
Tesouro
No Congresso americano, um comitê do Senado aprovou nesta quinta-feira a indicação de Timothy Geithner para o cargo de secretário do Tesouro no governo de Obama.
Apesar de receber críticas por ter mantido uma dívida de imposto de renda por algum tempo, Geithner foi aprovado no Comitê de Finanças com 18 votos a favor, e apenas cinco contra. A indicação ainda terá que ser confirmada em votação no plenário do Senado.
O senador republicano Jon Kyl disse que o indicado para o Departamento do Tesouro não demonstrou sinceridade suficiente ao se desculpar pela dívida, agora já quitada, de mais de US$ 30 mil.
Durante sabatina no comitê, Geithner defendeu o pacote de estímulo à economia americana proposto por Obama.
Os congressistas democratas, do partido de Obama, dizem que Geithner já demonstrou as qualidades necessárias para ocupar o cargo de secretário do Tesouro durante o período em que presidiu o banco central do Estado de Nova York.
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